Um rico que virou criança?
Hoje preciso contar algo que aconteceu na vida de Jesus. Está registrado em Lucas no capítulo 19: é a história do Zaqueu de Jericó.
Quem era ele?
Diz ali que ele era rico e “chefe dos publicanos” – em outras palavras, ele, como judeu, tinha conseguido emprego com os romanos.
Logo com quem! Eles tinham conquistado – via guerra de ocupação – todo o território de Israel!
O que ele fazia? Cobrava impostos do povo judeu para os bolsos dos romanos.
Além de ser visto como inimigo do seu povo, ganhava muito bem! Como autoridade, podia cobrar o valor que quisesse! Ele tinha poucos amigos – e era odiado por muitos!
Mas – um dia – ele ouviu que Jesus, o mestre judeu, estaria passando pela sua cidade. Já tinha ouvido muitos falarem dele, e agora ele achou que era a vez de conhece-lo.
Detalhe: o homem era baixinho, e no meio de uma multidão, ele desaparecia, e também, não conseguia ver nada.
Tomou uma decisão: imaginou onde o Jesus iria passar pela cidade:
– Perto da figueira! Ela é fácil de subir.
Dito e feito -, ele foi e subiu na dita árvore.
Não deu outra. Momentos depois vinha a multidão, e Jesus puxando o cortejo.
O ricaço estava escondido em cima da árvore – Ninguém vai me ver aqui, pensava ele.
Assim que Jesus chegou no ponto, olhou para cima e pimba – viu Zaqueu e até sabia o nome da figura. Jesus falou direto, sem rodeios:
– Zaqueu, desce depressa, porque hoje tenho de ficar em tua casa.
A autoridade não teve saída. Escorregando rápido, lá estava ele do lado daquele a quem ele tanto queria conhecer.
Foram direto para a mansão, e logo as mesas foram postas, e um banquete estava sendo oferecido.
Os amigos, os curiosos, outras autoridades da cidade tinham entrado também. Jesus e sua turma logo se acomodaram.
Espera aí – subir numa árvore – isso é coisa que adulto, ou até mesmo, que uma pessoa de destaque faria?
– O que estava acontecendo? O rico tinha ficado maluco?
Mas, havia mais surpresas para gente grande:
De repente o baixinho se levanta, pede silêncio, e dirige uma palavra diretamente para Jesus, e todo o mundo escuta:
– Vê, Senhor, darei aos pobres metade dos meus bens, e, se prejudiquei alguém em alguma coisa, eu lhe restituirei quatro vezes mais.
Por tal discurso ninguém esperava.
O homem estava fora de si.
Ele virara uma criança! Ele disse que daria metade de sua riqueza para os pobres!
Imagine as reações!
Mas não parou aí: aos que prejudicara – e tinha muitos -, ele se propôs a devolver quadruplicadamente!!!
O Mestre, porém, achou isso bem normal, e disse:
– Hoje a salvação chegou a esta casa, pois este homem também é filho de Abraão!
Você está entendendo: aqui temos mais uma atitude de “criança” – que no caso é fazer coisas corretas, inesperadas sem buscar a aprovação ou o aplauso da plateia, do público – sem exigir um ‘like’, sem cobrar pontos…
Entretanto, esse que é o reino de Deus que Jesus veio trazer, e sobre o qual ele pregava, e que para entrar nele, a pessoa tinha que se tornar uma criança!
Imagine como seria nosso mundo onde isso estivesse acontecendo.
Seria um paraíso, e não haveria pessoas carentes… Pois a sensibilidade dentro de cada um de nós faria tudo para que todos tivessem o que necessitam…
Sinceramente, esse continua sendo o plano do Senhor.
E, sim: existem lugares, comunidades HOJE onde isso continua sendo praticado.
Quando Jesus reina em nós, aquilo que parecia uma solução, ou um tipo de salvação – perde o brilho, e é desmascarado.
A bondade, a generosidade que emana do Senhor Jesus é incomparável.
Rev. Rudi Augusto Krüger – Diretor, Faculdade Uriel de Almeida Leitão; Coordenador, Capelanias da Rede de Ensino Doctum – UniDoctum; E-mail: [email protected]
A NECESSIDADE DE SER CRIANÇA-4
