Fim de convênio com a Prefeitura fez o mês de julho operar no negativo
CARATINGA – O Movimento Social São João Batista (Moviso) enfrenta dificuldades financeiras para arcar com despesas mensais. A instituição pede apoio da população para dar continuidade aos serviços prestados. O trabalho do Moviso está voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade social. As portas estão abertas de segunda a sexta-feira, para as refeições básicas que incluem café da manhã, almoço e café da tarde. Estima-se uma média de 1500 pessoas atendidas durante o mês. O trabalho social se estende ainda a doação de artigos, como roupas e calçados.
O déficit mensal foi um duro golpe para a instituição, que em julho, operou no vermelho. O saldo negativo ultrapassou a dois mil reais. O diretor-executivo do Moviso, José Romero de Resende Carli, explica que o fim do convênio de R$ 2500, firmado com a Prefeitura de Caratinga desequilibrou as finanças. “A Prefeitura hoje só paga a água e a luz. A sorte é que ganhamos mercadoria e vamos revendendo. Temos também doação do Fórum. Mas, vamos passar dificuldade se não tivermos alternativa não vai ter jeito de sobreviver. A demanda é muito grande mesmo”.
ABRANGÊNCIA
No mês de julho, foram atendidas 1471 pessoas, uma média de 64 por dia. 1000 refeições por mês. José Romero destaca que a barraquinha da Catedral rendeu pouco mais de R$ 6000 e deu para cobrir três meses, mas, não foi suficiente para o mês passado.
A maioria dos visitantes naquele mês é de Caratinga (1188), mas outras 283 pessoas vieram de Governador Valadares, Sapucaia, Ipatinga, Mantena, Salvador, Bom Jesus, Pará de Minas, São Paulo, Leopoldina, Pernambuco, Santos, Belo Horizonte, São João do Jacutinga, Turmalina, Engenheiro Caldas, Santa Rita, Manhuaçu, Patrocínio, Santa Bárbara, Porto Seguro, Tarumirim, Ponte Nova, Inhapim, Montes Claros, Janauba, Muriaé, Jequitinhonha, Pavão de Minas, Manhumirim, Ubá, Ipanema, Feira de Santana, Vitória, Santo Antônio do Manhuaçu e Rio de Janeiro.
A principal mantenedora do Moviso é a Catedral, com o valor de R$ 3000. A renda com a venda de recicláveis e outros foi de R$ 459. De acordo com balancete da entidade, o somatório de doações resultou em uma entrada de 6.848,40. No entanto, as despesas fixas, em sua maioria, com pagamento de INSS resultaram em uma saída de R$ 8.704,74. O saldo foi de R$ 2219,34.
Diante das dificuldades, foi necessário demitir dois funcionários. Está prevista reunião para traçar estratégias, de modo a evitar que a entidade feche suas portas. José Romero deixa um pedido para a população, que doe alimentos para que não haja necessidade de reduzir as refeições oferecidas. “Agora é contar com a população, principalmente em gêneros alimentícios, que é o maior problema nosso. Além das despesas, temos três funcionários, tinha cinco. Estamos procurando alternativas, vamos ter uma reunião dia 4 com o padre e toda a diretoria para saber o que pode ser feito. Então fazemos um apelo aos empresários, para não sobrecarregar e gente continuar com a alimentação desse pessoal. Se eles forem para rua é muito pior, vão de casa em casa pedir comida para sobrevivência deles”.
O Moviso ainda conta com a doação de dinheiro, roupas, agasalhos, cobertores, calçados, alimentos ou material reciclável. Quem desejar conhecer um pouco mais sobre o trabalho da entidade basta entrar em contato pelo telefone (33) 3321-5322, ou na sede, localizada à Rua Coronel Antônio da Silva, 608 (Rua Nova), centro de Caratinga.
Um comentário
angela emidia
Fico triste ao ver uma entidade como o Moviso chegar a esse ponto de ficar no vermelho ,quando temos vereadores pedido aumento e indo a câmara um só dia da semana . Essa entidade ajuda tantas pessoas com alimentação e agasalho entre outras coisas. As autoridades administrativas e emprésariais deveriam olhar com mais carinho pelo Moviso. Tendo a frente desse trabalho o Senhor José Romero e sua equipe ,ajudando não só com a alimentação , mas também com a reciclagem de tanto lixo de nossa cidade ,para uma cidade que se diz emancipada é uma vergonha deixar que esse trabalho se acabe. Se cada vereador doar três por cento de seu salário daria para pagar a folha de pagamento da Moviso