INHAPIM – Na última sexta-feira (14) a Prefeitura de Inhapim entregou para a população inhapinhense as obras de reforma e revitalização do ginásio poliesportivo de Inhapim, que recebeu o nome do saudoso senhor Geraldo Magela Chaves, o “Geraldinho Chaves”, como era popularmente conhecido.
Com a presença dos familiares e amigos do homenageado, secretários municipais e os ex-prefeitos César Augusto Torres (1989/1992) e Almiro Siqueira de Almeida (1993/1996), o prefeito Márcio Elias e o vice-prefeito Sandro Adriano da Saúde inauguraram o novo Gigantinho, que teve sua pintura totalmente revitalizada, readequação dos banheiros, arquibancadas e portais de entrada aplicando as normas de acessibilidade, troca de pisos, instalação elétrica e toda rede hidráulica por dispositivos modernos, iluminação em led, telhado em zinco totalmente reformado eliminando goteiras, trocando calhas e vedando-o para impedir a entrada de pombos, reforma da academia ao ar livre e sua reinstalação, novos gramados na parte externa do ginásio, construção de quadra de peteca e o mais importante e também mais elogiado, a instalação do novo piso da quadra de esportes em tacos de madeiras resinado com dispositivo de borracha em sua base para o amortecimento de quedas.
Para o secretário de Esportes Jean José Siqueira, o momento é de gratidão ao prefeito Marcinho e ao vice-prefeito Sandro da Saúde que entenderam que investir no esporte traz saúde e qualidade de vida para a população inhapinhense. “Esporte é qualidade de vida, e todos nós sabemos o quanto uma atividade esportiva contribui para melhorar nossa saúde e disposição diária. Foi ouvindo a comunidade, que a administração municipal liderada pelo prefeito Marcinho e pelo vice-prefeito Sandro, percebeu a necessidade de intensificar os investimentos em nossos equipamentos públicos esportivos para que despertassem novamente na população inhapinhense o desejo de praticar uma atividade física com foco na melhoria da qualidade de vida. Na cidade, iniciamos estes investimentos com a reforma, paisagismo e revitalização completa da Praça de Esportes João Felisberto Pereira, e no local construímos quadras de areia, pistas de caminhada, academia ao ar livre, pista de skate, patins e bike, além de retornar com as atividades de natação e recentemente implantada a modalidade do beach tennis. Na cidade e nos distritos foram instaladas sete novas academias ao ar livre, sendo três na zona urbana, sendo uma na Praça das Palmeiras, uma na Praça de Esportes e uma no Ginásio Poliesportivo, além outras quatro na zona rural, beneficiando os distritos de Bom Jesus do Rio Preto, Itajutiba, São Tomé e Jerusalém. O futebol vem recebendo atenção especial da administração municipal, já inaugurados e servindo os desportistas dos distritos de Itajutiba e Santo Antônio do Alegre, os campos de futebol dessas comunidades receberam investimentos na instalação de alambrados, construção de vestiários e portais de acesso, além de um gramado totalmente revitalizado, e os campos de futebol dos distritos de Novo Horizonte e Tabajara recebem os mesmos investimentos. Em São José do Taquaral construímos o complexo esportivo “Claudinor Martins de Moura”, contemplando toda comunidade com uma quadra de esportes moderna e equipada. No distrito de Jerusalém a quadra de esportes foi totalmente reformada e receberá cobertura em breve, assim como a quadra do distrito de Bom Jesus do Rio Preto. Já na cidade, a quadra de esportes “Carlos Albert Chagas” localizada no bairro Santa Cruz foi revitalizada e modernizada, recebendo cobertura, iluminação em led e pintura, atendendo um público de todas as idades. Damos mais um passo importante para melhorar a qualidade de vida dos inhapinhenses, pois com a finalização e entrega das obras de reforma e revitalização do Ginásio Poliesportivo Geraldinho Chaves, oferecemos a nossa população mais opções esportivas e de lazer para comunidade, tais como o futsal, handebol e vôlei. A construção do Ginásio Poliesportivo de Inhapim foi um marco em nossa história, três gestores participaram ativamente para que a realização desta obra fosse concluída e entregue a comunidade inhapinhense, sendo eles, os ex-prefeitos João Batista Marques, César Augusto Torres e o senho Almiro Siqueira de Almeida que o inaugurou em 1993. Em nome de todo povo inhapinhense registramos nossa gratidão por este espaço que já proporcionou tantas alegrias a população de Inhapim”, comentou.
