Animal passou por cirurgia plástica reparadora no Casu Hospital Veterinário Joaquim Felício, após ter tido 45% da pele ferida
CARATINGA- Um ato de crueldade. Mais um caso de maus tratos a animais registrado na região. Um cão foi encontrado em situação degradante próximo a uma creche do Bairro Nossa Senhora Aparecida. Funcionários, pais e alunos se desesperam ao encontrar o animal com quase metade do corpo ferido. Ainda não se sabe quem foi o responsável pelo ato de covardia.
O cão foi resgatado até o Casu Hospital Veterinário Joaquim Felício, por três mulheres. Segundo a veterinária Isabella Lacerda, elas imploraram socorro, devido à gravidade do ferimento. “Estava dentro de uma caixa de papelão, com uma toalha, tremendo e olhando com a carinha pra gente. Nos pediram pelo amor de Deus para ajudar. Levamos ele para o consultório e deparamos com a pele caída, cortes e a pele solta. Já percebemos que tínhamos que entrar com ele para o bloco. Sedamos, lavamos bem a pele, fizemos a reconstituição, suturamos mais de cem pontos, demos antibióticos e agora está recuperando. Estava na sala de emergência até acordar, está com analgésico para controle da dor, está recebendo soro e as medicações necessárias”.
A cirurgia reconstrutiva ou cirurgia plástica reparadora teve a duração de três horas e foi realizada pelos veterinários Isabella e Roger Bordoni. Pelos ferimentos apresentados, a suspeita é mesmo de maus tratos, conforme destaca Isabella. “O único ferimento foi a laceração da pele estimada em 45%, que veio da parte torácica inteira e pelos membros. Parece que foi cortado, não parece acidente, pois estava bem retilíneo as bordas da ferida. E para ser um acidente teria mais retalhos”.
Roger Bordoni também concorda que as características não são de um acidente. “Até mesmo pelo tamanho dele, dificilmente machucaria tanto a pele sem ter tido nenhuma outra lesão. Foi um ferimento superficial”.
O Casu Hospital Veterinário Joaquim Felício tem recebido inúmeros casos de animais feridos com suspeitas de maus tratos. No local, os animais encontram todo o suporte necessário para recuperação e castração, até estarem aptos para adoção. “Recebemos o Sansão, semana retrasada, que foi o da bomba que explodiram na boca dele; a Coxinha foi um sucesso que tivemos com ela, foi atropelada e abandonada, as protetoras recolheram e trouxeram para a gente, fizemos a amputação dela e está bem. Nosso primeiro atendimento também foi de maus tratos, o Costelinha, que solucionamos o caso dele e está hoje brincando com a gente”, frisa Isabella.
“Por ser um hospital 24 horas, acaba sendo uma recepção muito grande, por acontecer o fato muitas vezes durante a noite”, acrescenta Roger.
Após a adoção de todos os procedimentos necessário, um homem esteve no Casu dizendo ser proprietário do animal e apresentou um cartão de vacina, que indica que o cão tem a idade de 2 anos e meio. Ele teria alegado que abriu o portão de sua residência, o cachorro saiu e depois não conseguiu localizá-lo.
O animal segue em recuperação e os veterinários irão acompanhar a evolução do quadro clínico. “O cão está estável, se recuperando com as medicações adequadas e estamos esperando o avançar dele. Temos que observar se essa pele será aderida, mantendo na ferida ou se vai necrosar”.
Denúncias podem ser encaminhadas à Polícia Militar, através do número 190 ou disque unificado 181. Também está sendo realizada uma campanha para custear as despesas com o tratamento. Mais informações podem ser obtidas junto ao Casu Hospital Veterinário Joaquim Felício.