Bate-papo, também disponível em vídeo nas redes sociais, faz parte da campanha de conscientização no mês de referência para a prevenção à gestação precoce
Roda de conversa do CRAS de Imbé de Minas promove debate sobre gravidez na adolescência
Bate-papo teve a participação de psicóloga, enfermeira, educadoras sociais e uma mãe que ficou grávida aos 16 anos
IMBÉ DE MINAS – Em fevereiro, o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Wantuil Teixeira de Paula, localizado em Imbé de Minas, está realizando ações de conscientização e reflexão sobre a gravidez na adolescência. Esse é o mês de referência para a prevenção à gestação precoce. Para conversar sobre o tema, foi realizada uma Roda de Conversa, na sede do Centro de Referência.
Participaram do bate-papo a psicóloga do CRAS, Géssika Barbosa; a enfermeira do setor de Coordenação da Secretaria de Saúde, Társila Quintão; as educadoras sociais do programa “Criança Feliz”, Angélica Soares e Tatiana Rocha; e uma mãe, a Débora, para falar sobre a experiência dela ao engravidar aos 16 anos.
A Roda de Conversa foi gravada em vídeo. A íntegra está disponível nas redes sociais da Prefeitura de Imbé de Minas: Facebook (Prefeituraimbedeminas) e Instagram (Prefeitura_de_Imbe). O material também pode ser pedido pelo Whatsapp 33 3325-1465. O DIÁRIO DE CARATINGA, em parceria com a Diretoria de Comunicação municipal, publica agora trechos selecionados.
“As principais mudanças no corpo da adolescente são hormonais e emocionais; a dificuldade de aceitar o próprio corpo, como o ganho de peso e o aumento dos seios. Existe também o risco fisiológico, que pode ser desenvolvido em adolescentes menores de 16 anos ou que tiveram sua primeira menstruação e logo em seguida ficaram grávidas, chamado duplo anabolismo, que é, basicamente, uma competição entre a mãe e o feto pelos nutrientes. Podemos citar as características normais de toda gestação: os enjoos, o cansaço excessivo, entre outros. Temos também a dificuldade de aceitação social e familiar”, disse a enfermeira Társila Quintão.
“Pegando um gancho no que disse a Társila, eu quero pontuar os aspectos psicológicos da gestação na adolescência. Quando a adolescente descobre que está grávida, ela é tomada por muitos sentimentos, positivos (de alegria) e negativos (frustração, sensação de rejeição e tristeza). Há uma ambivalência de sentimentos”, afirma a psicóloga Géssika Barbosa.
“Fiquei grávida aos 16 anos. Hoje, tenho 21. Quando eu descobri minha gravidez, eu estava com seis meses de gestação. Todo mundo me falava que eu estava grávida, e eu achava que não. Fiquei com medo porque eu moro com a minha mãe e meus irmãos. Fui fazer o exame endovaginal por causa de um cisto e a médica disse que eu seria mamãe. Pra mim, foi um susto, mas fiquei feliz. Meu sonho era ser mãe. Fiquei com medo da reação da minha mãe. Quando eu saí da sala da médica e fui dar a notícia, minha mãe ficou assustada porque ela que arca com as condições dentro de casa. Minha mãe e meus irmãos ficaram felizes. Sofri julgamento da minha família por eu ser nova e ser mãe solteira. Eu parei de estudar porque estava muito cansativo. Voltei a estudar agora porque eu quero dar um futuro melhor pro meu filho, ser uma mãe exemplar pra ele”, conta Débora.
“Nós que trabalhamos no ‘Criança Feliz’ fazemos uma busca ativa, juntamente com a Secretaria de Saúde, para acolher as gestantes. Realizamos acompanhamento desde o momento da gestação até o nascimento da criança”, explica a educadora Social Tatiana Rocha. “Acompanhamos as crianças de zero até os três anos. O intuito do ‘Criança Feliz’ é criar vínculos entre a família e a criança. Às vezes, os pais têm muito trabalho e não podem acompanhar toda a infância. O momento da visita do programa é pra criar o vínculo maternal e paternal com a criança”, completa a educadora social Angélica Soares.
“O Sistema Único de Saúde (SUS) vem se aprimorando e buscando novas estratégias para receber as adolescentes, tanto na abordagem inicial quanto nos atendimentos. A adolescente não é atendida apenas na consulta individual por um enfermeiro. Ela passa pela equipe multidisciplinar: médico, psicólogo, nutricionista, profissionais da Odontologia, de acordo com a sua necessidade. Quanto às ações de prevenção, eu acredito na Educação em Saúde, no meio em que os adolescentes frequentam. Posso citar duas políticas públicas que são trabalhadas: o PSE (Programa Saúde na Escola) aborda os direitos sexuais e reprodutivos dos adolescentes e o POEPS (Programa Estadual de Promoção à Saúde), trabalhado na comunidade”, finaliza Társila Quintão.
Assessoria de Comunicação