O presidente do Partido Republicano da Ordem Social (PROS) em Caratinga, Geraldo Assis (foto), foi o convidado do DIÁRIO ENTREVISTA desta semana. Ele, que já foi chefe de gabinete do governo José de Assis (PMDB) e esteve afastado da política, retorna no comando do PROS em Caratinga.
Nesta entrevista, Geraldo fala sobre os rumos do partido na cidade e faz sua avaliação de políticos do cenário federal, estadual e municipal.
O senhor ficou afastado da política por 20 anos, desde sua atuação no governo Zé de Assis. Qual foi o motivo?
Foi com muita satisfação que trabalhei como chefe de gabinete do Zé de Assis e assessorando também Mauro Lopes. Eu era vice-presidente do PL e o PMDB fez coligação na época, onde fiz um trabalho mais visível. No momento, embora afastado, nos bastidores tenho trabalhado muito, com trabalho de articulação. Preferi ficar na vanguarda dos acontecimentos, porque tinha esperança do Zé de Assis voltar à política e apoiá-lo. Mas, já vi que ele praticamente não tem interesse mais depois desses 20 anos, então estou tentando dar uma colaboração à comunidade de Caratinga que está carente, como no Brasil, de bons representantes.
Como surgiu a oportunidade de fazer parte do PROS?
Peguei um partido novo, que já nasceu grande, o presidente é Eurípedes Júnior e o vice-presidente, fundador é o Gustavo Pires, meu conterrâneo, de Santa Bárbara do Leste, do qual tenho muita devoção e amizade. Ele me deu carta branca aqui na cidade de Caratinga para fazer o que estou propondo, lançar uma candidatura própria para prefeito, vereadores e zelar pela comunidade, como gostei sempre de fazer.
Em último encontro do PROS, foi indicado o nome de Márcio Didi para pré-candidato pelo partido. Como foi o trabalho de pesquisa que chegou até o nome do presidente do Esporte Clube Caratinga?
Isso vai acontecendo nos bastidores, através de conversas. Estávamos procurando um perfil de candidato novo, competente e não envolvido com os acordos e escândalos anteriores. Primeiramente, convidamos o empresário Ruimar (proprietário da Ruicar), que recusou e disse que não gostava de política. Ele ficou em observação por uns seis meses, em pesquisa. Depois apareceram outros nomes, que também não deram certo. O Didi, como é uma pessoa comunicativa, começamos a conversar e ele deu a entender que se interessava em ser pré-candidato. Quando lançamos o Didi, primeiro reunimos com pessoas ligadas a ele e ao grupo, que acharam que ele seria o candidato ideal. Está administrando o clube muito bem, pagando as contas, um bom gestor, formado em direito e contabilidade. É muito sério e consideramos sua conduta. Depois disso o Ruimar me chamou e disse que tinha mudado de ideia e queria ser candidato. Mas, afirmei que já havia feito um compromisso público e, lamentavelmente não poderia colocá-lo agora. Mas, afirmei que se quisesse filiar ao partido, as portas estavam abertas.
Já com um nome definido para pré-candidato ao executivo, como o PROS está trabalhando os possíveis candidatos pelo legislativo?
Já estamos com mais de 28 candidatos a vereador, pessoas dando corte vertical na sociedade, mais humildes, simples e que nunca candidataram. Nunca foram convidadas e tinham interesse, são pessoas do povo e que vão representar o povo. Temos realmente um grupo muito bom, seis mulheres e 18 homens, por enquanto e temos nomes reservas ainda, se precisarmos lançar.
O PROS vem como oposição ao atual governo?
Estamos querendo uma candidatura independente, nem oposição e nem situação. É atender a um clamor da população, que quer renovação. Então, viemos para renovar a política de Caratinga. Como o Brasil está em crise, por que não passar Caratinga a limpo também? Nosso objetivo é esse.
DILMA ROUSSEFF, presidente do Brasil
Foi um equívoco do povo brasileiro ter votado nela. A Dilma não tem jogo de cintura. Fez um trabalho na campanha que não estava coadunando com a realidade do país. Isso foi uma revolta popular, com desemprego, empresas falindo, programas sociais não estavam sendo atendidos. Realmente, está numa situação muito crítica.
LULA, ex-presidente da República
O Lula é um populista, no estilo que o Brasil não aceita mais. Com esses problemas que ele está tendo e têm aparecido na imprensa, tem muito pouco espaço para voltar com o “lulismo” dele. Acho que chegou um ciclo, que vai ter que mudar na política brasileira.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO, ex-presidente da República
Foi um estadista. Teve seus “pecadinhos” também, mas em termos de administração fez o plano real e veio até nossos dias sem problema nenhum. Foi de uma inteligência, era socialista de esquerda, na mesma “língua” do Lula, mas era outro nível.
