CARATINGA – Um caso revoltante de estupro de vulnerável teve fim na manhã de ontem, graças ao trabalho da equipe de investigação da Delegacia de Atendimento à Mulher. Os policiais civis conseguiram efetuar a prisão do jovem, 20 anos, que violentou sexualmente um garoto de apenas dois anos de idade. Autor e vítima são primos. O crime aconteceu no último dia 23 de junho, na zona rural de Vargem Alegre.
Em entrevista coletiva, a delegada Nayára Travassos contou que a mãe do menino relatou para a polícia que estava desconfiando de que algo errado estava acontecendo há algum tempo. A delegada explicou que a família do garoto mora em um terreno que parece uma vila e são aproximadamente quatro casas. A mãe trabalhava na colheita de café e deixava a criança na companhia do primo, “que é o autor”. No dia 23 de junho, estava ocorrendo um velório e enquanto todos estavam preocupados nos preparativos, a criança brincava no terreiro da vila, quando o agressor, que é primo dele, pegou a criança colocou numa bicicleta e levou para a casa de uma mulher, “a partícipe”, que possivelmente teria auxiliado na prática desse crime. “Ele (autor) ficou nessa casa de 20 a 30 minutos, onde teria praticado os atos libidinosos contra a criança de apenas dois anos, retornando em seguida para a vila, onde ocorria o velório”, disse Nayára Travassos.
Passado algum tempo, a mãe deu falta da criança e percebendo que ela estava chorando um pouco e meio nervosa, resolveu ver o que estava acontecendo e ao trocar a fralda do menino, percebeu que havia lesões anais, inclusive com sangramento e acionou a Polícia Militar, que naquela data efetuou a prisão em flagrante delito do agressor.
“Embora a PM tivesse levado a criança para exame médico em um pediatra, o qual constatou que realmente havia lesões na região anal, e que não se tratava de alergia, uma vez que era muito pontual, não era algo espalhado, preferimos por precaução pedir ao médico legista que examinasse essa criança e foi constatado pela perícia médica legal, que houve penetração anal”, afirmou a delegada.
PRISÃO DO AUTOR
Diante do laudo pericial e de todos os elementos informativos que havia sido colhido até essa fase, a Polícia Civil achou por bem ratificar a prisão do agressor. No entanto, de acordo com a delegada, o poder judiciário naquele momento entendeu que não era o caso de manter esse agressor preso, e optou por sua soltura. “Posteriormente continuamos na colheita de elementos informativos que reforçassem esta autoria e toda a motivação do delito, e a equipe da delegacia de Atendimento à Mulher, fez diligências na cidade de Vargem Alegre e lá conseguiu delimitar o percurso que o agressor teria feito, com base na oitiva da mãe da vítima e também de uma testemunha que localizou. Essa testemunha reside nas proximidades da casa da partícipe, da pessoa que ainda está sendo investigada, e essa testemunha falou que de fato entre 12h e 12h40, na data dos fatos, essa pessoa teria chegado acompanhada do autor e da criança naquela casa e ficado em torno de 20 a 30 minutos. Então com base nessas informações, bem como nos percursos feito pelos investigadores, do tempo gasto da vila até essa casa, do tempo que os fatos ocorreram, nós firmamos ainda mais a convicção de que o autor foi realmente quem praticou os atos libidinosos contra essa criança”.
Diante de todas as evidências, a PC mostrou fotos do autor para essa testemunha, e ela confirmou que realmente era ele quem tinha chegado ali. “E o detalhe é que assim que o autor foi preso pela PM, essa coautora, essa pessoa que teria auxiliado, talvez emprestando a casa, juntou seus pertences e fugiu da região, deixando os móveis para trás. Diante desses novos elementos não temos dúvidas de que ele sim praticou ato libidinoso contra essa criança de apenas dois anos”, afirmou Nayára Travassos.
A delegada solicitou do poder judiciário o mandado de busca e apreensão, o mandado de prisão do autor e o mandando de prisão temporária contra essa pessoa que está foragida. “Só nos foi deferido o mandado de busca e de prisão contra esse autor e nessa manhã (ontem) nós cumprimos, e vamos dar continuidade às investigações do que concerne a pessoa que o auxiliou. O autor continua a negar os fatos, mas a negativa dele não se coaduna com todos os elementos que nós já colhemos, a PC não tem dúvida disso, o ministério público já ofereceu denúncia. O inquérito já está concluído”, explicou Nayára.
Como se trata de um local que é um terreno onde toda família mora junto, a criança continuava exposta ao agressor, vivendo no mesmo ambiente, e de acordo com a delegada estava havendo uma pressão contra a mãe da criança, e por isso foi determinada a prisão preventiva. A mãe disse que desconfiava que os fatos tenham acontecido anteriormente, pois a criança reclamava de dores e falava o nome do autor.
ATENÇÃO
Segundo a delegada Nayára Travassos, os casos de estupro são cada vez mais comuns e por isso professores, pais e todas as pessoas que cuidam de crianças devem ter muita atenção quanto a mudança de comportamento. “As pessoas que cuidam das crianças devem estar atentas a qualquer tipo de mudança de comportamento e procurar ajuda acionando conselho tutelar, a Polícia Militar e até Polícia Civil para tomar as providências cabíveis de forma cautelosa, porque é um delito que deve ser muito bem investigado e comprovado, para que o agressor seja punido caso realmente tenha acontecido”, enfatizou a delegada.