CARATINGA- Welington Batista Correa, o ‘Helinho’ (PSC) é muito conhecido na cidade pelo trabalho social que desenvolve. O reconhecimento lhe rendeu 407 votos, sendo eleito no dia 2 de outubro de 2016 como vereador pela coligação “A Força do Povo”, composição PSL / PSC.
Helinho é engenheiro industrial mecânico e de Segurança do Trabalho. Professor, ele ainda tem pós-graduação em Administração de Empresas e Economia. Considera-se capacitado para atuar no Legislativo em função da população mais carente. “Desenvolvo uma pastoral, já há 20 anos. De livre e espontânea vontade, porque acho que Deus me usa como instrumento para que eu ajude aos mais necessitados”.
Convidado do ‘Diário Entrevista’, Helinho contou um pouco sobre sua história e como teve a ideia de fazer de sua profissão um instrumento de solidariedade. Ele ainda falou sobre as expectativas de sua estreia na Câmara de Caratinga para a gestão 2017-2020.
O senhor teve um episódio complicado ainda na infância, o que lhe rendeu problemas de saúde por muitos anos, mas por outro lado lhe despertou a necessidade de ajudar ao próximo. Como foi isso?
Quando tinha dois anos de idade tomei soda cáustica. Dentro desse período, mais de 20 anos labutando dentro de um hospital senti a necessidade de ajudar alguém. Essa soda cáustica me impediu de alimentar normalmente como as demais pessoas. Até pouco tempo, toda comida que ia ingerir era através de um liquidificador, batida. Usei sonda mais de 10 anos, eu mesmo passava pela boca e nariz. Descobri uma forma de fazer uma sonda que era em balão, passava um balão vazia e depois injetava um ar, ele abria. Mas, depois chegou um tempo que eu não conseguia nem ingerir ar. Tive um problema sério e precisei fazer um transplante. A pessoa que foi submetida a 15 cirurgias hoje não toma nenhum remédio.
Como o senhor começou a usar sua profissão em benefício de outras pessoas?
Dentro do hospital observei uma carência muito grande, pessoal acamado e com ‘n’ problemas a serem solucionados. Então, dentro da minha profissão, pensei em fazer adaptações, cadeiras de rodas e camas hospitalares. Hoje me preocupo em aumentar a minha frota. Algumas pessoas têm frota de carros, outras de avião, eu tenho frota de camas hospitalares, cadeiras de roda, aparelhos de oxigênio, muletas, andadores. Me especializei nessa área. Já fui homenageado na Câmara Municipal, consegui levar 114 portadores de necessidades especiais para homenagear naquela ocasião. Jamais ninguém em Caratinga conseguiu levar essa classe tão sofrida. Me sinto muito honrado e como vereador agora terei mais uma ferramenta. O nosso papa fala isso, que a política é uma grande ferramenta para que nós possamos ajudar os mais necessitados. Coloquei no meu santinho que a minha preocupação era com a inclusão social e mobilidade urbana.
Por questões de saúde, Dr. Sebastião anunciou que não seria candidato à reeleição. Mas, ele apoiou sua candidatura. Como é a sua relação com ele?
Conheci o Dr. Sebastião através do pai dele. Me sensibilizei a apoiá-lo na candidatura passada pelo carinho que ele tinha com o pai dele, que estava acamado há oito anos, já sem as duas pernas. Me envolveu. Às vezes você vê o Dr. Sebastião só como advogado, mas ele tem um lado humano que poucas pessoas conhecem. É uma pessoa sensível, honesta, direita e aprendi muito com ele. Através dessa comunhão chegamos a esse denominador comum. Ele é presidente do partido, sou vice-presidente, graças a Deus a gente conseguiu uma cadeira na Câmara e vamos continuar o trabalho. Ele vai ser meu padrinho para sempre na política, vou me espelhar naquilo que ele é.
A Câmara de Caratinga teve uma renovação. Este é o reflexo do clamor da população por mudanças?
Sim. O povo está querendo mudanças, está cansado desse pessoal que tem o cargo político como profissão. Hoje vou estar lá por quatro anos, se eu não exercer, quero que as mesmas pessoas que me elegeram me tirem de lá. Mas, tem que ter esperança e por essa esperança que vamos sobreviver daqui pra frente. Ter mais amor pelas coisas e olhar pelos necessitados. Vou continuar ajudando cada vez mais.
O senhor foi eleito pelo grupo de ‘situação’ ao atual governo, mas quando assumir será ‘oposição’. Qual trabalho, o senhor pretende fazer junto ao Executivo?
Todo projeto que vier do Executivo para ser aprovado dependendo do Legislativo vou apoiar o prefeito, desde que tenha coerência com o beneficio à sociedade. Se precisar fazer oposição ao prefeito vou fazer, mas acredito que não. Não o conheço pessoalmente, só por discurso. Na teoria está muito bonito, vamos ver na prática o que vai acontecer.
Quais são suas considerações finais?
Quero dizer para todos que me apoiaram, que foram meus amigos, confiaram para que eu pudesse representá-los, que não vou decepcioná-los. Vou agir da mesma maneira de antes de ser vereador e vou procurar fazer sempre o que achar que está certo, com a opinião de todos aqueles que me elegeram. Ganhei por um voto, esse voto representa muita coisa. Acredito que esse voto é daquele ‘Cara’ lá de cima, que é Deus. Esse ‘Cara’ me colocou lá. Tenho alguma coisa ainda para fazer para a sociedade e Deus vai me usar como instrumento.