Vereador afirma que construção de novo poço artesiano já foi solicitada junto à Copasa
CARATINGA- Os moradores do distrito de Sapucaia enfrentam rodízio de abastecimento de água desde o dia 26 de setembro. A Copasa afirma que foi registrada uma grande redução do volume de água do poço profundo C-01, responsável pelo abastecimento da localidade.
No entanto, os moradores afirmam que a falta d’água não é uma novidade no local e não estaria somente ligado à estiagem. A moradora Maria de Lurdes destaca que os dias tem sido difíceis, pois o distrito foi dividido em duas regiões com interrupção de 24 horas cada. “É uma luta com a água, durante o dia cai para o povo de baixo e só de madrugada para nós. Não temos como levantar de madrugada e lavar roupa, o vereador daqui não faz nada para o lugar, nem o prefeito. É essa dificuldade, tem que juntar as vasilhas para lavar quando a água cai”.
Maria de Lurdes enfatiza que os moradores não têm “a quem recorrer”. “Liga pra Copasa e não resolve nada. O povo está precisando levantar 3h para encher reservatório, porque 5h já não tem mais. Eu só tenho uma caixa pequena e não dá para o dia todo e para quem tem muito menino, como lava roupa? Estou esperando resposta da Copasa porque a conta vem, estamos pagando ar no registro e a conta é alta”.
Maria Augusta, que mora à Rua João Evangelista de Souza, também está sendo prejudicada com a falta d’água. Ontem, a região em que ela mora estava desabastecida. “Não é fácil viver sem água, água é tudo, faz muita falta, principalmente para quem tem criança. Estou esperando o resultado de ultrassom dos ossos, como uma mulher de sessenta e tantos anos levanta de madrugada para bater roupa, lavar vasilha e limpar casa 1h da madrugada? Uma mulher com todo problema de saúde, desgaste nos ossos, uma pessoa igual a mim pode ficar numa friagem dessa?”.
A moradora Maria Augusta afirma que espera providências da Copasa. “A pessoa mora num lugar tão bom como esse, mas não tem água. Essa firma é mais rica do mundo, porque não podem fazer um poço pra nós? Quando eu estava na invasão busquei 400 metros de cano, busquei a água e caía aqui, é aqui em cima. Teve um tempo que vinha água só a cada três dias, fui para casa do meu irmão em Santa Rita lavar roupa e o povo de Sapucaia aceita tudo, se fosse outro lugar já tinha juntado um monte de roupa e jogado na porta da Copasa”.
Alessandro Fernandes, que reside na Rua Gerino Francisco da Silva, outra parte afetada, afirma que a população enfrenta o problema há mais de três anos. “A conta de água chegou, mas a água não, disseram que compraram um terreno, mas até hoje não mexeram com nada. Tem dia que água cai e tem dia que não, a conta de água era R$ 18,00 e agora é R$ 35,00, encareceu só o ar que a Copasa está mandando. Falam que é problema na bomba, poço com pouca água, mas não dão uma solução. O caminhão pipa trazia água e já parou. A Copasa é uma empresa muito grande, é uma vergonha deixar falta água”.
EM BUSCA DE SOLUÇÕES
O vereador Cleider Costa, o ‘Cleidinho’, afirma que tem buscado solução para a questão da fala d’água no distrito. Ele afirma que a intenção é perfurar um novo poço artesiano na localidade, para atender à demanda. “O problema de água em Sapucaia tem mais de três anos, como vereador tenho cobrado da Copasa, fiz um pedido de providência na Câmara pedindo a construção de mais um poço artesiano, isso seria para resolver o problema. O poço artesiano quando foi feito em Sapucaia dava uma média de 7 litros por segundo, e agora com a seca caiu para a metade. Nesses 19 anos que a Copasa está em Sapucaia nosso distrito tem crescido 100 domicílios. A água diminuiu no poço e aumentou o consumo”.
Cleidinho afirma que já há um diálogo com o gerente regional da Copasa de Caratinga, José Augusto Neves dos Reis, a respeito deste novo poço. “Estão comprando outra área em Sapucaia para fazer o segundo poço, mas está demorando muito, a população está certa em cobrar. Vamos pedir a Deus que ano que vem na seca, o outro poço já esteja construído, espero que esse ano com a chuva melhore um pouco”.