FERNANDO PIMENTEL, governador
Trabalhamos por ele aqui, mas, infelizmente, com esse problema do PT, está sendo atingido. Então não sei como ele vai dar a volta por cima. É uma incógnita, porque já está tendo dificuldade de negociação com os partidos, mas torço para que ele dê certo.
AÉCIO NEVES, senador mineiro eleito pelo PSDB
Filho de político, neto de político, nasceu dentro da política. Também é uma pessoa boa, mas tem os seus adversários. Acho que tem que aproveitar o momento agora, pois se deixar passar vão aparecer outros líderes.
MAURO LOPES, deputado federal e presidente do PMDB caratinguense
É meu amigo particular, tenho até dificuldade de falar. Acho que deu um tiro no pé com o governo Dilma. Só se for por um interesse particular ou até vaidade, porque o governo está em crise. O Titanic está afundando. Ele foi pra lá não sei pra que, não estou entendendo. Mas, torço para ele dar certo, pois é um grande homem, pelo jeito simpático de ser.
ADALCLEVER LOPES, deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais
É uma pessoa que admiro muito. Amadureceu muito em política. Começou em Caratinga, com assessor do pai dele e tornou-se um homem de peso. Tem força política e prestígio político, comandando a Assembleia muito bem.
MARCO ANTÔNIO, prefeito de Caratinga
Foi meu vizinho por 20 anos. Dentista, sempre admirei como profissional, mas política é outra coisa. É a arte de negociar, conversar, montar equipe, tirar na hora certa e infelizmente ele está deixando a desejar em alguns pontos, apesar de ser muito amigo dele. Acho que ele devia fazer uma pesquisa e não se desgastar como o Zé de Assis se desgastou e perdeu a política, porque é muito ruim perder uma política. Gosto das pessoas, mas prefiro separar amizade da política. É uma ótima pessoa, caratinguense nato, mas está tendo alguns equívocos e precisa procurar um conselho político até mesmo pra não se desencantar com a política.
JOÃO BOSCO PESSINE, ex-prefeito de Caratinga
Evito até fazer comentários, porque ele quis tomar o PROS em Belo Horizonte. Como sou amigo pessoal do presidente do PROS e uma pessoa que ele acredita, acho que ele (João Bosco) fez mal em ir lá. Não conseguiu, porque estou fazendo um trabalho, sem nenhum interesse particular, para Caratinga.
ERNANI CAMPOS PORTO, ex-prefeito de Caratinga
É um empresário bem sucedido. Teve alguns equívocos, principalmente na última eleição e acho que não deveria voltar para a política.
ODIEL DE SOUZA, vice-prefeito de Caratinga
Um amigo também, mas sempre ficou nos bastidores da política, nunca enfrentou um executivo. Acho que executivo é uma coisa muito séria, tem que ter muita palavra afinada. Ele me procurou, depois sumiu e não sei qual o traçado político dele, pois não abre pra gente.
WELLINGTON MOREIRA, pré-candidato pelo DEM
Amigo particular. Queria um trabalho junto ao PROS, mas, infelizmente, já foi chamado pelo DEM. Mas, está conversando muito comigo, é uma pessoa muito boa, profissional de alto nível. Me falou que foi perseguido por políticos quando ainda nem era candidato e essa é uma resposta que ele estava querendo dar à sociedade pelo que houve com ele. Não tenho nada pra falar de mal dele.
MÁRCIO DIDI, pré-candidato pelo PROS
Tenho admirado muito ultimamente pelo trabalho dele. Não conhecia muito de perto, é uma pessoa que tem muito futuro, inteligente, sério. É pouco conhecido, mas a rejeição dele é menor. Já fui procurado por pessoas de Caratinga a não apoiá-lo, mas não tenho compromisso com ninguém e sim com a minha consciência.
DEUS
É tudo. Meu conselheiro de todo dia.
FAMÍLIA
É tudo pra mim. Meus filhos são agarrados comigo, meus netos. Acho que os amigos também completam essa família que tenho, graças a Deus.
IMPRENSA
Falava que a imprensa é o quarto poder, mas agora já falo que é o primeiro poder. Estamos vendo a imprensa no Brasil fazendo um trabalho excelente e em Caratinga também respeito. Está sempre na vanguarda do protagonismo dos acontecimentos, não importa quem.