CARATINGA- Médicos formados no exterior, sob o regime de complementação/treinamento em prática médica, em curso oferecido pelo Centro Universitário de Caratinga (Unec) e em processo de revalidação de diploma no Brasil procuraram o DIÁRIO para destacar o desejo de retomar os estágios nos equipamentos de saúde do município neste momento de pandemia.
Eles buscam atuar em caráter emergencial, junto à Prefeitura /Secretaria de Saúde. Tratam-se de 140 médicos brasileiros e estrangeiros, que passaram por seis anos de faculdade, sendo cinco anos teórico-práticos e um ano de internato médico rotatório, exercendo a Medicina “sempre com muita diligência, responsabilidade e convicção da profissão escolhida”, ressaltam.
REVALIDAÇÃO
Eles afirmam que estão disponíveis na cidade de Caratinga, em processo de revalidação de diploma médico desde o ano de 2018, sob a responsabilidade da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), sendo que em média 88 médicos concluirão seus processos de complementação no mês de agosto de 2020. Ressaltam que desde o início do processo, foram cumpridas diversas etapas, como a entrega de todos os documentos exigidos pelo MEC, avaliações de conhecimento por meio de provas objetivas e discursivas e, agora, cumpre-se a determinação de complementação presencial nas diversas unidades de saúde disponíveis pelo SUS.
Em documento entregue à Prefeitura e Unec, frisaram que desde o dia 1° de agosto de 2019, os profissionais complementandos vêm frequentando diariamente Hospitais, UPAs, e Unidades Básicas de Saúde (UBSs), cumprindo assim 60% da carga horária exigida pelo edital, “ou seja, estando em contato íntimo com o sistema de saúde brasileiro há exatos sete meses. Portanto pode-se afirmar que esses profissionais apresentam comprovada aptidão, conhecimento e capacidade para atender à toda população brasileira necessitada”, destacaram.
RETORNO ÀS ATIVIDADES
Solicitaram o retorno às práticas médicas enfatizando que poderão cumprir adequadamente as normas do edital e, ao mesmo tempo, contribuir com a Prefeitura e Secretaria de Saúde de Caratinga na luta contra a pandemia, no entanto, ressaltaram algumas medidas de segurança. “Desde que nos seja fornecido EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e preceptoria médica adequados, dessa maneira, atendendo a todos os locais que necessitarem, ficando na linha de frente neste combate. Sob o viés da atual situação da saúde pública, acredita-se que essa contribuição será essencial para o combate a pandemia e auxílio à sociedade brasileira, bem como, esses profissionais estão devidamente capacitados para atuar nos hospitais e unidades de atendimento básicas de saúde, visto que, faltam apenas cinco meses para a conclusão do processo de revalidação para obtenção do registro médico – CRM”, consideraram.
Os profissionais ainda frisam que são jovens sem comorbidades que, “conforme índices do Ministério da Saúde estão fora da linha de risco, mesmo sendo suceptível ao contágio do vírus, fazendo com que assim, seja evitada a convocação de médicos em faixa de idades de risco, evitando a mortalidade de profissionais da área de saúde”.
Acrescentaram que o governo italiano decidiu antecipar a formatura de médicos. E que em 2 de abril, o Governo Federal lançou um edital de recrutamento, chamamento público para estudantes da área da saúde atuarem no combate a pandemia do Coronavírus. Também fazem suas considerações de que a retomada das práticas médicas geraria uma possível economia ao município. “Mais ou menos R$ 3.500.000, evitando a contratação emergencial de profissionais de saúde, podendo assim esse recurso ser direcionado para outras medidas de contenção do vírus. Condicionando ao fornecimento de EPIs e preceptoria médica adequados para a realização da proposta”.
Os profissionais também informaram à reportagem que receberam a informação da Unec de que, até o momento, a Prefeitura de Caratinga mantém o decreto de suspensão, mas que mantém o constante contato para retorno das atividades.
O DIÁRIO entrou em contato com a prefeitura a respeito do posicionamento do município em relação à solicitação do médicos em revalidação. Até o fechamento desta edição não houve resposta.