Acusado de ser o responsável pela queimada pagará multa de mais de R$ 600 mil
CARATINGA – Foram dez dias de queimada no distrito de Dom Lara, zona rural de Caratinga, onde uma área de 700 hectares da natureza foram perdidas. Na tarde dessa terça-feira (28), o comandante do 1º Pelotão de Meio Ambiente sediado em Ipatinga, tenente Moura, esteve na área das queimadas onde falou dos prejuízos.
Moura disse que na região esse é o segundo maior incêndio de grandes proporções no mês de setembro. “O primeiro que a gente lembra no Vale do Aço e colar metropolitano foi o incêndio da Usipa, lá nós tivemos aproximadamente 250 hectares queimados, e esse de Caratinga especificamente foi quase três vezes maior. Atingiu em torno de 700 hectares queimados, maior que o incêndio na mata do Parque Estadual do Rio Doce em 2019”, explicou o tenente.
O tenente frisou que as queimadas tem o fator humano envolvido, alguém que coloca o fogo em sua propriedade rural e que perde o controle. Através de denúncias, a Polícia Militar de Meio Ambiente conseguiu saber o que houve. “A partir da data do incêndio nós começamos a buscar informações de onde esse incêndio teria começado. Como as chamas se propagam muito rápido, nós contamos com a colaboração da comunidade, que nos informou onde iniciaram aquelas chamas, principalmente a comunidade afetada. Através de denúncias conseguimos localizar a pessoa responsável por colocar o fogo, e a pessoa responsável pela propriedade. Foi muito importante porque nós pudemos atribuir esses prejuízos, tanto administrativos, quanto para cada família dessa envolvida”, explicou o comandante.
Além da perda da vida da natureza, o nosso município de Caratinga tem cerca 500 hectares de área urbana, a área queimada foi de 716 hectares, ou seja, é como se metade de Caratinga fosse atingida. “Além do prejuízo natural e para o meio ambiente com a morte de vários animais, nós tivemos e ainda teremos prejuízos pessoais para essas famílias. Uma das vítimas tinha 13 alqueires de terra, o que sobrou foi só a casa dele que não pegou fogo. Morreram vacas, ele teve que vender todo seu rebanho, tivemos vários animais que resgatamos e enviamos para o hospital, foi uma perda bem grande”.
Será aplicada uma multa ambiental da parte administrativa no valor de R$ 678 mil, para o responsável pelo incêndio, e a ocorrência será encaminhada para a delegacia de Polícia Civil e para a promotoria de justiça, onde ele será intimado e responderá penalmente por isso, e também civilmente pelos danos causados por esse incêndio. “Foi um incêndio da modalidade culposa, ele não teve a intenção de colocar o incêndio, começou com uma queimada, que a princípio ele perdeu o controle, mas independente disso ele tem a responsabilidade desses atos”.
Para o tenente Moura, o ideal é que nessa época do ano não se utilize o fogo. “Estamos em uma época em que nós temos a maior seca dos últimos anos, uma época em que a própria temperatura elevada e os ventos jogando essas chamas que poderiam ser uma queimada controlada, acaba não se controlando. Então a pessoa faz um aceiro às vezes pequeno, ou faz um aceiro grande, mas que perde-se o controle das chamas como ocorreu agora, em virtude de um pé de vento, como o rapaz que colocou fogo disse, então a gente pede que se evitem as queimadas. A gente pede a consciência e colaboração da comunidade”, concluiu o tenente Moura.