O racionamento começou um dia após a fala do presidente Lula (PT) que disse que o país pode precisar importar o produto
Um dia após a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) – que afirmou que o país pode precisar importar arroz para equilibrar a produção e conter o aumento dos preços devido à quebra de produção gaúcha – os Supermercados BH e o Mart Minas amanheceram, na quarta-feira (8/5), com placas que limitavam a compra de arroz por clientes, apenas cinco pacotes de cinco quilos por pessoa.
Apesar da ação das redes, a maioria dos supermercados de Belo Horizonte não deve fazer racionamento, já que a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais garante que não faltará fornecimento devido à tragédia que assola o Rio Grande do Sul.
O Estado de Minas flagrou a situação em uma loja do Grajaú, na Região Oeste. No local, o aviso dizia: “ATENÇÃO!!! Srs. clientes: arroz limitado a 5 unidades por pessoa”. A reportagem tentou contato com funcionários, mas ao ligar para o local, o telefone estava ocupado durante toda a tarde. Por meio da assessoria de imprensa, os Supermercados BH afirmaram em nota que implementaram medidas preventivas para garantir suprimento contínuo de arroz, mas a rede assegura que não vai faltar este item essencial em suas lojas. “A precaução visa desincentivar que o consumidor faça um estoque desnecessário, o que poderia resultar em escassez injustificada do produto”.
Ao entrar em contato com MartMinas, o EM também constatou o racionamento por parte da empresa. Em nota, o supermercado afirmou que, em decorrência das recentes condições climáticas desafiadoras enfrentadas pelo estado do Rio Grande do Sul, estarão implementando uma medida temporária de restrição nas vendas de arroz a partir de hoje, quinta-feira (9/5). “É importante ressaltar que esta restrição não afetará o consumidor final no varejo. Nossa intenção é assegurar que a disponibilidade do arroz seja mantida para todos os clientes, enquanto trabalhamos em conjunto para superar os desafios recentemente impostos. Neste momento, é crucial que nos unamos em solidariedade ao Rio Grande do Sul e às comunidades afetadas pelas chuvas. Estamos comprometidos em fazer nossa parte para apoiar a região e seus habitantes durante este período desafiador, fazendo a doação de 90mil litros de água potável.”
O Rio Grande do Sul vem sofrendo com temporais que deixaram a maioria das cidades do estado debaixo d’água. O Congresso Nacional decretou calamidade pública. A situação é tão grave que, no momento, é cogitada uma reestruturação de quase todas as cidades gaúchas. Em 2022, as exportações de Minas para o estado totalizaram R$ 23 bilhões, enquanto as importações atingiram R$ 24 bilhões, provando que a região é uma das maiores parceiras comerciais do estado mineiro.
Enquanto milhões de gaúchos sofrem com as enchentes, a situação preocupa em Minas. Isso porque, até o momento, áreas rurais estão submersas, produções inteiras foram comprometidas, além de áreas industriais e comerciais também estarem inoperantes. A maioria das estradas do Rio Grande do Sul também não está em uso.
Questionada sobre o problema, a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais informou que não há cenário de desabastecimento de arroz em Minas Gerais, em virtude da situação de calamidade no Rio Grande do Sul, responsável pela maior produção do alimento no Brasil.
“Cabe informar que estima-se que cerca de 80% da safra de arroz já foi colhida. Neste cenário, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), segue atento às deliberações do Governo Federal sobre o tema.”
Fonte: Estado de Minas