O vice-prefeito Sandro da Saúde lembrou os benefícios que a prática da atividade esportiva traz para a população, e que com a conclusão das obras do ginásio poliesportivo, diversificará a oferta de modalidades esportivas disponíveis para a população; “Com a conclusão das obras de reforma e revitalização do Ginásio Poliesportivo Geraldinho Chaves, a população inhapinhense contará com mais um espaço dedicado a atividade física disponível para utilização. O futebol de salão, handebol e vôlei deverão ser desenvolvidos neste espaço pelos técnicos da Secretaria Municipal de Esportes junto as nossas crianças e adolescentes no contraturno escolar, atividades com os grupos da terceira-idade pelos educadores físicos do Núcleo de Apoio ao Programa Saúde da Família – NASF, além da formação de turmas para o futsal e vôlei pelo público em geral no horário noturno” informou.
Em seguida, em um ato de gratidão o prefeito Marcinho entregou três placas comemorativas em reconhecimento pela construção do Ginásio Poliesportivo de Inhapim para os ex-prefeitos César Augusto Torres e Sr. Almiro Siqueira de Almeida, que foram junto ao também ex-prefeito João Batista Marques (1982/1988 – 1997/2000) percursores da construção do ginásio. O prefeito Marcinho também aproveitou a solenidade para entregar uma placa em homenagem póstuma e agradecimento aos familiares do senhor Geraldo Magela Chaves, pelos relevantes serviços prestados a comunidade inhapinhense como serventuário da justiça junto ao Fórum Anastácio Chaves”.
Para finalizar, o prefeito Marcinho lembrou a fonte dos recursos que permitiram a realização das obras, bem como, agradeceu a presença da promotora de justiça Dra. Mariana Marim Alves, todo público presente e de maneira especial, agradeceu os servidores do município que auxiliaram nas obras e aos familiares do homenageado, sendo eles, a viúva Sra. Cecília Mendes Chaves e seus filhos Sandro, Sthefânio, Sávio e Sérgio pela permissão em oferecer o nome do pai para nominar o gigantinho. “Mais uma conquista fruto de muito trabalho dos nossos colaboradores, reinauguração do nosso Ginásio Poliesportivo Geraldinho Chaves. É importante deixar registrado que os recursos aqui investidos são oriundos do acordo de reparação pela tragédia ocorrida em Brumadinho, que infelizmente vitimou 272 pessoas, acordo este celebrado entre a mineradora Vale S.A., Governo do Estado de Minas Gerais, Ministério Público do Estado de Minas Gerais – MPMG, Ministério Público Federal – MPF e Defensoria Pública de Minas Gerais – DPMG. Entregar para o nosso povo de Inhapim esse ginásio feito com muito carinho e hoje eu me sinto muito feliz por saber que em nossa cidade temos um ginásio mais bonito e mais moderno da nossa região. Quanto a escolha do nome do saudoso amigo Geraldinho Chaves, sinto que fizemos a escolha certa, pois dezenas de pessoas me parabenizaram pela escolha deste ser humano espetacular. Para finalizar, agradeço a promotora de justiça Mariana Marim Alves pela presença, representante do Ministério Público de Minas Gerais em nossa comarca, e que vem acompanhando de perto a execução das obras com recursos provenientes do acordo de reparação em nosso município”.
A solenidade de reinauguração das obras de reforma e revitalização do Ginásio Poliesportivo “Geraldinho Chaves” terminou com o descerramento da placa inaugural contanto com a presença dos familiares, do prefeito Marcinho, da primeira-dama Érica Barbosa, do vice-prefeito Sandro Adriano e sua esposa Maria Izabel, ex-prefeitos e suas esposas César Augusto Torres, Maria José Abranches Torres, Almiro Siqueira de Almeida, Leda Lígia Siqueira de Almeida, além da Promotora de Justiça da Comarca de Inhapim Dra. Mariana Marim Alves. Após a solenidade, dois jogos de futsal ocorreram no novo ginásio, entre as equipes de Inhapim e Acesita (Timóteo) do Vale do Aço.
