Até um Cego Pode Ter Fé
Você consegue imaginar:
“Partindo Jesus dali dois cegos o seguiam; e CLAMAVAM: Tem compaixão de nós, Filho de Davi”.
Esses dois companheiros tinham ouvido muita coisa em suas vidas. Como eram cegos, não eram atrapalhados pelo que os olhos físicos veem, e que muitas vezes, é miragem, ou engano mesmo.
Pois as histórias corriam soltas a respeito desse homem de Nazaré, que tinha um coração tão bom que ninguém tinha medo de se aproximar dele. Até as crianças…
E os velhos também,
Mas – também, e principalmente – os doentes, os deficientes, os marginalizados por causa de uma doença contagiosa. (Você já pensou o que um leproso passava – ele era condenado a viver no deserto, no meio do mato, ou entre os rochedos – ali ele estava seguro, ninguém o enxotava. Mais uma: quando alguém se aproximava, ele era obrigado a gritar, e bem alto: Cuidado, sou imundo, tenho doença incurável, não se aproxime!!!
Estes dois cegos – provavelmente, de nascença – também viviam às beiras dos caminhos, da sociedade, da vida normal. Alguns podiam até ter nascido em lares abastados, mas – devido à sua deficiência – sentiam-se como um estorvo, como intrusos, como gente que não era gente, pois tinham limitação, e por alguns – até – interpretada como um castigo, uma maldição dos Céus. Por isso, o conselho natural era: Nunca chegue perto, nunca dê atenção, evite… – não há nada que se possa fazer – são como condenados, condenados a não viver a vida, um direito que o Criador deu a todas suas criaturas…
Você consegue, agora, entender o porquê dos GRITOS, CLAMORES destes dois homens maduros que a sociedade deixou de lado?
Teve quem – entre os que seguiam a Jesus – falou para eles: Hei, parem de gritar. Vocês estão incomodando o Mestre. A gente não consegue escutá-lo – CALEM-SE!
O que aconteceu?
Você quer saber de um segredo?
Esse é muito especial mesmo.
Se você ler a Bíblia, você vai encontrar nas páginas dela muitos lugares onde há pessoas clamando, gritando para os Céus, para Deus, por causa de uma necessidade, uma situação, um sofrimento.
Faça uma leitura rápida da Bíblia procurando tais textos. Você vai ficar surpreso. Começa logo no primeiro livro – Gênesis. No segundo, Êxodo, capítulo 2, versos 23 a 25, é realmente um clássico. Quem faz o barulho eram os israelitas escravos no Egito que gemeram e clamaram. E Deus ouviu… Vá lá e leia (Êxodo 2:23-25).
Voltando a nossa história: os dois cegos não desistiram de gritar. Eles tinham ouvido pessoas dizendo o que esse Jesus tinha feito, como ele tinha ajudado a tantos em situações terríveis. E melhor: ELE NUNCA COBROU NADA!
Esses cegos viam com outros olhos – olhos internos, olhos que veem além das aparências.
Você sabia: Nossa visão pode impedir a fé verdadeira?
Quando isso acontece, somos verdadeiramente perdedores, como disse meu grande amigo e irmão de Caratinga ao ler a coluna anterior:
“O que seria de nós sem a FÉ!!!! O povo está perdendo!!”
E ele continuou: “… na maioria das XX o povo usa como referência de Fé um líder religioso e não a Deus”.
Qual é, então, caros leitores, a nossa referência?
Aqueles dois – sem a capacidade de ver, marginalizados – conseguiam ver mais a fundo. Deus era sua referência.
Por isso, não se calaram – continuaram a clamar,
E foram atendidos, foram curados, puderam ver.
Acredite-me: Clamar faz parte da fé verdadeira.
Aquela que traz resultados de fato. Que é verdadeira!
Bem-aventurados os que clamam…Eles terão milagres, e verão!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]