CARATINGA – Passado um mês da tragédia causada pelo rompimento da Barragem 1 da Vale em Brumadinho, os trabalhos de buscas tentam localizar 134 desaparecidos. O número de mortos chega a 179. De acordo com informações, a barragem, localizada a 57 quilômetros de Belo Horizonte, rompeu-se por volta das 12h20, de sexta-feira, 25 de janeiro. Sobreviventes relatam que um mar de lama tomou conta de estradas, do rio, do povoado e, sobretudo, da área da Vale, empresa responsável pela barragem. Como era hora do almoço, muitos funcionários ficaram retidos no restaurante. O misto de perplexidade, tristeza e indignação se instalou no país. As dificuldades causadas pela lama e riscos de contaminação aliados à chuva intensa aumentaram ainda mais a tensão nas buscas por vítimas. Famílias inteiras desapareceram. Nem todos foram localizados.
Para ajudar nas buscas, dois bombeiros militares do 2º pelotão de Caratinga, sargento Schelb e cabo Mariano foram convocados para passarem cinco dias em Brumadinho, começando ontem (25).
O tenente Luciano Cruz, comandante do 2º pelotão, ressaltou que o primeiro objetivo é cumprir a missão constitucional do bombeiro. “Nós bombeiros militares estamos preparados para todo evento adverso que possa surgir, e nosso comando está convocando homens em todas as unidades militares para apoiar essa ocorrência tão complexa que é em Brumadinho”, informou. De acordo com o comandante é a primeira vez que os bombeiros de Caratinga são convocados e o trabalho será apoiar as equipes de busca e salvamento.
Para o sargento Schelb, trata-se um aprendizado único trabalhar uma ocorrência desta magnitude. “Nosso sentimento é de poder ajudar as famílias que estão na espera de encontrar o corpo e fazer um enterro digno. Já tinha sido voluntário e fiquei feliz em receber a convocação para ir”.
Para o cabo Mariano, a expectativa é poder ajudar de alguma forma nesta tragédia. “Fui voluntário e queremos ajudar de alguma forma, mesmo sendo praticamente impossível encontrar vidas”, disse o bombeiro.