Nomeada Comissão de Acompanhamento para auxiliar administração. Atendimentos seguem reduzidos, mas já foi possível quitar parte das dívidas com a escala médica e funcionários
CARATINGA- Ao contrário do que estava previsto, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora (HNSA) não deve fechar as suas portas neste momento. Quem tranquiliza a população é o provedor, padre Moacir Ramos. Ele faz um balanço dos esforços da administração para manter as atividades do hospital.
Na última semana, uma série de reuniões aconteceram tendo como pauta a situação financeira do HNSA. Em um destes encontros foi nomeada uma Comissão de Acompanhamento. O grupo é formado por representantes das secretarias municipais de Saúde, prefeituras da região e também da Superintendência Regional de Fabriciano e atuará junto com a diretoria do hospital pelos próximos 60 dias. A equipe vai se reunir uma vez por semana para propor ações e encaminhar soluções.
A COMISSÃO
A comissão é composta pelos seguintes membros: Michele Egídio – referência técnica da Regional Estadual de Fabriciano, Ernane Júnior – superintendente de Saúde da Regional, Erick Gonçalves – secretário de Saúde de Imbé de Minas, Ageu Quintanilha – secretário de Saúde de Piedade de Caratinga e presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) Regional de Fabriciano, Elisângela Quintanilha – secretária de Saúde de São Domingos das Dores, padre Moacir Ramos- responsável pelo financeiro do Hospital e afins, e Rodolfo Brandão – cuidador da parte física do hospital.
De acordo com o provedor, foi uma semana “muito intensa” de trabalho e reuniões focadas em soluções para o hospital. “Tivemos a audiência pública para fazer um apanhado, divulgação, esclarecimento e ver também aquilo que poderia ser colocado como sugestões de ações imediatas em prol do hospital. Mas, o foco maior foi na reunião que aconteceu na sexta-feira (1°), com a presença do Estado, representantes da regional e secretários de Saúde da microrregião. Foi nomeada uma Comissão de Acompanhamento para as atividades do hospital, que vai estar diretamente dentro do hospital junto com a administração, para que possamos realmente encontrar solução viável para o funcionamento do nosso hospital, para que ele possa continuar realmente prestando serviço”.
ATENDIMENTOS
Padre Moacir explica que a situação ainda é preocupante, mas, para os próximos dias, o hospital pretende retomar gradativamente os atendimentos. “Seria tentar reorganizar para puxar os pacientes da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) para cirurgias e internações. Isso ainda vamos terminar de conversar com nossa equipe médica. Neste momento, vamos tentar manter as portas abertas, lembrando que precisamos ter muito cuidado com a questão da falta de medicamentos. Para suprir essa falta de medicamentos, a Comissão de Acompanhamento está vendo a possibilidade de como vamos fazer a aquisição do necessário para os próximos dias, através das prefeituras e outros possíveis recursos que possam ser encaminhados para a compra de medicamentos. Então, acreditamos que neste momento ainda não vamos fechar o hospital, mas ainda estamos em situação difícil e que precisa de um cuidado especial, para que possamos aos poucos ir retomando os atendimentos”.
Contribuiu para esta decisão, o fato de que nos últimos dias o Estado efetuou parte de alguns repasses ao HNSA, sendo possível quitar uma porcentagem da escala médica e da folha de pagamento dos funcionários. “Esses repasses serão feitos em doses homeopáticas. O superintendente regional tem empenhado bastante nesta questão. Sabendo da real situação do Estado não será possível ser feito o repasse na sua totalidade, mas já foram disponibilizadas duas parcelas. Em relação ao corpo clínico, estamos conversando com cada um deles, conseguimos pagar 70% do valor da escala do mês de dezembro. Isso não é o suficiente para se ter uma segurança, mas foi o que conseguimos fazer de pagamento aos médicos. Ou seja, ficaram pendentes 30% do mês de dezembro, mais a escala de janeiro e fevereiro também sem a quitação. E dos funcionários conseguimos pagar um percentual da folha de pagamento, não foi na sua integralidade”.
Com as primeiras providências, padre Moacir tem a esperança de que o hospital possa enfrentar esta crise financeira. “Da nossa parte enquanto administração, hoje na ouvidoria, temos lutado muito e acreditado muito para que realmente nosso hospital possa manter as portas abertas. Ainda não é uma situação para ficarmos tranquilos, acomodados e despreocupados, a situação é de uma preocupação muito grande, mas acredito que juntos, com municípios mobilizados, o Estado, sobretudo com o encaminhamento desta Comissão de Encaminhamento, isto vai ser mais viável e as sinalizações de melhorias vão surgindo a cada dia, uma vez que o Estado está agora presente agora dentro do nosso hospital”.
Sobre o protocolo de atendimentos, a equipe estuda como será o funcionamento do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, redefinindo os critérios. “Acredito que devemos manter um pouco ainda essa situação de atendimento de urgência e emergência, mas, estamos juntamente com a Comissão, redesenhando estes grupos, o que seria realmente encaminhado para a UPA e o que iríamos manter para o hospital. Nas próximas semanas já temos condições de dar um retorno sobre o atendimento, como vai ficar”, finaliza.