Margareth Maciel de Almeida Santos
Doutora em Sociologia Política (IUPERJ)
Membro do Instituto Nacional dos Advogados do Brasil (IAB-RJ)
Feliz em estar de volta para a minha Coluna: A QUESTÃO NÃO ESTÁ EM PAUTA, Diário de Caratinga. Dizem que felicidade são os momentos que vivemos em sintonia com o outro, alegria de estar com o outro. E confesso que me sinto feliz quando escrevo, quando estou aqui com vocês dividindo minhas opiniões, meus pensamentos que muitas vezes são coerentes com o pensar do outro, mas que também provocam discordâncias. A vida é assim mesmo… e é assim que aprendemos a ser melhores em tudo, como disse o conjunto Jota Quest; melhores no amor, melhores na dor, melhores em tudo. Mas o importante é que o Diário, na pessoa do seu editor José Horta, me disse que eu poderia trazer novamente a minha liberdade de escrever para esse instrumento tão eficaz de informações que é o Diário de Caratinga.
Agradeço também a todos e todas os leitores que de alguma forma ficaram incomodados com a minha ausência e me questionaram o porquê do sumiço. Eu confesso que desde que em sequência perdi minha mãe, a nossa babá (minha e do meu irmão) que foi de uma certa forma mãe, depois quebrei a coluna e perdi o meu amado irmão algo mudou em mim. E só agora a força do Espírito Santo, Nossa Senhora de Fátima e de São Francisco de Assis para estar aqui novamente. Cair e levantar…sempre! Eis o meu lema.
Mas chega de falar de mim, pois domingo é dia das mães. Vamos falar de Rita Lee, cantora brasileira, que morreu na última segunda-feira e se eternizou através de décadas como a Rainha do Rock, denominação que não gostava de ser conhecida, pois preferia Rainha da Liberdade.
Refletindo sobre suas canções ela priorizava a mulher com um alcance muito grande no entendimento dos sentimentos da mulher. Aspectos moralizantes que foram e continuam sendo reproduzidos pela cultura hegemônica, o que a fez ser conhecida como a rebelde, a ovelha negra da família, se mostrando como feminista, libertadora, mas que com a sua voz maravilhosa nos embalava em suas canções e cantávamos junto com a artista dançando ao som de um bolero. Quem não cantou juntamente com a cantora, guitarrista, a feminista Rita Lee mesmo que anos atrás e até hoje a sociedade impõe as mulheres como se vestir, o que falar, como se comportar, finalmente colocar a mulher como objeto? Ah não isso não!
Nós mulheres e mães de hoje não somos emolduradas completamente por um símbolo da antiguidade, eternamente girando aos moldes da fantasia da realidade de ontem. Muitas de nós não somos aquela feminista radical, mas falamos para a sociedade que queremos trabalhar, que queremos ser independentes e ansiamos em ganhar como os homens quando ocupamos o mesmo cargo.
Falamos com tanta alegria quando contamos aos outros que nossas filhas são advogadas, funcionárias públicas, médicas, enfermeiras, técnicas, dentistas, fisioterapeutas, manicures, cabelereiras, etc. Gostamos de contar que quaisquer que seja o trabalho de nossas filhas para garantir a sua independência, é um orgulho para nós mães.
Essas incongruências sobre a vida moderna de certa forma flutuam como sendo uma leveza quando ensinamos as nossas filhas os nossos valores de ser mulher e de ser mãe.
Rita Lee nos conta as pesquisas que fiz em vários sites, que ela era uma mãe dedicada e uma avó tão cuidadosa que quando eu ouvi o seu filho comentar sobre a artista, cantora, feminista e MÃE, senti o orgulho que ele tinha de ter a tido como mãe, além de nos falar que muitas coisas virão ainda sobre Rita Lee no sentido cultural. O neto de 4 anos fez um pedido para homenagear a avó. (uol.br). E quem disse que avó não é mãe também? É claro que as responsabilidades são diferentes, mas deve ser um amor imenso. Confesso que sou avó de duas cachorrinhas e de um cachorrinho, e eu os amo. Imagina quando eu for avó!
Às vezes eu percebo que minhas filhas viraram minha mãe, quando elas me surpreendem com tanto carinho, me perguntando se estou feliz ou se estou triste ou se estou tomando meus remédios. Filha de filhas ou de filhos. Que magia a grandeza de ser mãe e de poder deixar o nosso legado.
O site uol.com.br disse que em 04 de fevereiro de 1995, Rita Lee “se fantasiou com uma roupa semelhante à de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil, considerada por nós católicos, e rezou uma “ AVE MARIA”, antes de tocar a música “ TODAS AS MULHERES DO MUNDO”. Na época, a Arquidiocese do Rio de Janeiro divulgou nota oficial se sentindo muito ofendida. Inclusive possa contar a vocês que eu também me senti.
Hoje com os meus sessenta anos, faço uma leitura diferente. Não sei o que passava na cabeça da artista na época, mas penso que em seu outro contexto, que Rita Lee vivia, posso dizer que ela tinha alguma admiração por Nossa Senhora, a mãe de Jesus e nossa. Sabem porquê?
Porque ela juntou suas mãos e rezou uma AVE MARIA. E posso lhes contar que pelo que conheço de nossa mãe Maria, aquela que disse sim aos planos de Deus, e que nos permitiu chamar Jesus de nosso irmão, pois foi por meio de seu ventre que Jesus veio ao mundo, Nossa Senhora esplendida como é, brilhante como o sol, formosa como a lua, terrível como um exército em ordem de batalha, recebeu a alma de Rita Lee no céu e a entregou a Jesus. Nossa Senhora é Rainha do céu e da terra, mas sua humildade é magnifica.
Assim desejo a Todas as mães do mundo, parafraseando Rita Lee, muitas felicidades e amizade com suas filhas e filhos.