Faleceu na madrugada de hoje, aos 93 anos de idade, Joaquim Coelho Filho, o “Sô Quinzinho”. O velório acontecerá na Loja Maçônica Caratinga Livre, localizada a Rua Raul Soares, a partir das 7h.
Sô Quinzinho foi entrevistado especial da edição do dia 17 de fevereiro de 2013, quando comemorava a chegada de seus 90 anos. Em entrevista à repórter Nohemy Peixoto, questionado quanto anos ele queria viver ainda, ele respondeu: “Isso pertence a Deus. Eu não gostaria nunca de morrer, gosto muito de viver, muito mesmo e outra coisa, com a idade que eu tenho, tenho medo de morrer. Agora eu sei que falta pouco, pela idade, tenho que ir me conformando aos poucos. Mas, eu não gostaria de morrer, falo com as minhas meninas o seguinte: ‘Quando eu estiver no caixão, deitado lá, esperando a minha vez, elas podem dizer o seguinte, ele está ali, mas está contrariado’ (risos). Eu não gostaria de morrer, mas, enfim”. Já sobre seu sonho, ele revelou: “Sonho que tenho é de morrer em paz”.
Com suas raízes bem fortes na cidade, numa família de sete irmãos, Joaquim Coelho Filho viveu os primeiros anos de sua vida na Praça Dr. Calógeras, atrás do CTC. O seu primeiro casamento, com Marina Ribeiro Coelho lhe rendeu 10 filhos. O relacionamento com a segunda esposa, Maria Luiza Silva Valadares, não lhe rendeu filhos; mas foram 13 anos dos quais mantinha boas recordações.
Orgulhava-se de ser um dos maçons mais antigos de Caratinga e membro da centenária Loja Maçônica Caratinga Livre. Em maio de 2014, recebeu a homenagem do Grande Oriente do Brasil, que congrega todas as lojas maçônicas do País, com a outorga da “Comenda da Ordem do Mérito de D. Pedro I”, a maior condecoração concedida pela maçonaria a um de seus membros. Para ter direito a esta homenagem, é necessário que o maçom já seja possuidor do Título da “Cruz da Perfeição Maçônica” e tenha, no mínimo, cinquenta anos de efetiva atividade ou 35 anos de atividade e prestado relevantes e excepcionais serviços à Ordem, à Pátria ou à Humanidade, a juízo da Comissão de Mérito Maçônico. Dono de um dos mais famosos botequins da cidade, em dois endereços, Quinzinho sabia muito da história de Caratinga e seus personagens mais importantes. Ele foi testemunha de um célebre caso de polícia que agitou a cidade: o assassinato do promotor de justiça Rômulo Pichara Silly, baleado por um desafeto no interior de seu bar, quando ainda funcionava na esquina da Rua Nova com a Travessa Santos Mestre. Sô Quinzinho não gostava de lembrar-se do crime e mantinha reserva sobre o assunto. Mas, segundo informações colhidas pelo DIÁRIO, ele quebrou o silêncio em entrevista exclusiva a Camilo Lucas, Cabeto Carli e Sylvio Abreu, para uma edição especial da Jararaca Alegre. Ele era considerado o padrinho da revista, que seria lançada neste sábado (17).