* Kleber Ramon Rodrigues
A captação das águas pluviais com a implementação de barraginhas (Figura 1), caixas secas e cordões (Figura 2), tem como objetivo principal evitar a formação de enxurradas, o transporte do colúvio (detritos-sedimentos), a fim de minimizar o assoreamento de córregos e rios.
As técnicas de barraginhas, caixas secas e cordões (Figura 3), proporcionam um melhor aproveitamento das águas das chuvas, devido ao aumento da infiltração e a recarga das águas subterrâneas, minimizando assim os efeitos dos agentes erosivos.
Iniciativas como essas, são de suma importância, principalmente em épocas de extremos climáticos, como as que ocorreram na bacia do Rio Doce e seus afluentes em 2014/2015, onde se observaram precipitações com valores inferiores às do semiárido, chegando a apenas 724 mm. Esse cenário gerou consequências sérias tanto na disponibilidade de água para o consumo humano como em setores estratégicos da economia.
Mesmo com uma baixa precipitação, devido ao manejo mais eficaz da água, tais intervenções iriam minimizar os efeitos negativos de uma seca, evitando a concentração ainda maior de poluentes nos rios e córregos e os inconvenientes racionamentos.
Em função do antes exposto, é necessário e urgente que intervenções desse tipo sejam realizadas ao longo da bacia do Rio Doce e que a população tenha consciência de que os recursos hídricos devem ser encarados como um bem finito e estratégico (suporte) para garantir a permanência de pessoas em uma dada região, juntamente com a possibilidade de se planejar o desenvolvimento de outros segmentos, tais como: agropecuária, turismo e indústria, entre outras.
Dessa forma, a implementação de barraginhas, caixas secas e cordões se fazem necessárias para melhorar a gestão qualitativa e quantitativa da água, diante de variáveis climáticas, constitui práticas sustentáveis para armazenar água, aumentando a capacidade suporte dos recursos hídricos.
* Kleber Ramon Rodrigues, Doutorado pela Universidade Federal de Viçosa – CAPES 6 (Solos e Nutrição de plantas com ênfase em Pedogeomorfologia). Pesquisador do CNPq. Possui Mestrado em Meio e Sustentabilidade pelo Centro Universitário de Caratinga com ênfase em Manejo e Gestão de Bacias Hidrográficas, Especialização em Geografia Física-UNEC, graduação em Geografia Bacharelado pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996) e graduação em Geografia Licenciatura pela Fundação Educacional de Caratinga (1998). Atualmente é CONSULTOR AMBIENTAL e docente da Fundação Educacional de Caratinga.
Mais informações sobre o autor: http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4757328Z1