Adolescente foi até o país asiático onde foi submetida a um tratamento com células-tronco
CARATINGA – Na tarde de ontem, a reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA esteve no Bairro Limoeiro, onde reside a garota Anna Júlia de Oliveira juntos de seus avós. Como sempre, bem-humorada e com um sorriso no rosto, a adolescente fez questão de contar como foi sua viagem para fazer um tratamento com células-tronco na Tailândia.
A adolescente vive em uma cadeira de rodas devido a uma paralisia dos membros inferiores. No entanto sua vida era normal até os seis anos, quando de acordo com informações da família, sofreu crises convulsivas e foi internada em um hospital para tratar, mas o quadro piorou e a menina chegou a ficar em coma. Quando Anna Júlia saiu deste quadro, havia perdido as funções motoras e sensoriais, ficando sem movimento do abdômen e das pernas.
Sem um diagnóstico, a família decidiu tentar o tratamento com células-tronco, que ainda não é feito no Brasil, mas na Tailândia. Como o custo do procedimento é alto, foi lançada campanha para arrecadar doações, que foi abraçada por vários setores e em dois meses foi arrecado os R$ 140 mil para o tratamento e mais uma quantia que segundo a avó Sônia está sendo usado para fazer fisioterapia todos os dias como recomendado na Tailândia.
Anna Júlia contou que foram 21 horas de voo, sendo uma conexão de Belo Horizonte para São Paulo e outra para Bangkok na Tailândia. “Eu amei a viagem, foi a primeira vez que entrei em um avião, foi muito legal”.
Foram 15 dias de tratamento e Anna Júlia contou que fazia fisioterapia duas vezes por dia e para se comunicar com os profissionais de lá quando o interprete não estava por perto, usava a plataforma do google tradutor ou através de gestos.
A rotina de Anna Júlia mudou um pouco, pois precisa fazer fisioterapia todos os dias e a dieta é diferente para que as células-tronco que foram recebidas por seu organismo durem até um ano. Ela não pode ingerir grande quantidade de carboidratos e nem comer açúcar, apenas o que tem nas frutas. Mas para a pequena isso não é problema, pois sua vontade de voltar a andar é muito maior.
O resultado não é imediato como a avó de Anna pensava, agora é preciso muito estímulo através de fisioterapia e paciência para saber o que efeito que o tratamento surtirá. “É meio complicado, achei que ela sairia de lá andando, mas agora sei que não é assim, acho que demora uns seis meses pra começar a ver algum resultado, mas tenho fé em Deus que vai dar certo. Já mandamos fazer uma prótese para a coluna ficar mais reta, pois ela tem um desvio. Vamos fazendo a fisioterapia esperando que ela volte a andar”.
Anna Júlia agradece a todos que contribuíram para que o tratamento fosse possível e aguarda com fé o dia em que poderá voltar a andar.