Ação realizada pela Ministério Público e Polícia Militar desmantela esquema de tráfico em São João do Oriente
INHAPIM – Uma ação envolvendo o Ministério Público e a Polícia Militar foi desencadeada na manhã desta quinta-feira (4) em São João do Oriente. A operação, denominada “Queda Livre’, desmantelou um esquema de tráfico de drogas. A operação resultou na prisão de dois investigados e na apreensão de droga, veículos e celulares.
ÊXITO
Após a operação, o promotor de justiça Jonas Júnio Linhares Costa Monteiro concedeu entrevista na sede do Ministério Público, em Inhapim, onde falou dos resultados desta ação. Ele classificou que operação foi um grande êxito. “Tínhamos conhecimento por denúncias anônimas e informações da polícia de uma atividade de traficância bem persistente em São João do Oriente, desenvolvida por esses indivíduos que há muito tempo estavam traficando lá na região. No entanto, havia uma dificuldade bastante grande da polícia de conseguir essas prisões e conseguir a comprovação, porque eles se valiam assim, estavam sempre com pequenas quantidades e conseguiam esconder muito bem esses entorpecentes, se valendo de áreas de vegetação que tem lá próximas, muitos lotes, muitas áreas de árvores”, explicou o promotor de justiça.
Ele ressalta que quando a polícia abordava esses indivíduos ou mesmo ingressava nas respectivas residências, não encontrava entorpecentes. Diante desse quadro, foi instaurado no Ministério Público o chamado Procedimento Investigatório Criminal (PIC) e com o apoio da Polícia Militar de Inhapim e de Caratinga, foi iniciado o monitoramento desses indivíduos com autorização judicial. “Durante mais de um mês, com imagens, com vídeos, nós conseguimos ver por diversos momentos eles repassando para diversas pessoas que iam lá comprar. No entanto, nós aguardamos, conforme tínhamos esse procedimento, para colher mais, juntar mais provas durante mais de um mês e depois, partimos para a fase de execução, de cumprimento”, detalhou o promotor Jonas.
DENÚNCIA
O promotor de justiça ressalta que foi oferecida denúncia para crimes de tráfico de drogas para esses dois indivíduos. “Nós também pedimos a prisão preventiva deles, pedimos mandato de busca e apreensão em três residências e apreensão de veículos utilizados no tráfico: uma caminhonete, uma motocicleta. Nós tivemos então deferimento dessas medidas pela justiça e hoje (quinta-feira, 4) bem cedo, nós cumprimos esses mandatos. Tivemos êxito juntamente com a Polícia Militar, tivemos êxito na prisão dos dois autores, um deles na rua e outro na própria residência. Conforme esperávamos, nós tínhamos os mandatos para recolhemos os veículos e celulares. Conforme a gente esperava, não havia drogas nas residências, mas no dia de hoje mesmo, uma das nossas câmeras captou o indivíduo, que era o principal, saindo de casa com um pote e indo para uma área de matagal, o que nós logo concluímos que era entorpecente comercializado”.
O promotor informa que houve busca por parte dos policiais militares nessa área, “mas é difícil encontrar porque esse indivíduo esconde muito bem a droga. No entanto, dessa vez nós estávamos preparados e com o auxílio da ROCCA (Ronda Ostensiva com Cães), que veio até de Ipatinga. Eles trouxeram então um cão farejador especializado em encontrar droga, um cão chamado Lion, um pastor alemão, e então com ele, nós colocamos para rastrear naquele local e ele encontrou o entorpecente que estava escondido, enterrado nesse pote. Esse entorpecente que o individual principal levou, nós conseguimos encontrá-lo. Então, dessa vez tivemos êxito com a utilização desse expediente da polícia da companhia da rota canina e foram apreendidos 37 papelotes de cocaína, que é uma quantia substancial“, destacou o promotor.
As investigações apontaram que esse indivíduo comercializava determinada quantidade até obter mais entorpecentes. “Usualmente, hoje em dia, os traficantes têm se valido comercializar pequenas quantidades. Essa era a metodologia dele e com isso conseguiu dificultar durante um tempo a ação da polícia, mas nós tivemos êxito em documentar a atividade de traficância dele durante esse mês e também, inclusive, tivemos êxito em apreender esse entorpecente mesmo ele tendo escondido muito bem”, pontuou o promotor.
PRISÃO PREVENTIVA
O promotor explicou que as prisões foram preventivas e que ambos responderão por crimes de tráfico de drogas e de associação para o tráfico. “As penas para o tráfico são 5 a 15 anos de prisão; já para associação, são de 3 a 10 anos. Então somadas as penas, eles podem ter penas de 8 a 25 anos. Espero que eles tenham uma pena especial porque a atividade de tráfico é grave, gera malefício muito grande para a comunidade, não só de saúde, de vício das pessoas, de jovens, mas também a atividade de tráfico traz homicídios com ela. Sempre ocorrem mortes ligadas ao tráfico, de rivais, mortes de usuários que não pagam e tal. Por todos esses motivos, nós entendemos, assim, também se dispõe, gravidade e crime de tráfico de drogas”.
ESTANCAR O TRÁFICO
O promotor Jonas Monteiro Júnior acredita que com essa operação, já que esses dois indivíduos foram presos, irá estancar a atividade de tráfico naquela região. “Já tínhamos prendido uma mulher, uma senhora conhecida como ‘Rainha do Pó’ há pouco tempo e dessa vez prendemos o ‘Rei do Pó’, então fica claro que a mensagem de que todos esses indivíduos que se envolvem com tráfico na região vão cair todos, um por um, e essa resposta vai vir firme mesmo para aqueles que se valem de meios de esconder a droga, de meios para não serem pegos, eles invariavelmente vão cair. Dessa vez foi uma operação em conjunto com a Polícia Militar, nós temos várias operações com a Polícia Civil, a ‘Rainha do Pó’ foi com a Polícia Civil, então nós estamos, como serviço público, estamos com o apoio das duas polícias, buscando que a justiça chegue para todos esses traficantes e bem como outros crimes. Com essa atividade, nós esperamos que diminua bastante o tráfico na região, seja porque eles foram presos e não vão conseguir traficar mais, seja porque fica um efeito intimidador para aqueles que estão traficando, de modo que a resposta da justiça vai vir forte e vai vir rápida”.
NOME DA OPERAÇÃO
O promotor explicou a escolha do nome da operação, ‘Queda Livre’. “É muito comum que esses indivíduos tenham atividades para mascarar a atividade do tráfico. O indivíduo começa a ter um ganho financeiro razoável, então ele tem uma atividade paralela, como uma forma de justificar aqueles ganhos. E esse indivíduo tinha uma atividade paralela de fazer voos, voo livre, voo de paraglider na região e era conhecido por fazer essas atividades. Então essa operação tem esse nome em referência a esse alvo”, concluiu o promotor Jonas Júnio Linhares Costa Monteiro.