Animal foi resgatado na rua pela equipe do Casu e está recebendo cuidados médico-veterinários para sarar feridas e precisou de transfusão de sangue para tratamento de anemia severa
CARATINGA – Nem todas as pessoas sabem, mas para ter a vida salva, animais, assim como os humanos, também podem precisar de transfusão sanguínea. O procedimento é realizado em situações graves que exigem cuidados emergentes. Esse foi o caso do canino “Costelinha”, assim batizado por ter sido resgatado muito magro, com as costelas aparentes, após ficar abandonado pelas ruas. Agora o animal está bem, recebendo soroterapia desde sexta-feira (16), além de ganhar alimentação especial de três em três horas e água à disposição. “Graças à transfusão de sangue que foi realizada na tarde de domingo (18), o animal apresentou melhoras em seu quadro clínico, diagnosticado anemia”, conta a médica veterinária do Casu – Hospital Veterinário, Juliana Furtado
O RESGATE
A protetora de animais e coordenadora do Casu – Hospital Veterinário Glauciane Neves Moreira participou do resgate e conta sobre os procedimentos adotados. “A equipe do Casu tomou conhecimento sobre o estado desse animal que estava abandonado em ruas do Bairro das Graças e começamos a buscar por ele. O resgate foi feito por mim, juntamente com três veterinárias na sexta-feira, 16 de março, pela manhã, quando demos a ele o apelido de “Costelinha”. Acreditamos que esse animal seja jovem, com aproximadamente cinco anos de idade. Em seguida começamos a prepará-lo para receber o tratamento médico-veterinário”.
O primeiro passo foi a higienização, explica Glauciane. “Após o banho foi feita pela equipe médico-veterinária a coleta de material para exames de sangue e a seguir a deram início ao tratamento das feridas”.
De acordo com médica veterinária Isabella Lacerda, o animal apresentava um grande ferimento na região cervical do pescoço com cavidade profunda e miiase (bicheira). “Realizamos a limpeza do ferimento, retiramos tecido necrosado, medicamos e fizemos o curativo. A partir de então o “Costelinha” passou a receber a soroterapia. Quando chegaram os resultados dos exames, diagnosticando anemia severa, a equipe percebeu a necessidade de realizar uma transfusão de sangue urgente. Poucos minutos após o anúncio, surgiu um doador. Uma das veterinárias comentou sobre a procura do doador e surgiu o “Douglas”, um labrador forte, de 36 quilos e de 9 anos de idade. Os donos concordaram com a doação de sangue, pois garantimos que o procedimento não traria nenhum risco à saúde do animal doador”.
A médica veterinária explica que a transfusão de sangue foi o tratamento utilizado para reverter o quadro anêmico do animal. “Ao realizarmos o hemograma concluímos que há uma baixa concentração de glóbulos vermelhos no sangue e que está ainda acompanhada por sinais clínicos de anemia (mucosa pálida, taquicardia, por exemplo). No caso do Costelinha, pode haver infecções por parasitas do sangue (tipo babesiose ou ehrlichiose). Além de fazer a reposição da hemoglobina, a transfusão auxilia a normalizar a volemia, que é a quantidade ideal de sangue no corpo do animal”.
Conheça as condições e cadastre seu animal como doador de sangue:
– Apresentar hemograma que comprove que o doador está saudável
-Ter a vacinação em dia
-Ter peso igual ou acima dos 25 quilos
-Ter temperamento calmo (facilita os procedimentos)
-Ser preferencialmente castrados (são mais dóceis)
Doar sangue não faz mal ao animal doador
Cães e gatos saudáveis podem ser doadores. Doar sangue não faz mal ao cãozinho nem ao gatinho doador, desde que sejam tomados todos os cuidados.
O procedimento de coleta é simples e feito com uma agulha e uma bolsa apropriada, assim como em humanos.
Após a doação, o organismo do animal saudável consegue repor todas as células retiradas e ficará bem, sem ter dano nenhum.
As bolsas de sangue que são armazenadas servirão para salvar a vida de outros bichinhos que estiverem precisando. O sangue fica pronto para ser colocado no organismo do outro animal, como solução injetável pela administração venosa.