Enquanto trabalhava em uma obra, Cristiano Corrêa encostou uma barra de ferro à alta tensão. Ele precisou ter as mãos amputadas. Família que reside em Quartel do Sacramento, em Bom Jesus do Galho, não tem condições de arcar com os custos
DA REDAÇÃO – Um acidente de trabalho ocorrido na cidade de Timóteo, no final do mês de junho, mudou totalmente a rotina de Cristiano Corrêa Siqueira, 23 anos. Ele está internado no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte. O pedreiro encarava mais um dia de trabalho em uma obra, quando retirava uma barra de ferro, que acabou encostando-se à rede elétrica de alta tensão, provocando uma descarga elétrica instantânea. Não se sabe se o operário utilizava equipamentos de proteção no momento do acidente.
Com graves queimaduras, de primeiro e terceiro graus; e ferimentos espalhados pelos braços, mãos e abdômen, Cristiano foi socorrido e transferido para o hospital, localizado na capital mineira. Diante da gravidade dos ferimentos, ele precisou amputar as duas mãos. E foi ainda do hospital que decidiu gravar um vídeo falando sobre sua história.
Apesar do que aconteceu, o pedreiro agradece ter sobrevivido ao acidente e demonstra força de vontade para encarar este recomeço. “Graças a Deus estou vivo, forte e me recuperando. Conto com a ajuda de vocês para conseguir uma prótese. Para que eu possa ficar menos dependente no meu dia a dia. Já agradeço a ajuda de todos que colaborarem e que Deus dê tudo em dobro para vocês”.
O apelo feito por Cristiano se estende à família, que reside em Quartel do Sacramento, distrito de Bom Jesus do Galho, que não tem recursos para arcar com as despesas de próteses e o tratamento que o jovem precisará ser submetido.
Por isso, a irmã de Cristiano, Claudileia Siqueira Corrêa de Oliveira, deu início a uma campanha nas redes sociais, em busca de recurso suficiente para a compra da prótese, estimada pela família em até 300 mil reais. Além disso, os familiares precisam do auxílio de especialistas.
Quem quiser contribuir, pode depositar qualquer valor na conta de Claudileia (Caixa Econômica Federal/ conta corrente: 12800-1/ operação: 001/ agência: 2296).
OS EFEITOS DO CHOQUE ELÉTRICO
A ocorrência de choques elétricos envolvendo trabalhadores em obras civis é bastante comum, principalmente, quando não há o uso de equipamentos de segurança.
A sensação de choque elétrico surge dependendo da intensidade da corrente. De acordo com o manual de NR-10 (Norma Regulamentadora que estabelece os requisitos e condições mínimas com a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, para garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade); de 0,5 a 1 mA, há apenas uma leve sensação de formigamento.
Até 9,9 mA a sensação é cada vez mais desagradável, à medida que a intensidade aumenta. Há possibilidade de contrações musculares. De 10 a 20 mA, há contrações musculares e possível asfixia com perturbações na circulação sanguínea. De 21 a 100 mA, a sensação é insuportável, com contrações violentas, asfixia e perturbações circulatórias graves com possibilidade de fibrilação ventricular.
As correntes elétricas que chegam a matar são aquelas cuja intensidade está compreendida na faixa entre 100 e 200 mA. Acima de 100 mA há asfixia imediata, com fibrilação ventricular e alterações musculares muitas vezes acompanhadas de queimaduras. Próximo de 1000 mA, além da asfixia imediata, há paralisia dos centros nervosos com possível destruição de tecidos e queimaduras graves.
Cristiano levou um choque mais forte que pelo menos 123 vezes o choque de uma tomada residencial de 110 volts. A família acredita que o jovem ter sobrevivido foi um “milagre”.