DA REDAÇÃO – “Longa viagem saindo de Caratinga, passando por Belo Horizonte e Brasília. Horas de espera nas rodoviárias, dormindo pouco. Nesse período quase não pude treinar, apenas um treino de uma hora ainda em território brasileiro”. Este é o relato do atleta Antônio Rodrigues de Oliveira sobre a viagem que fez a Medellín, na Colômbia. O desafio foi participar do XVII Campeonato Sul-americano de Atletismo Máster.
A expectativa crescente e a ansiedade bateram mais forte nas horas que antecederam o voo, desde o aeroporto JK até Medellín, com escala no Panamá, onde há a transferência de avião da Copa Airlines. “Chamo de pequena parada técnica, para quem está acostumado a viajar sabe do que estou falando, longas horas acordado para passar o tempo. Pequenas caminhadas com bagagem em mochila, isso gera cansaço. Ainda bem que sou atleta”.
Chegando a Brasília, o atleta foi para uma pousada onde descansou até a hora do seu voo, marcado para 3h33. Antônio fala otimista da viagem e faz questão de destacar gratidão a uma carona que conseguiu ainda no aeroporto, o que favoreceu muito o seu tempo de espera até o embarque. Mas, para o atleta, o avião não foi nenhum ‘bicho de sete cabeças’, para ele “de toda a viagem, a parte aérea foi a mais tranquila. Tratamento VIP, voo classe A, tudo beleza”.
No dia 1° de novembro aconteceu a abertura do campeonato, com a presença das delegações dos 18 países participantes, no centro de convenções da Universidade Nacional de Medellín. O evento ainda contou com a presença de palestrantes, do presidente do comitê organizador e apresentações de artistas locais, danças típicas e show cultural. Mas, para Antônio, o ponto alto foi a homenagem a todas as esposas dos 1800 atletas, verdadeiras heroínas do esporte máster sul americano. Tudo foi registrado em uma revista especializada.
Seguindo a programação, no dia 2 de novembro aconteceram três provas. Na Cross Country 8000 metros, o caratinguense ficou em 10° lugar; nos 5000 metros rasos, obteve o nono lugar e nos 10000 metros rasos ficou com o quinto lugar.
Antônio garantiu sua melhor colocação no sul-americano da Colômbia com o 5° lugar enfrentando a altitude de 1479 metros, mas garante que o sonho não acabou. Apesar do bom resultado, ele é exigente. Quer buscar a medalha, alcançando o topo das colocações. “Poderia ser o melhor resultado. Mas, enfrentei adversários muito fortes, a altitude e o desconforto de adaptação, fuso horário de três horas de diferença para o Brasil; passei muitas horas no percurso entre Caratinga e Brasília, isso gerou certo cansaço físico e psicológico. Também a expectativa pela vontade de chegar bem nas provas e o grande sonho da medalha. Superei e fui ajudado com o encontro dos colegas brasileiros em Medelín. Também a viagem de avião me deixou bastante feliz, era a diferença entre correr pela estrada e voar nas alturas. É muito mais prazeroso tirar o pé do chão. Tirar o pé do chão de vez em quando é muito bom”.
E não para por aí. Antônio correu, mas também curtiu a viagem. Ele aproveita para fazer algumas observações sobre a cultura e o esporte fora do Brasil. “Visitei também museu da ciência e tecnologia, aprendi sobre os dinossauros. Também visitei o planetário, onde aprendi que não estamos sozinhos no universo. A Colômbia tem um povo maravilhoso, gente como a gente. Lá o governo investe muito no esporte para a juventude, diminuindo assim os índices de criminalidade”.
Antônio agradece o patrocínio do Bolsa Atleta (Prefeitura de Caratinga), Celso e Caixa. “Amigos do Celso que arrecadaram fundos para as despesas com a alimentação do atleta”, agradeceu Antônio Rodrigues.