Farto material como identidades, cartões de crédito e cheques foram encontrados nas residências dos suspeitos
CARATINGA – A Polícia Civil conseguiu desmantelar uma organização criminosa de Caratinga que falsificava documentos e praticava vários golpes contra instituições financeiras. A operação foi realizada na manhã de ontem no bairro Aparecida II, e foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências dos suspeitos Geraldo Magela Nascimento, o “Canjiquinha”; Thiago Teixeira, vulgo “Caputira”, e Carlos Renato Rocha Pacheco, o “Renatinho”, todos com passagem pela polícia.
O delegado Luiz Eduardo Moura Gomes, explicou que a Delegacia de Defraudações, chefiada à época pelo delegado Rodrigo Cavassoni, representou junto ao poder judiciário mandado de busca e apreensão em desfavor dos investigados, porque havia inquéritos policiais instaurados por estelionatos, em que foram utilizados documentos falsos com fotografias dos suspeitos, e outros elementos que imputavam a prática desses crimes a eles.
Com base nesses inquéritos o delegado Cavassoni representou pela busca e apreensão domiciliar na residência dos investigados, que foi cumprida na manhã desta quinta-feira (13).
O delegado Luiz Eduardo contou que a Polícia Civil esteve nas residências de Geraldo e Tiago, que moram no mesmo endereço, e na casa de Carlos. “Nas duas residências foi encontrado um vasto volume de documentos falsificados, cheques em nome de vítimas utilizados para praticar golpes, contratos sociais de empresas montados em nome de vítimas, carteira de identidade com a fotografia de um dos envolvidos na organização criminosa, apontando a prática do crime de estelionato”, informou Luiz Eduardo.
Conforme informou a PC, na casa de Tiago e Geraldo foi encontrado um computador onde eram feitos esses documentos, e havia um documento na impressora que ainda faltava plastificar e colocar a foto, além de vários documentos sem foto, que haviam sido falsificados, aguardando só o término da confecção.
“Eles falsificam os documentos usando um computador e uma impressora de alta resolução, utilizando também as fotografias dos membros da organização, e conseguiam ir aos locais dos golpes, se passando pelas vítimas. Os bancos e instituições financeiras não desconfiavam porque a foto coincidia com aparência da pessoa que estava lá”, disse o delegado.
Nas residências havia vários cartões de créditos com senha do banco demonstrando que estavam movimentando as contas.
“As investigações iniciarão hoje (ontem), porque com a quantidade de documentos que foram arrecadados, a Polícia Civil precisa analisar para saber quem são as vítimas, quais golpes foram praticados em nome delas. E o que causou certa relevância na investigação é que havia cartões de créditos com senha na casa de um dos investigados, e na casa do outro um volume muito grande de cheques em branco em nome da mesma vítima, demonstrando a ligação entre eles. Um falsificava, o outro tinha a função de ir à instituição financeira com documento falso, distribuir cheques na praça, vender esses cheques para que outras pessoas praticassem golpes”, ressalta Luiz Eduardo.
A impressora era utilizada para fazer o papel da identidade, no documento verdadeiro feito pela PC, existem nas fotos furos que se referem ao instituto de identificação de Minas Gerais. Esses furos, segundo o delegado, eram reproduzidos pela organização utilizando uma tábua de madeira, um martelo e um prego, para tentar copiar o mesmo tipo de identificação do original.
Todos os investigados tinham várias identidades falsas, Geraldo tinha nove. “Os investigados foram presos por falsificação de documentos, mas usaram em outros fatos, e praticaram estelionatos, esses crimes não estão em situação de flagrância hoje, mas serão investigados e os inquéritos policiais instaurados para que apure a responsabilidade deles”.
Diante do vasto material apreendido, a polícia investigará a participação de outras pessoas.
“Todas as pessoas referidas nos documentos serão intimadas, eles usavam dados de qualquer pessoa, inclusive tinha de um falecido. Os investigados tinham também várias certidões de antecedentes criminais facilmente conseguidas por qualquer pessoa, usados por eles para escolher as vítimas”, informa o delegado.
Como as falsificações eram boas, eles abriam contas bancárias e depois tinha cartões de créditos e cheques.
A organização foi descoberta a partir de um golpe contra uma pessoa de Caratinga. “Caso alguém tenha sido vítima pode procurar a delegacia”, concluiu o delegado.