
Maria Inez, Juarez Gomes da Costa, Professor Américo, Angelita Lelis e o médico Igor Claber Siqueira
CARATINGA – Nos dias 25 (quarta-feira) e 26 (quinta-feira) de outubro, aconteceu no Casarão das Artes o lançamento do livro “Mosaico de Asas – Uma reflexão sobre o sistema prisional brasileiro: Justiça ou vingança?”. O livro foi idealizado por Angelita Lelis, a qual esteve condicionada ao presídio por 32 dias. Juntamente com Igor de Oliveira Claber Siqueira, médico do presídio; Juarez Gomes de Sá, que desenvolve oficinas de literatura no presídio, e a pedagoga Maria Inêz da Rocha Pena.
O livro foi fruto de pesquisa e experiências profissionais e pessoal, que propõe uma reflexão sobre a falta de diálogo entre os presidiários e a sociedade. E reforça a proposta da criação da APAC (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) feminina em Caratinga.
Durante os dois dias de debate, alunos do Curso de Serviço Social, técnico de Enfermagem, Teologia e Direito, puderam entender melhor sobre a realidade do sistema prisional, conhecer os estudos e os projetos, com a oportunidade de interagir com os autores fazendo perguntas sobre o projeto.
A professora do curso técnico de Enfermagem, Maria de Lourdes Guim, esteve presente na apresentação, e destacou na visão da saúde, a importância desta reflexão, para se ter uma consciência diferente em relação ao presídio, todos que estão lá, são seres humanos, e essa discussão veio apresentar e conscientizar a nós quanto professores a trazer os alunos para participar também.
Para o aluno Wemerson da Silva, do 8º período de Serviço Social, o momento da reflexão, foi muito rico, não como uma aula teórica, mas como um resgate histórico do sistema prisional, desde a sua formação, seu surgimento, como está o sistema prisional hoje, e a Angelita veio trazer através de sua vivência como presidiária, uma reflexão, sobre o que está acontecendo e as possíveis melhoras através da criação da APAC feminina, como ela propõe
A coordenadora do Curso de Serviço Social, Lívia Fernandes, destaca que hoje o detento traz para o Estado um custo muito alto, sobretudo no que tange a questão humana, pois não possibilita que tal pessoa neste espaço pague pelo seu erro, mas que de forma mais incisiva saia desta condição. Neste sentido estamos trabalhando com nossos alunos em visita ao presídio e APAC, onde foi possível conhecer esta realidade para posterior reflexão em sala de aula com nossos professores. Esta palestra é a culminância de tal momento e será ímpar na formação acadêmica de nossos alunos.