CARATINGA – A internação hospitalar é a realidade de muitas pessoas que atualmente se encontram em tratamento da covid-19, e demais doenças. A pandemia fez com que o número de internações aumentasse substancialmente. De acordo com dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SESMG) somente no período da pandemia já foram mais de 10.000 internações decorrentes de complicações da covid-19 no Estado. A rotina desses pacientes é afetada radicalmente, além de precisarem conviver com uma série de incertezas, o que acaba gerando ansiedade. Nesse contexto, entra o atendimento humanizado para amenizar e auxiliar na recuperação plena desses pacientes.
O psicólogo hospitalar do Casu – Hospital Irmã Denise, Gabriel Sathler, que está atuando na linha de frente e cuidando dos pacientes da ala covid-19 na unidade, fala sobre as principais mudanças na rotina dos pacientes. “O paciente que está internado em um hospital passar a viver uma rotina nova, específica e diferente do que vive no seu dia a dia. O horário para dormir e acordar não é mais decidido por ele, o tipo de dieta e o horário de alimentação também sofrem mudanças, os procedimentos do tratamento podem ser dolorosos, e por fim, as pessoas que estão à sua volta, à princípio, são desconhecidas. Além de tudo isso, o paciente está na condição de doente, em busca de cura, de condição de voltar para sua casa, seu dia a dia e sua família”.
Diversos fatores são levados em consideração pela equipe multidisciplinar do Hospital Irmã Denise para atender aos pacientes. De acordo com Gabriel Sathler, o desafio diário da equipe é minimizar os efeitos da internação para cada paciente. “Buscar motivação para atravessar essas dificuldades, nesse ambiente, não é nada fácil. Longos períodos de internação afetam o humor e comportamento de qualquer tipo de pessoa, da criança ao idoso. Nessa realidade, a equipe hospitalar precisa buscar maneiras de amenizar, de minimizar, os efeitos negativos (porém necessários) da internação hospitalar. É onde se mostra importante o tratamento humanizado. Esse tratamento visa resgatar, durante a internação, atitudes que têm valor para o paciente e que o faça se sentir motivado”.
O psicólogo destaca alguns comportamentos cotidianos que a equipe é orientada a seguir para garantir a humanização do atendimento. “Deve ser observada a maneira da equipe se apresentar, se identificando como profissional, esclarecendo seus objetivos e cuidados que vai realizar com o paciente, pois em meio a tantas profissionais de máscara, vestidos de branco, é preciso que ele reconheça quem está cuidando dele. É necessário se portar com educação, sem pressa, com respeito à integridade física e emocional do paciente. É importante também ouvir o que ele tem a dizer: suas queixas, suas preferências, seus desejos e seus medos. Ele tem diversas opiniões sobre o tratamento, sobre as medicações, sobre a vida que está lá fora, e cabe a nós, da equipe de saúde, aplicar o que é colhido (se estiver ao alcance) na própria rotina do hospital. Então, vai desde um “bom dia”, até festinhas de aniversário com direito a bolo para equipe e colegas de quarto”.

Paciente Clara Teixeira de Oliveira, que estava internada na enfermaria covid-19 do Casu, completou 86 anos de vida
Parabéns, Dona Clara!
Recentemente, na data de 30 de julho, a paciente Clara Teixeira de Oliveira que estava internada na enfermaria covid-19 do Casu – Hospital Irmã Denise, lutando contra a doença completou 86 anos de vida. Na ocasião, sua neta Liderjane Basílio, enviou um bolo para que fosse entregue a avó pelo seu aniversário. A equipe então, se mobilizou para proporcionar à paciente este momento de alegria tomando todos os cuidados necessários. Foi um momento emocionante e que tirou sorrisos da paciente que estava passando o seu aniversário longe da família.
O psicólogo hospitalar, Gabriel Sathler, que participou da organização do aniversário de Dona Clara, fala sobre a importância de ações como essas na recuperação dos pacientes e para a motivação da equipe. “Tudo isso contribui para que ele se sinta motivado a vencer os desafios de uma internação, pois ele fica mais cooperativo, mais comunicativo, disciplinado com as orientações, e por consequência, o tempo de permanência no hospital acaba sendo menor. Sem contar nos benefícios que são gerados na equipe, de ter prazer em exercer sua profissão além da família que se sente confortada, alegre e confiante. É uma atitude essencial para o hospital, que faz bem para o paciente, equipe e ao sistema de saúde”.
A atenção e carinho destinados a avó, rendeu elogios da neta Liderjane Basílio. “Gostaria de agradecer a todos do Casu por ter nos proporcionado esse momento doce, foi tão maravilhoso ver a felicidade de minha vozinha nesse momento tão difícil. Parabéns, a toda equipe pelo carinho com minha vó, e pelo atendimento humanizado”. A paciente Clara Teixeira de Oliveira, de 86, anos e moradora de Caratinga recebeu alta hospitalar curada para a covid-19 na quarta-feira, dia 05 de agosto.