INHAPIM – O Brasil tem um rebanho de 200 milhões de cabeças de gado dos quais mais de 22,2 milhões estão em Minas Gerais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais de 310 mil fazendas mineiras dedicam-se à pecuária de leite ou de corte e, em muitas delas, o crescimento natural do rebanho tem dado lugar à fertilização in vitro (FIV).
Em Inhapim, produtores rurais dos distritos de Tabajara, Jerusalém e do Córrego Mato Grosso/São Silvestre estão participando do Projeto Sebraetec FIV, programa de melhoramento genético do rebanho, uma parceria entre a prefeitura através da secretaria de Agricultura e Pecuária e o Sebrae-MG.
Neste projeto, os pequenos produtores rurais participantes terão 70% do valor do programa de implante de embriões de gado de qualidade subsidiado pelo Sebrae Minas, e arcarão com os 30% restantes, tendo uma vantagem enorme em comparação aos índices praticados no mercado comum.
A sigla FIV se refere ao processo de fertilização in vitro de bovinos, no qual o óvulo de uma vaca é fecundado em laboratório, o que leva a acelerar o melhoramento genético do rebanho, conforme informa Amanda Marques, médica veterinária e uma das responsáveis pelo programa em Inhapim. “A sigla FIV se refere ao processo de fertilização in vitro de bovinos, no qual o óvulo de uma vaca é fecundado em laboratório, o que leva a acelerar o melhoramento genético do rebanho, o aproveitamento das fêmeas mais novas ou mais velhas – que não suportariam uma gestação natural – e o nascimento de animais com qualidade superior. O método FIV também permite que haja mais embriões de uma única doadora, possibilitando o nascimento de mais fêmeas para a pecuária de leite, padronizando o grau de sangue desejado do animal de acordo com o sistema de produção, gerando maior produtividade de leite e rebanho, além do aumento da renda do produtor rural e da valorização da atividade leiteira”, explicou.
Na última sexta-feira (5), a secretária de Agricultura e Pecuária, Nádia de Oliveira Rocha, responsável pelo desenvolvimento do programa em Inhapim esteve acompanhando os médicos veterinários contratados pelo Sebrae-MG Amanda Marques e Raphael Knychala em propriedades rurais no distrito de Tabajara para a promoção do implante de embriões no gado já selecionado. “Este projeto de melhoramento genético para o pequeno produtor rural é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Inhapim através da Secretaria Municipal de Agricultura e Pecuária e o Sebrae-MG, e visa o melhoramento genético dos animais para aumentar a produtividade do gado leiteiro, gerar emprego e renda nas pequenas propriedades. Primeiramente os médicos veterinários do município Juber Guido e Aline visitam as propriedades e fazem a pré-avaliação dos animais que estão aptos a receber o embrião, e após uma segunda avaliação destes animais pré-selecionados pelos médicos veterinários do Sebrae, que já na propriedade fazem o protocolo com implante e hormônio, e com oito a dez dias eles tiram os protocolos e são colocados os embriões. Trinta dias depois os médicos veterinários do Sebrae vêm avaliar a prenhez e depois faz a sexagem para fêmea, pois o objetivo do programa é entregar fêmeas. A empresa contratada pelo Sebrae-MG para gerir o programa em Inhapim é a Vale do Embrião, da cidade de Uberlândia-MG”, explica Nádia.
O prefeito Márcio Elias, o “Marcinho”, comemorou os bons resultados do projeto para agricultura familiar no município, onde pequenos pecuaristas estão tendo seu gado melhorado através do programa. “As vantagens da fertilização in vitro é que há um número maior de embriões com alto valor genético sendo disponibilizado para o pequeno produtor rural. Ao nascerem, as bezerras que são desmamadas e possuírem um valor agregado maior poderão ser disponibilizadas para o mercado, com o objetivo de obter uma receita melhor para o agricultor. Aumentar e melhorar a qualidade do rebanho não é um benefício só para o produtor, como para todos os consumidores do nosso município que recebe um leite ou uma carne de melhor qualidade, além de, claro, melhorar a produção que gera um ganho melhor para o produtor de leite”, ressaltou o prefeito.
Índice de prenhez
O embrião implantado pode ou não se converter em uma prenhez, que é o feto propriamente dito que vai nascer. Mas, os índices do Sebrae nesse projeto comprovam a eficácia, pois os resultados foram excelentes, muito além do esperado.
O Conselho de Medicina Veterinária – entidade independente que regulamenta o exercício da profissão do médico veterinário – atestou que no ano de 2021, o índice de prenhez dos produtores participantes do SEBRAETEC FIV foi por volta dos 40%. Ou seja, de cada 100 embriões implantados, 40 se tornaram prenhezes (fetos vivos que vão nascer). Esse número é acima da média do mercado.
Assessoria de Comunicação