Prédio do antigo Fórum está entre os cotados para receber estrutura e foi visitado pelo reitor do Instituto
CARATINGA- Datado de 1939, o prédio antigo que abrigava o Fórum Desembargador Faria e Sousa, está entre os cotados para abrigar, provisoriamente, o campus do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) Caratinga. A busca por imóveis já teve início como parte das tratativas para instalação, com a presença do reitor do IF Sudeste André Diniz.
Ao longo desta quinta-feira (16), o reitor esteve reunido na Prefeitura de Caratinga e visitou possíveis locais que possam receber a estrutura do campus a partir do segundo semestre. Dentre eles, além do imóvel do antigo Fórum, que hoje pertence à Câmara de Vereadores; a fazenda do extinto IBC (Instituto Brasileiro do Café), prédio da Funasa, área do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). Uma audiência pública também foi realizada.
Conforme André Diniz, um Instituto Federal é sempre um grande avanço para uma cidade em termos de educação técnica e tecnológica. Para isso, algumas etapas de implantação são necessárias. “Primeiramente, o Governo Federal já decidiu que Caratinga vai receber um Instituto Federal, isso aí é uma decisão já posta. Tomada essa decisão, temos algumas etapas, um diálogo com a Prefeitura sobre como vai se dar a relação com o Instituto Federal em termos dos auxílios mútuos que vão ser estabelecidos; definir qual a melhor localidade para o Instituto começar a funcionar, isso aí entra um espaço provisório para gente começar as atividades. Um espaço definitivo aonde o governo federal vai poder investir recursos para uma construção definitiva, e também um diálogo com a comunidade no sentido de fazer a construção conjunta com essa nova escola, desse campus. Uma das principais características dos Institutos Federais é nós termos uma sintonia com a região onde a gente está inserido, esse diálogo com a comunidade, com arranjo produtivo local, com as empresas da região, com a forma de organização econômica da região para nós é essencial”.
André destaca que agora será realizada uma análise dos locais apresentados, em busca do que melhor vai atender a região. “Estamos vendo vários espaços na cidade que já são construções prontas, e espaços também que são possíveis de serem construídos. E a nossa avaliação será sempre no sentido de onde podemos começar as atividades. A nossa intenção é já ter alguma atividade iniciando a partir do segundo semestre e espaços em que vão poder receber as atividades definitivas do Instituto Federal”.
De acordo com o reitor, o Instituto Federal tem algumas caraterísticas, como a oferta de Ensino Técnico, prioritariamente na modalidade Ensino Médio Integrado, ou seja, o aluno faz o Ensino Médio junto com o Ensino Técnico. A segunda caraterística é chamada de verticalização, ou seja, o aluno quando entra no Instituto pode começar fazendo o curso técnico, depois fazer uma graduação, em seguida a pós-graduação e, em alguns casos, pode chegar até ao mestrado ou doutorado. “Nós temos escolas na nossa rede que oferecem inclusive curso de doutorado, obviamente, a longo prazo. Então, a estrutura nossa precisa prever e comportar toda essa dinâmica, Ensino Médio, isso requer refeitório, quadra poliesportiva, biblioteca. Ensino Médio e Graduação que vão requerer laboratório especializado na área que formos ofertar, laboratórios para pesquisa, para graduação, pós-graduação, e assim por diante. É uma estrutura robusta, complexa, um investimento alto, mas que vem sendo replicado pelo país há muito tempo, e como muita eficiência e muito bem experimentado e que tem dado muito certo”.
A princípio, o Governo Federal está fazendo o projeto de lei para criação dos cargos públicos, professores e técnicos administrativos que vão compor as novas unidades que foram anunciadas. “A perspectiva é que esse projeto de lei seja tramitado e aprovado entre o segundo semestre desse ano e o primeiro do ano que vem. Só que a nossa intenção já é começar uma atividade nesse segundo semestre, portanto, a gente precisa de alguma atividade que não requeira ainda esses novos servidores. E aí, o próprio governo federal tem algumas alternativas de projetos que podem usar a estrutura sem a necessidade de servidor, contando coma utilização de pessoas que sejam bolsistas e possam trabalhar em turmas que vão ser abertas”, destaca André Diniz.
O reitor ainda chama atenção para o projeto “Mulheres Mil”, que abre turmas para mulheres em situação de vulnerabilidade social. “Hoje, por exemplo, temos nossa instituição rodando em cerca de seis turmas, aí a gente gostaria de começar as atividades nessa nova unidade, no campus Caratinga com um projeto desses. Outros projetos podem acontecer, o governo tem outras possibilidades e a gente está verificando isso se vai ser possível”.
O secretário de Desenvolvimento Social Humphrey Lima enfatiza a relevância da instalação do campus para o município. “Nossa cidade já tem essa vocação, temos aqui as faculdades e o Instituto vem para aumentar ainda mais esse leque, de forma totalmente gratuita. E um desenvolvimento da economia, são 110 empregos, funcionários federais que estarão aqui em Caratinga, que vão mudar pra cá, isso é de extrema importância. Ficamos muito felizes por fazer parte dessa história. Que essa instalação seja o mais rápido possível para a gente partir para um investimento que acreditamos que seja em torno de R$ 15 milhões na construção da sede própria”.