Por Paula Lanes (texto) e Adenilson Geraldo (fotos)
Pela primeira vez Priscilla Augusto, que sobreviveu ao acidente que aconteceu no ano passado e teve como vítimas fatais sua mãe e sua tia, fala como está sendo sua recuperação e superação
CARATINGA – No dia 19 de abril do ano passado do mês passado, uma família teve quatro de suas integrantes envolvidas em um acidente. O Pálio, placa GVI-9078 de Caratinga, conduzido por Lúcia Helena, 57 anos, saía do Córrego do Barracão, zona rural de Ubaporanga, onde a família da professora Fátima do Rosário Silva, 61, possui uma propriedade. Quando Lúcia deixava uma estrada vicinal para entrar na BR-116 e ir para Inhapim, o automóvel colidiu frontalmente contra a carreta, placa ETV 7651/São José dos Campos.
Fátima e Lúcia morreram na hora, enquanto Priscilla Augusto, e Elizabeth Cristina, ficaram gravemente feridas. Fátima é mãe de Priscilla e cunhada de Elizabeth e Lúcia.
A família Augusto e Silva foi se partindo aos poucos. Em 2004, o irmão de Priscilla, Ramon, que era bombeiro, morreu em um grave acidente. No ano retrasado (2013), Priscilla perdeu o pai, Milton Augusto, que faleceu em decorrência de complicações da diabetes.
De uma família de cinco pessoas ficara duas, Zenon e Priscilla. Priscilla, por milagre, está viva e se recuperando dos graves ferimentos que sofreu.
Priscilla recebeu a reportagem do DIÁRIO DE CARATINGA esta semana em sua casa, na Rua João Pinheiro, onde passou a morar depois do acidente com a tia Olga Maria das Neves.
ALGUMAS LEMBRANÇAS E A RECUPERAÇÃO
Priscilla Augusto e Silva, 33 anos, sempre foi uma pessoa muito ativa, formada em Ciências da Computação e Direito, trabalhava na diretoria administrativa da rede de educação básica e profissional da Doctum. O acidente a deixou com muitas limitações físicas, que estão sendo superadas dia a dia com tratamentos, e como ela diz “muita fé em Deus”.
A jovem contou muito sobre a convivência com seus pais, com os irmãos na infância e adolescência, mas sobre o dia do seu acidente, disse não se lembrar de nada. “Acordei do coma um mês depois do acidente, nem sabia o que estava fazendo no hospital. Fiquei um pouco lesada, depois que recobrei a memória, mas não me lembro do passado recente”.
Questionada como ficou sabendo da morte da mãe (a professora Fátima), Priscilla contou que um pastor da igreja Metodista foi fazer uma oração por ela e no momento ele agradeceu por Deus ter tirado sua mãe de um lugar bom e levado para um lugar excelente. “Quando acabou a oração, perguntei à minha tia se eu estava ficando doida ou se minha mãe tinha morrido, foi então que fiquei sabendo. Minha tia confirmou que minha mãe tinha falecido, perguntei como e foram me contando com muito cuidado”.
Priscilla, que faz tratamento médico, psicológico e fisioterapêutico, ficou bastante tempo numa cadeira de rodas, mas atualmente já consegue andar, sua fala foi sendo recuperada aos poucos.
A jovem disse diz que não tem segurança para retornar com sua função, mas a Doctum permitiu que ela trabalhe por duas horas diárias fazendo assessoria e assim reconhecendo as pessoas e o local.
Muitas coisas que Priscilla sabe, foram as pessoas que lhe contaram e ela ressalta que atualmente passa por uma fase de reconhecimento e conhecimento. Ela disse que teve uma fase em que pôde perceber quem realmente eram seus amigos e com quem poderia contar; e mesmo recebendo ajuda de muitas pessoas, chegou à conclusão que Deus é seu maior amigo.
“O acidente me fez ter mais proximidade com Deus e repensei minhas amizades. Deus tem sido muito bom e mandado amigos escolhidos por Ele”, disse Priscilla, ressaltando que está tendo uma experiência incrível com Deus.
O maior sonho de Priscilla é se recuperar 100 % e mesmo em meio a tantas dificuldades e perdas, ela diz que é uma pessoa muito feliz. “Os movimentos do meu corpo estão limitados ainda, mas já começo a voltar à rotina, de pouco em pouco chego lá”.
Priscila fez questão de agradecer algumas pessoas que estão passando no “vale” com ela. “Agradeço a minha tia Olga que tem morado comigo desde que acordei do coma, minha prima Juliana, que ajuda com os afazeres domésticos; à equipe Doctum, que tem sido uma verdadeira família para mim, e vários outros que não citarei, pode ser que me esqueça de algum nome e assim serie injusta”.
Um comentário
Marcelo Tonieto
Priscilla é sinonimo de garra, fé e perseverança.