O termo “spoiler” vem do inglês, relacionado ao verbo “To Spoil”, que significa “estragar”. O termo se tornou popular no Brasil, e se trata de revelações feitas por alguma pessoa que antecipam o desfecho de alguma história, seja a história de um livro, filme, série, jogo, novela, etc. Um spoiler acontece quando alguma pessoa revela ou divulga informações importantes que outras pessoas ainda não tenham visto de uma determinada mídia, como livro ou série, estragando a experiência dessas pessoas, assim, o termo spoiler pode ser relacionado ao termo “estraga-prazeres”.
Com o boom da internet, e a maior facilidade ao acesso à inúmeros tipos de mídias diferentes, facilitando assim o acesso à séries, livros, filmes, jogos, e a diversas outras mídias, o que ganha ainda mais força com os serviços de streaming, é fácil de encontrar incontáveis reviews e resenhas de toda espécie de mídia imagináveis, onde são dadas inúmeras revelações, o que fez com que o termo “spoiler” se popularizasse.
Muitas pessoas não gostam de receber spoiler, pois o spoiler estraga a experiência das mesmas ao receberem adiantado informações sobre alguma história, estragando o prazer e a emoção de descobrirem por si mesmas tais informações. Quem não conhece alguém que fica chateado ao tomar conhecimento do final de uma história enquanto ela ainda está na sua metade? Talvez você seja uma pessoa assim.
Particularmente, eu não me importo com spoilers, não me importo em saber o final de uma história, seja em qual mídia for. Na verdade, ao contrário do que acontece com a maioria das pessoas, o spoiler dado me impulsiona ainda mais a querer acompanhar a história, pois fico curioso para saber como as coisas se desenrolarão até chegar no final ao qual já tive acesso. A história, o caminho percorrido, os acontecimentos que levam ao clímax, isso me importa mais do que o final em si.
Mas, pessoas como eu são um caso à parte. Fato é que a grande maioria das pessoas não gostam de spoilers. E existe um spoiler em particular que abala praticamente todas as pessoas do mundo, de maneira que todos preferem não pensar nele, e é esse spoiler que eu quero trazer à tona: o spoiler que revela o fim de nossa trajetória, o fim de nossa jornada… a realidade da morte; a realidade de que todos vamos morrer um dia, em uma hora inesperada.
Nosso cérebro tem um mecanismo de defesa que nos impede de ficarmos pensando na morte, que nos impede de ficarmos pensando em tudo o que pode nos acontecer que poderia ocasionar o nosso fim. Somos expostos a situações perigosas todos os dias, e se nosso cérebro não tivesse esse mecanismo, viveríamos trancados em um quarto. Mas a realidade da morte é um fato inevitável. Todos vamos morrer.
Diante dessa realidade, o que temos feito de nossas vidas? Se o seus dias e oportunidades na Terra se findassem hoje, você partiria feliz? Partiria satisfeito? Partiria em paz com a família (com pai, mãe, irmãos, filhos, esposa, marido)? Teria passado tempo suficiente com quem importa? Teria aproveitado esse tempo? Pense nisso, meu caro leitor: se seus dias de vida se findassem hoje, você partiria satisfeito e feliz com a vida que viveu? Você teria tido tempo de demonstrar amor, carinho e atenção a quem você ama? Você partiria em paz com quem você ama e é importante para você?
Que nesse início de ano venhamos repensar nossa trajetória, repensar nossas vidas e ações, aproveitarmos a cada dia a oportunidade que Deus nos deu de mudarmos nossa história, de fazer o que realmente importa, de estar com quem realmente importa, para que possamos partir felizes e satisfeitos quando a realidade inevitável da morte chegar. E enquanto esse dia não chega, possamos viver cada dia, aproveitar cada oportunidade, para fazermos de cada dia o melhor dia de nossas vidas, vivendo cada segundo da melhor forma possível.
Aproveite o início de mais um ano para mudar todo o rumo de sua trajetória, e consertar tudo aquilo que necessita de conserto. Cada dia novo, é uma nova oportunidade para mudarmos nossa história.
Wanderson R. Monteiro
(Bacharel em Teologia pelo ICP (Instituto Cristão de Pesquisas); Vencedor do Prêmio Marilene Godinho de Literatura, em 2016, na categoria Contos; e em 2017, na categoria Crônicas; e segundo lugar em 2018, também na categoria Crônicas)
(São Sebastião do Anta – MG)