Nova fase da ação do GAECO prende suspeitos de tráfico em quatro cidades. Cinco pessoas foram detidas em Caratinga
DA REDAÇÃO – Na manhã de ontem, o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (GAECO) de Ipatinga deu continuidade à Operação “ARES”. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão e 14 mandados de prisão nas cidades de Ipatinga, Caratinga, Coronel Fabriciano, Santana do Paraíso e João Monlevade. Cinco suspeitos foram detidos em Caratinga.
AS INVESTIGAÇÕES
Segundo o GAECO, as investigações remontam há meses e se referem a um esquema criminoso organizado, com finalidade de comercialização e distribuição de grande quantidade de entorpecentes, bem como roubo à mão armada a instituições financeiras (explosão de caixa eletrônico), na região do Vale do Aço, Caratinga e João Monlevade. As investigações apontam que a revenda de substâncias entorpecentes continuam sendo gerenciadas por pessoas presas em unidades prisionais.
De acordo com as investigações, no fim de 2017 foram apreendidos, aproximadamente, 500 kg de maconha na cidade de Itabira, que segundo investigações procedidas pelo GAECO, pertencem ao grupo criminoso desmantelado. “Na oportunidade foi preso um dos alvos da operação Tiago Gonçalves Cabral, pessoa responsável pelo transporte e revenda em Ipatinga, Caratinga, João Monlevade e Itabira”.
Já em 26 de janeiro de 2018 foi apreendido no Mato Grosso do Sul aproximadamente 500kg de maconha, “substâncias que estavam sendo transportadas por Juliano José dos Santos, vulgo “Juca”, morador do bairro Bethânia em Ipatinga, e tinha como destino as cidades de Ipatinga e Caratinga. Naquela oportunidade o investigado abandonou a substância ora mencionada não sendo preso”.
Recentemente policiais do GAECO efetivaram a prisão de Juliano José dos Santos após ele deixar para trás aproximadamente uma tonelada e cem quilos de maconha na cidade de Paranhos – MS. “Somente as três cargas, não considerando as apreensões menores que ocorreram durante as investigações, somam-se duas toneladas e cem quilos”, informa o GAECO.
O GAECO afirma que somente a organização investigada trazia para as regiões e cidades apontadas, quase meia tonelada mensal de maconha.
Segundo análise dos agentes, Jander Carlos Jerônimo, mesmo recluso no Complexo Penitenciário Nelson Hungria, mantinha contato e fazia utilizar de seu “braço forte fora da Unidade Prisional”, Juliano José dos Santos, contumaz na prática de delitos diversos, possuindo inquéritos por furto, uso de documento falso, dentre outros. Segundo informações, Juliano seria o responsável pela aquisição de armas de fogo para serem utilizadas pela quadrilha durante as ações delituosas. De acordo com o GAECO, a associação criminosa contava com Lorrainy Teixeira, companheira de Juliano, com quem mantinha contatos frequentes, “além de ser conivente com as práticas criminosas e tirar proveito das vantagens pecuniárias ilegais arrecadadas com a prática do tráfico de drogas e crimes diversos”.
Segundo as investigações, “na organização criminosa, Juliano José dos Santos, Yuri de Oliveira Maria e Tiago Gonçalves Cabral possuíam relações diretas e estavam no mesmo patamar”.
A coordenação de Jander Carlos se fazia também sobre Tiago Gonçalves Cabral, até então fugitivo do presídio de Barão de Cocais, onde cumpria pena pela prática de tráfico ilícito de drogas, sendo que na ocasião de sua prisão, foram localizados em seu poder cerca de 676 tabletes de maconha. Segundo informações, o entorpecente apreendido estaria ligado diretamente à facção criminosa liderada por Jander Carlos. “Durante as investigações foi possível apurar que José Luiz Ermelindo Ferreira fornecia apoio logístico a organização criminosa alugando veículos para prática de delitos, fugas e para utilização como “batedor” (para avisar da presença da polícia), quando os infratores estão trazendo carregamentos de drogas e armas”.
“Tiago Gonçalves Cabral conta com incondicional apoio de seus comparsas Jhone Alves Romualdo e Diego Nascimento Gonçalves que por suas vezes também revendiam para usuários diversos”, acrescenta o GAECO.
RAMIFICAÇÃO EM CARATINGA
As investigações também apontaram que a estrutura organizacional da quadrilha criminosa possuía seu braço também na cidade de Caratinga, através de Wesley Saturnino Ferreira, vulgo “Pingo”, “que era o responsável por auxiliar nas fugas das explosões de caixas eletrônicos e a conversão de valores em substâncias entorpecentes. Ora, assim acima de Wesley Saturnino estava Jander Carlos e abaixo na organização estrutural e empresarial encontrava-se as pessoas de Vinícius Ferreira Gomes, vulgo “BM”, “Moço” também conhecido com o prenome de “Léo” (Leonardo Lucas de Oliveira Souza), Arlequina (Fernanda Vieira de Lima) que atuam como vendedores de entorpecentes para “Pingo”, sendo responsável por cooptar clientes, bem como entregar as drogas e receber o dinheiro. Não obstante aos mencionados acima também se fazia valer de sua amásia Jennifer Kelly Gomes Ferreira e seu braço forte José Mário de Oliveira que ajudavam na guarda e comercialização das drogas proibidas. Abaixo do último citado, encontrava-se Reginaldo Roberto de Almeida”.
Conforme o GAECO, através de diligências realizadas durante o transcurso da primeira fase da operação foi possível apurar que o identificado citado como Jhone Alves Romualdo, o ‘Gordim’, também se associava a organização criminosa ora investigada, atuando principalmente na compra de entorpecentes diretamente de fornecedores do estado do Mato Grosso, divisa com Paraguai. Esse grupo possuía vínculo direto com Tiago Gonçalves Cabral.
No transcurso da operação, surgiu o bloco de Gabriel Silva de Oliveira, vulgo “Biel”, e Ramon Adonay Valadares. “Durante as diligências, constatou-se que Ramon promove a prática reiterada do tráfico de drogas bem como conversa sobre buscar armas e drogas em outro estado”. A respeito de Vinícius Ferreira Gomes, as investigações apontaram que ele encarregava seus comparas para redistribuição, sendo os comparsas o próprio pai Jorge Antônio Gomes, além de Pedro Henrique Gomes Amador e Thais Nascimento Domingos.
“O grupo criminoso contava com a participação de vários menores para a guarda e revenda da droga”, relata a nota divulgada pelo GAECO.
SUSPEITOS PRESOS
Os suspeitos Wesley, Thiago, Yuri, Juliano, Vinícius e Leonardo já estavam detidos. Ontem, o GAECO prendeu Junio Donato Gouveia e Pedro Henrique Gomes Amador em Coronel Fabriciano; Lorrainy Teixeira, Nelielson Amorim da Silva e Diego Nascimento Gonçalves foram detidos em Ipatinga. Jhone Alves Romualdo foi preso em João Monlevade, enquanto José Mário de Oliveira, Reginaldo Roberto de Almeida, Jorge Antônio Gomes, Jhennifer Kelly Gomes Ferreira e Thais do Nascimento Domingos foram detidos em Caratinga.