Até ontem, 80% do efetivo participava do movimento
DA REDAÇÃO- Os 36 sindicatos que representam os trabalhadores do Correios de todo o País aprovaram o indicativo de Greve Geral da categoria por tempo indeterminado. Conforme nota divulgada pela Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios (Fentect) o movimento é “contra a retirada de direitos históricos, que vai rebaixar em até́ 60% o poder de compra dos trabalhadores”.
REIVINDICAÇÕES
A decisão segue o calendário da Federação, que representa a categoria na mesa de negociação com a direção da Empresa. “Durante as negociações entre a direção dos Correios e as entidades sindicais, a Empresa trouxe à mesa a proposta de exclusão de praticamente todas as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) da categoria, o que inviabilizou qualquer possibilidade de diálogo com os trabalhadores. Neste sentindo, a Greve Geral, um direito legal dos trabalhadores, se apresenta como o único instrumento de luta em defesa dos direitos, emprego e sustento dos ecetistas e suas famílias”, disse.
A Fentect ainda cita que é contra o processo de privatização que, “além de promover a demissão de milhares de trabalhadores, significa entregar o segredo comercial brasileiro às empresas privadas internacionais, além de desmontar o sistema de logística e acabar com a integração nacional. Os trabalhadores dos Correios merecem respeito e não irão aceitar que o lucro seja colocado acima da vida. Trabalhamos com péssimas condições de trabalho; com salários defasados e sendo expostos ao vírus”.
Ainda enfatizam que o Correio foi taxado como serviço essencial e seus trabalhadores devem receber “o mesmo tratamento, pois, de fato, são essenciais para diversas atividades que dizem respeito à sociedade. Não aceitamos ser tratados como “objetos descartáveis”. A greve é em defesa dos nossos empregos, nossos salários, nossos direitos e, acima de tudo, em defesa das nossas vidas”.
CARATINGA
O DIÁRIO conversou com o diretor de base do sindicato em Belo Horizonte, Luiz Reis, que destacou que em Caratinga, a adesão dos trabalhadores foi de 80% do efetivo. Por isso, a agência e o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) seguem funcionando parcialmente.
Luiz reforça as pautas da categoria. “Estamos em greve não só em Caratinga, mas o Brasil todo contra todos os ataques do governo, juntamente com a empresa; rebaixamento do salário, pelo fato, que já é o menor salário de todas as estatais, e com isso, abrindo o caminho para a privatização, que é a grande meta deste governo. E, conseguindo este objetivo, virão em sequência as privatizações das outras estatais. Temos que entender, como população que todos perderemos com as privatizações, virá o superfaturamento, além de a empresa que comprar os Correios irá investir apenas nos grandes centros, pelo fato, de não ser lucrativo as periferias e quem pagará por isso seremos nós como população, pelo fato, que o governo ficará responsável pelos locais que não dão lucros”.
Na análise de Luiz, o Correios foi criado não para “lucrar”, mas, fazer o papel social à população. “Porém, independente disso ele é superavitário, então temos que nos conscientizar que todos iremos perder com as privatizações das estatais”.