UBAPORANGA – Todos os anos, no dia 12 de outubro, data celebrada pelos católicos como o Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, milhares de fiéis de toda a região se dirigem à Capela Nossa Senhora Aparecida, chamada também de “Santinha” ou de “Grutinha”, às margens da BR-116, na divisa dos municípios de Caratinga e Ubaporanga. Romeiros, na maioria das vezes partem em caminhada, atravessam a estrada em um longo trajeto e participam de programações que se estendem durante todo o dia.
E mesmo fora desta data, o movimento sempre é intenso nas proximidades da capela. Afinal, é ali que as pessoas fazem suas orações e súplicas, recolhendo a água que jorra na gruta para levar para casa ou consumindo-a ali mesmo.
A menos de um mês do dia 12 de outubro de 2015, onde é esperado novamente grande público para as celebrações da padroeira, o DIÁRIO DE CARATINGA recebeu um alerta de moradores da cidade de Ubaporanga e de pessoas que passam pelo local com certa frequência. Todos observaram que a vazão da água reduziu significativamente.
A água da bica sempre foi aproveitada por muitos moradores. Quase que diariamente galões são preenchidos no local. Eles observaram os primeiros indícios de que a vazão de água estava diminuindo. O tempo em que levavam para encher as vasilhas aumentou.
A Reportagem esteve na Grutinha ontem e confirmou que apenas um filete de água corria pela bica. Quem esteve por lá não teve dúvidas: “A água secou mesmo. Não venho com frequência, mas sempre que estou passando por aqui paro para beber água. Reduziu bastante em relação à última vez que estive aqui”, disse um viajante que passava pelo local.
A crise hídrica tem sido realidade no país desde o ano passado. A estiagem prolongada tem deixado um alerta para a ameaça de nascentes e já é possível sentir as consequências em diversas localidades.
Para aqueles que utilizam da água da Grutinha, este é mais um reflexo da escassez hídrica. “A tendência é isso mesmo. Diminuir cada vez mais. É uma pena. Com a chegada do Dia de Nossa Senhora Aparecida; a procura pela água é ainda maior”, comenta um morador.
Contrariando as previsões meteorológicas, devotos esperam pela chuva nos próximos dias, a fim de “abastecer” a gruta para a chegada de milhares de fiéis no próximo dia 12. “Todo mundo quer água benta. A água não acabou, mas está caindo bem pouco, era bom ver toda aquela água em abundância. Uma chuva ajudaria bastante. Vamos ficar nas orações”, finaliza.