Milhares pessoas se candidatam para emprego na Faveni. Foram disponibilizadas 100 vagas e alguns candidatos dormiram na fila
CARATINGA – Conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego do país ficou em 12,7% no primeiro trimestre de 2019. O estudo mostra que a taxa ficou 1,1 ponto percentual acima da registrada no quarto trimestre de 2018, quando o desemprego estava em 11,6% da força de trabalho. Frente a um ano antes, porém, a taxa de desemprego está 0,4 ponto percentual menor – na ocasião, estava em 13,1%. Mas a imagem de fila quilométrica que se formou no centro de Caratinga desde a noite de quinta-feira (4) fala mais do que qualquer pesquisa. A fila era composta de pessoas de várias faixas etárias querendo entregar um currículo para ingressar na Faveni. Mesmo sabendo que a concorrência era do tamanho da fila, os candidatos estavam esperançosos em conseguir uma das 100 vagas abertas pela empresa.
A diretora geral da Faveni, Sheila Timóteo, disse que não esperava que tantas pessoas apareceriam procurando emprego. “Durante toda semana recebemos ligações, pessoas vieram até a recepção buscar outras informações, a expectativa foi totalmente superada, um número muito superior ao que a gente estava esperando. Estamos trabalhando com duas etapas, nesse primeiro momento o candidato responderá um questionário muito simples, que imediatamente será corrigido. Hoje (ontem) ainda daremos um feedback para essas pessoas, e na segunda-feira farão uma prova e na terça-feira teremos uma entrevista para selecionar as 100 pessoas” explicou a diretora.
Como a direção da Faveni soube que algumas pessoas dormiram na fila, o atendimento que estava previsto para começar às 9h, começou uma hora antes. “Eram seis pessoas atendendo, subimos esse número para 15 e começamos mais cedo por respeito às pessoas” pontuou Sheila Timóteo.
OS CANDIDATOS
A faixa etária para conseguir um emprego era bastante heterogênea. Muitos jovens buscavam o primeiro emprego e pessoas mais experientes tentavam driblar o desemprego.
Breno Igor da Silva Damásio, 19 anos, chegou à fila às 6h e estava ansioso para tentar conseguir o primeiro emprego. “Terminei o ensino médio em 2017 e estou tentando o primeiro emprego, já espalhei currículo por todo lado e até agora nada. O que aparecer vai ser lucro, vou tentar para qualquer vaga, preciso desse emprego para continuar estudando”, considerou o jovem.
Giane Rodrigues de 40 anos, está desempregada há mais de um mês, e chegou na fila às 5h30 para tentar preencher a vaga de serviços gerais. “Quando cheguei tinham 50 pessoas na minha frente, fui atendida às 9h, respondi algumas perguntas rapidamente, e disseram que se a pessoa for selecionada fará uma prova. Se Deus quiser vou conseguir o emprego, preciso com urgência”, comentou.
Maria da Penha Campos, 64 anos, trabalha com limpeza e está desempregada há dois anos. “Na minha casa apenas minha nora trabalha, somos cinco pessoas, meu filho está desempregado, já trabalhei em escola com limpeza, preciso muito desse emprego”.
Antônio Sabino Neto, 52 anos, desempregado há um ano, é mestre de obra e já trabalhou por três vezes no exterior e decidiu tentar um emprego na Faveni. “Vou tentar serviços gerais, já tem um ano que tenho currículo espalhado por aí, sou da região de Ipatinga, moro aqui há uns três anos, trabalhava nessas usinas aí fora, mas tá muito difícil”.
Michael Victor Bruno da Silva, 19 anos, também tenta o primeiro emprego. Ele veio de Piedade de Caratinga. “Não sei quais as vagas disponíveis, mas preciso de um emprego para pagar minha faculdade de enfermagem”, contou o candidato.
Karina Fontes Vieira, 46 anos, falou da importância de outras empresas terem a mesma iniciativa que a Faveni. “É uma oportunidade que estamos tendo, e mostra outra realidade que tem que ser despertada nos empresários de Caratinga, uma função mais empreendedora de dar vagas, capacitação muitos aqui tem, mas não está tendo oportunidade. Estou desempregada há mais de três anos, o mercado está muito difícil, tenho experiência com vendas, tenho visado há bem tempo a Faveni, que é uma área educacional”.