Assessoria de Comunicação
Texto de homenagem a Geraldinho Chaves, feito pelo advogado Davi Oliveira
“Isso porque você não viu o Geraldinho. Era inevitável ouvir essa resposta de alguém mais velho, sempre que, quando criança, elogiava a atuação de um goleiro de futebol de salão. Cresci vendo jogos no Ginásio Poliesportivo – Gigantinho, e um dos goleiros de quem eu mais gostava não era outro senão Sérgio Garapa, filho do Geraldinho. Ao exaltar um goleiro, a resposta sempre vinha: isso é porque você não viu o Geraldinho. Geraldinho pertence à prateleira de cima do futebol de salão. Aqui e ali em Inhapim as pessoas contam aos mais novos os feitos do Geraldinho. A convocação para a Seleção Brasileira de Futebol de Salão. As defesas de pênalti usando uma mão só contra o batedor adversário nos aquecimentos antes da partida. As invencíveis equipes do Rijubo, Botafogo e Grêmio. A vez em que Geraldinho quebrou o pé e, quinze dias depois, já estava de volta ao gol da quadra da Praça de Esportes. O jeito irreverente de Geraldinho em fingir que deixou a bola passar para depois defender. De tanto se ouvir contar, não há dúvida de que aconteceu com Geraldinho o que acontece com os gigantes: a história dele no futebol deixou de pertencer só a ele, e passou a fazer parte da memória coletiva de gerações que tiveram a oportunidade e o privilégio de assistir. Mas veja você um problema. As gerações que não o assistiram ficaram, de certa forma, órfãs da memória coletiva compartilhada pelos contemporâneos de Geraldinho, que foi, recentemente, de forma muito merecida homenageado com a denominação do Ginásio Poliesportivo. Fomos atrás de histórias, curiosidades e lembranças com amigos e familiares, porque as pessoas merecem saber que, até outro dia, estava aqui entre nós essa personalidade incrível que foi Geraldinho Chaves. Não foi obra do acaso, mas, justamente, a incomparável perícia no gol que trouxe Geraldinho para Inhapim. Após um tempo em Brasília, Geraldinho trabalhava na contabilidade de uma loja de tecidos em Dom Cavati, e foi descoberto por Sérgio Alves, que o trouxe para jogar no Botafogo. A contratação contou com especial permissão do presidente do clube, Sr. José Fernandes, para disponibilizar um carro que o buscasse e levasse de volta para Dom Cavati depois da partida. Não são poucos os que dizem que ele estava entre os três melhores goleiros de futebol de salão do futebol mineiro. Com agilidade e firmeza excepcionais, transmitia muita segurança para o time. Os chutes paravam nas mãos dele, sem dar rebote. Todo mundo ficou espantado quando, numa partida, um adversário chutava tão forte que chegou a estourar uma bola, mas toda aquela força não foi suficiente para marcar contra Geraldinho. O Banco Ribeiro e Junqueira, com visão de investimento própria dos bancos, logo recrutou Geraldinho para vir trabalhar em Inhapim e, consequentemente, contar com as defesas dele no time do banco, o Rijubo, pelo qual ele chegou a fazer uma memorável viagem de Kombi à Brasília para um torneio. Não se deixou envaidecer pela grandeza das atuações, pelo contrário. Era dos jogadores mais folclóricos e brincalhões dos times por onde passou, e era responsável por colocar os apelidos na turma; nos dias de hoje seria o responsável pela resenha. Muito cavalheiro e acolhedor, protegia os mais novos. Wagner Bodinho, por volta dos treze anos de idade, obviamente antes de despontar como grande atacante no América-MG, foi goleiro reserva de Geraldinho no futebol de salão em Inhapim. Conta Wagner que Geraldinho sempre o deixava jogar quando o Rijubo abria boa vantagem no placar, e continuou protegendo Wagner mesmo quando este trocou de time. De defesa em defesa, Geraldinho saltou para um novo desafio: foi jogar de meiadireita no futebol de campo, onde demonstrou, além de muita técnica, as mesmas calma e segurança do futebol de salão. Se o ofício mudou, o que não mudou foi o jeito alegre e irreverente de ser dentro do grupo. Certa feita, o Grêmio desembarcou em Senador Firmino num sábado para disputar uma partida contra o campeão local no dia seguinte. Sábado de noite, o time espairecia as ideias na charmosa pracinha da cidade da Zona da Mata, e um lateral do elenco estava numa entusiasmada conversa com uma moça nativa. A certa altura da conversa, o lateral subiu ao hotel e a moça ficou aguardando-o voltar. Nesse intervalo, Geraldinho, que observava tudo de longe, se aproximou da moça e perguntou pelo colega de time, justificando que estava preocupado, pois o rapaz costumava ter acessos de raiva fortíssimos e saía quebrando tudo. Assustadíssima, a moça foi embora tão rápida que parecia um contra-ataque do Grêmio. Quando o amigo