Thaynnara Neves é campeão da Super Luta em Manhuaçu e celebra resultados no Jiu-Jitsu
CARATINGA -Thaynnara Neves tem 25 anos. Iniciou no Jiu-Jitsu em 2016 e já coleciona diversas conquistas, a mais recente na Super Luta, ocorrida nos dias 23 e 24 de março, como parte do Campeonato Mineiro. Superando obstáculos e dificuldades, ela venceu a adversária, no evento promovido pela Liga Mineira, em Manhuaçu.
Em entrevista ao DIÁRIO, Thaynnara recorda o início na prática esportiva e sua evolução. “Eu era muito tímida, magrinha, miudinha, morria de vergonha e de medo. o Eduardo abriu as portas da academia para um projeto social, iniciou com mais de 20 pessoas, porém, dessas pessoas só restou eu. Estou aqui há sete anos já treinando e há um ano e meio sendo professora de Jiu-Jitsu, dando aula para crianças e mulheres”.
A jovem decidiu não se apegar pensamentos preconceituosos e se permitiu conhecer o Jiu-Jitsu, se apaixonando pela modalidade. “Fiquei mais de duas semanas só assistindo, mas, depois percebi que era justamente isso que eu precisava. Não é aquela questão de pancadaria que muitos pensam, é defesa pessoal. Aprendemos a mobilizar uma pessoa maior, mesmo sendo mais fraco. Aprendemos a dar golpes para segurar a pessoa até a chegada da Polícia ou até mesmo pode acontecer de a pessoa apagar. Claro que não incentivamos isso, mas, se for necessário, saber fazer”.
Hoje, Thaynnara se orgulha em falar que representa as mulheres no Jiu-Jitsu e incentiva que mais pessoas conheçam o esporte, que traz disciplina e defesa. “Me sinto muito feliz. Não é fácil para a mulher o treinamento físico e muito menos a questão do preconceito. Até mesmo outras mulheres têm, falam que não é para mulher, que o contato físico leva a outras coisas, o que não é verdade. A verdade mesmo é que o Jiu-Jitsu foi feito, especialmente, para crianças e mulheres”.
Para Thaynnara, todas as medalhas representam conquistas, degrau por degrau. São símbolos de sua história e que demonstram a força de vontade. “Não é fácil porque o nervosismo, às vezes, toma conta da gente e sou uma pessoa muito ansiosa, tive que procurar ajuda psicológica para vencer esse nervosismo e quando consegui entender como isso faria diferença na minha vida, fui enfrentando vários medos que estavam ocultos. Tem medalhas de Betim, São Paulo, Vitória, Piedade de Caratinga… E as que mais enchem meu coração são as de Caeté e da CBJJ, uma Confederação reconhecida. Busco ser a melhor, quero ser a melhor”.
A respeito de sua conquista recente, como campeã mineira da Super Luta em Manhuaçu, ela destaca que precisou enfrentar obstáculos, pois, teve a saúde comprometida às vésperas do evento. “O Thales, que é presidente da Liga Mineira de Jiu-Jitsu, fez o convite especial para uma Super Luta. A princípio fiquei muito feliz por esse convite pela primeira vez e eu não tinha lutado ainda na faixa marrom. Mas, logo em seguida ao convite eu peguei Chikungunya, fiquei com dores insuportáveis nas articulações. Confesso que fiquei um pouco medo, porque eu queria lutar, mas, sabia que com essas dores não teria como. Com uma semana de sintomas, graças a Deus, com alimentação saudável, consegui enfrentar. Treinei uma semana pesado, caprichei no treinamento, faltando uma semana, senti as dores de novo, conseguia nem pisar no chão. Mas, coloquei na minha cabeça que eu ia vencer. Faltando três dias a quatro dias, ainda estava sentindo dor, mas, já conseguia treinar. Voltei ao treinamento, fui para o campeonato ainda com um pouco de dor, mas, me empenhei e consegui vencer”.
A trajetória continua, muita coisa ainda está por vir, mas, a atleta já demonstra gratidão a todos os envolvidos no sucesso das competições que tem participado. “Primeiramente, agradecer a Deus por ter me fortalecido nesse campeonato, em toda a vida mesmo. Agradecer ao Eduardo por ter aberto as portas da academia pra mim, por ter me ajudado até hoje, tanto no sentido do projeto social, quanto no sentido dar aula aqui. Ao mestre João Andrade e aos professores da academia. À Vouk que me patrocina, ao psicólogo Lucas, que me ajuda muita na questão mental; ao Duany, que me ajuda na questão física e a minha mãezinha, a Lurdinha. Toda minha família e amigos”.
Para seguir realizando o sonho de se profissionalizar cada vez mais e alçar voos altos no Jiu-Jitsu, Thaynnara está à procura de patrocinadores. Contatos estão disponíveis pelo Instagram @thaynnarasevenbjj. “Esses campeonatos são muito caros e não tenho condição financeira para custear. Por exemplo, tem campeonato que chega a cerca de R$ 900 com alimentação, estadia, viagem e inscrição. E tem um campeonato em São Paulo que estou querendo ir, que vai chegar em torno de R$ 2.000. Não é fácil, mas, eu quero crescer, representar a cidade como atleta de Jiu-Jitsu. Entrem em contato, por favor, me ajudem, porque estou precisando. Todos os campeonatos tive ajuda, mas, ainda nenhum patrocínio. E agradecer às pessoas que acreditam no meu trabalho”, finaliza.