Técnico da Emater afirma que, neste momento, chuva seria mais prejudicial do que a queda das temperaturas
CARATINGA- Nos últimos dias, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu laranja de onda de frio em quase todo o Brasil. A massa de ar frio em foi considerada a mais intensa do ano até momento, derrubando as temperaturas em todo o país e mantendo ainda o risco de geadas em importantes áreas de produção agrícola.
A reportagem conversou com Geraldo Régis, técnico da Emater de Caratinga para saber se os efeitos do frio têm afetado as lavouras do município. “O café tradicional precisa desse frio. Em nossa região, alguns lugares, muito específicos, que caem uma geada, pode queimar alguma coisa, mas, é aquela “geada de capote”, vai queimar só uma pontinha, não vai prejudicar a produção”.
De acordo com Geraldo, o café precisa do estresse hídrico e do frio, mas, não em excesso. “As gemas produtivas começam a desenvolver, mas, não abrem. Se chover agora, atrapalha muito mais do que o frio. Aquela última chuva em meados de junho, já têm muitos cafés que abriram flor, como esse ano os meses de abril e maio choveram pouco, já tem um estresse hídrico, o que provoca abertura de flor. Se estava quente, faltando água e chover agora, abre flor. E se abrir a flor agora sem continuar as chuvas, prejudica muito”.
E finaliza enfatizando que neste momento, a ocorrência de chuvas seria mais prejudicial à lavoura, do que a queda das temperaturas. “Vale lembrar que nosso solo é diferente, podzólico, profundo, retém muita água, não é igual ao Sul de Minas, Cerrado, que tem um solo vermelho. Uma chuva agora não é legal para a cultura café, porque não vai continuar e chuva com colheita não funciona. Então, frio para nós aqui, não temos geadas, só alguns lugares específicos, não atrapalha”.