Gente de fé e suas ideias
A história da Bíblia que quero contar revela uma ação muito incomum, mas que – quando praticada – ajuda uma pessoa necessitada.
Eu a encontro no Evangelho de Lucas, no capítulo 5, versos 17 a 26. O título é “o paralítico de Cafarnaum”.
Há detalhes que não temos e que vou imaginar. Por exemplo: como surgiu a ideia entre esses 4 amigos do doente de leva-lo a Jesus.
Ora, que Jesus estava na cidade era notícia que corria de boca em boca. E que ele já tinha feito muitas curas – e milagres, também.
Assim, alguém – um alguém cujo nome desconhecemos e que tivera o privilégio de assistir um evento no qual Jesus agira de forma extra-ordinária, chegou a seus três amigos, e disse:
– Hei, não aguento mais ver o nosso Adalberto deitado, incapaz de fazer coisa alguma. Vamos surpreende-lo, e leva-lo até o Mestre que está na casa do Beijamin e da Norca.
Dito e feito, e sem muita cerimônia, pegaram as quatro pontas da maca na qual o Beto estava deitado, e o carregaram até a casa do Beija.
Entretanto, não sabiam que outras pessoas – inclusive gente importante: a alta elite da cidade e de outras cidades, até da capital, de Jerusalém – estavam lá.
Por dentro e por fora, gente e mais gente – todos muito calados e atentos, pois o Mestre estava falando…
De repente, barulho lá fora. Eram os quatro amigos querendo entrar na casa – mas isso era impossível. Todos estavam muito ligados ao que Jesus estava fazendo e dizendo.
– Aqui não dá – está tudo cheio, não tem jeito não.
Mas gente de fé é gente que tem ideias diferentes, talvez até um pouco ingênuas – ou mesmo, ideias de criança:
– Olha, que tal se nós o levássemos lá para cima, e abrindo um buraco no telhado, o baixaríamos com esses panos na frente de Jesus!
Loucura, mas… quem sabe vai dar certo!
– Vamos lá, logo!
E conseguiram. Finalmente, o amigo estava lá dentro, na frente do Mestre.
Para Jesus isso não pareceu nada estranho. – Essa gente gosta mesmo desse pobre rapaz, pensou. – Isso é fé de verdade. E, então, falando ao rapaz deitado na sua frente:
– Teus pecados estão perdoados.
Silêncio geral – ninguém entendeu nada. Jesus, porém, sabia que seus críticos estavam aí no meio da plateia: pessoas mal-intencionadas, talvez até invejosas pelo sucesso que estava tendo. Lançou então mais uma pergunta:
– O que é mais fácil dizer: “Seus pecados estão perdoados” ou “Levante-se e ande”?
– Perdoar pecado – só Deus pode, pensaram os críticos. Mas curar um paralítico – só Deus também! Essa pergunta está difícil de responder.
Jesus não estava preocupado com seus críticos. Mas tentou faze-los pensar um pouco mais. Afinal, eles eram cegos, e – como até hoje existe o mesmo problema – eles eram desumanos, pois pouco se importavam com a situação do paraplégico.
Para Jesus, o importante era o ser humano – aquele ali, que pela ação até infantil de seus amigos, tinha sido colocado diante dele.
– Para que vocês saibam que eu recebi autoridade para perdoar pecados, digo a este homem: Levante, pegue sua maca, e vá para casa!
A emoção e comoção foi geral… E imagine a alegria do Beto – agora um abençoado Adalberto!
Pergunto: – Você sabia que sua fé unida à fé de outras pessoas pode fazer milagres – milagres e curas impossíveis?
E não importa o lugar: pode ser na rua, na escola, ou mesmo, em sua casa.
Fé – crer como uma criança crê, é isso que Deus espera de nós!
Você está se lembrando de alguém que sofre, que precisa de um milagre. Fale com seus amigos – juntos, levem-no a Jesus!
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]