Manifestantes cobram providências do prefeito e dos vereadores sobre situação da saúde em Caratinga
CARATINGA- Na noite de ontem, mais uma vez algumas pessoas aproveitaram o horário de reunião da Câmara de Caratinga para realizar uma manifestação pela saúde pública. Desta vez, as dezenas de pessoas tinham como objetivo cobrar providências do Executivo e do Legislativo em relação à situação do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e da maternidade Grimaldo Barros de Paula, que estão fechados para atendimentos.
Os gritos de “O hospital não pode fechar”, os manifestantes se concentraram nas imediações da Rua Raul Soares, em frente à Câmara. Regiane Roberta do Nascimento, moradora do Bairro Bom Pastor participou do movimento e afirmou que a intenção foi unir esforços e chamar atenção das autoridades para o problema que atinge toda a microrregião. “A gente entrou num acordo e reuniu todo mundo para poder manifestar e o prefeito dar uma posição. Estamos sem hospital em Caratinga para ser atendidos e muitos moradores não conseguem chegar onde eles estão sugerindo para a gente ir. Queremos uma resposta do prefeito, dos vereadores e governador. A gente precisa de alguém para nos ajudar. O Hospital não é só nosso é para eles também”.
Indignada, Regiane ainda classificou a saúde da cidade como uma “vergonha”. “Situação precária, a gente que não tem plano de saúde e depende do SUS é quem sofre. Eles não estão preocupados porque têm os melhores planos de saúde. Como uma gestante sai daqui, como a população consegue um carro? ”.
Andreia do Nascimento, do Bairro Anápolis, também participou da mobilização e destacou as dificuldades que ela acredita que a população enfrentará sem o hospital em Caratinga. “A respeito da UPA (Unidade de Pronto Atendimento), estão achando que é um hospital que vai fazer tratamento de cirurgia como trauma, fratura exposta, isso não vai ser feito. A UPA é apenas um pronto atendimento como era o PAM (Pronto Atendimento Municipal). O que queremos mostrar aqui ao prefeito é que jamais estamos contra ele, mas queremos estar com ele para buscarmos uma solução e mobilizar o governo do estado, para que venha olhar para a população de Caratinga. Tem gente que tem carro, mas ele não anda com água, tem que ter gasolina. E hoje em dia infelizmente não estamos tendo dinheiro praticamente nem para comer, como vamos pagar gasolina para ir para outra cidade? Uma pessoa que está com o filho nos braços, como já passei por essa situação, desfalecendo, como vai conseguir um carro? Ou será que o prefeito vai disponibilizar uma ambulância para cada posto de saúde?”.
A manifestante ainda ressaltou que os moradores estão unidos e pretendem dar continuidade ao movimento, até que tenham uma resposta satisfatória sobre sua reivindicação. “Temos um hospital centenário na cidade, como vamos aceitar isso? Vamos protestar quantas vezes for preciso porque infelizmente Caratinga pode estar esquecido para uns, mas para nós não. A população vai descer. Na campanha andamos lado a lado com o prefeito, hoje queremos andar frente a frente com ele para resolver essa situação. São famílias com dívidas que foram mandadas embora, médicos que não recebem desde o ano passado, municípios que não repassam as verbas. Eles têm que ver que o povo não está leigo com a situação de Caratinga, está ciente e vai vir para a rua lutar por seu direito: a saúde”, finalizou.