lateral voltou à praça, já não havia mais nem sinal da moça. Só lhe contaram a peça pregada por Geraldinho na viagem de volta, passando por Ponte Nova. No domingo, Geraldinho aprontou outra, dessa vez durante a partida. Cotoco, ponta do Grêmio, estava acabando com o prestígio do lateral esquerdo adversário na cidade. Foi um dos maiores banhos de bola que Senador Firmino já tinha visto. De repente, Geraldinho dominou a bola pela meia direita, driblou o tal lateral que, já pelas cabeças com tanta humilhação, deu-lhe um chute que arrancou até a tramela do joelho. Com a calma habitual, Geraldinho chamou o lateral para se aproximar. O time do Grêmio também se aproximou, prevendo uma possível briga. Geraldinho perguntou ao lateral: “Você viu o que você fez comigo? Mas quem está fazendo você de bobo é o nosso ponta, não sou eu não.”. A casa de Geraldinho também respirava futebol. Dona Cecília, que veio para Inhapim estudar, e conheceu Geraldinho quando ele trabalhava no Banco Nacional, conta que ganhou Sandro e Sávio de presente de casamento, pois Geraldinho era viúvo de Dona Beatriz Abranches e já tinha os dois primeiros filhos quando a conheceu. Depois vieram Stephanio e Sérgio. Com quatro filhos homens em casa, todo aniversário era pedido de luva, chuteira, camisa de time, e o cesto de roupa vivia sempre cheio de uniforme sujo. O tempo passou e o futebol trouxe mais uma missão para Geraldinho, treinar várias escolinhas de futebol de campo e salão em Inhapim, como Cruzeirinho e Botafoguinho. Foi o mestre de uma das gerações mais talentosas que Inhapim já teve. Numa partida contra a USIPA, em Ipatinga, recordada por Marcelo Faria, a equipe de Inhapim, com um jogador a menos, tomou a virada por 3×2 no primeiro tempo, após estar vencendo por 2×0 o time da casa. Geraldinho promoveu as substituições necessárias no intervalo, orientou o time, comunicou que estava decepcionado com o desempenho dos atletas e que, por isso mesmo, iria voltar pra Inhapim naquele momento. Homem de palavra afiançada, tomou o ônibus e veio embora para Inhapim. Poucas horas depois, a porta de casa bateu: eram seus jogadores, com jeito de quem pede desculpas, foram comunicar que haviam virado a partida para 4×3. Ouviram em resposta: não fizeram mais do que sua obrigação, terça-feira espero todo mundo no treino. Ninguém faltou. A relação entre o treinador Geraldinho e seus atletas era especial, porque ele sabia combinar, como ninguém, exigência com carinho e respeito. Muito antes de virar regra, o treinador se preocupava com questões além do campo, como o desempenho dos atletas na escola e a relação com os pais. A consideração dos jogadores com ele era tamanha que, em dia de partida, batiam na porta do treinador às quatro e meia da manhã para papear até a hora da saída, e nessa levada acabavam acordando Dona Cecília, sempre companheira e compreensiva. Ao procurar saber sobre o excepcional goleiro Geraldinho, que eu não vi, descobri muito mais sobre um outro Geraldinho, de coração imenso e educação sublime. O curioso é que, apesar do jeito irreverente e descontraído, quando se tratava de caridade, Geraldinho era discreto. Já trabalhando no Fórum, após sair do Banco Nacional, Geraldinho fazia um trabalho muito especial com os órfãos do Lar das Crianças. Joãozinho Viana lembra da atenção dedicada que ele dirigia às crianças, e sempre as buscava no orfanato para treinar junto com as escolinhas de futebol. Se chegava circo na cidade, Geraldinho garantia a ida dos acolhidos no Lar das Crianças no espetáculo. Na época da construção do Asilo Padre José Faustino, Geraldinho conseguiu várias camisas de jogadores profissionais conhecidos, para fazer um leilão, em parceria com Dona Osmira, e arrecadar dinheiro para comprar material de construção. Sempre que podia, ajudava algum time na aquisição de jogos de camisa. Sem contar para ninguém, fazia compras de supermercado e mandava entregar na casa de alguma família necessitada. Ajudava até quando estava de férias. Meu pai se recorda de quando a turma dele, ainda na adolescência, foi conhecer Guarapari. Já de noite, toda aquela meninada sem lugar de ficar e sem ter comido nada durante o dia, teve a bênção de encontrar Geraldinho como anjo da guarda, que não só deu jantar para a turma, mas, além disso, acolheu os que pode para dormir. Os colegas de banco, como Paulo Rosa se recordam, do amigo inteligente, trabalhador, atencioso e solícito que foi Geraldinho, e manifestam alegria em ter tido oportunidade de conviver com ele. Foram várias conversas e bate-papos para tentar compreender esse monumento que foi Geraldinho Chaves, e nisso contamos com a colaboração de gente do gabarito de Dona Cecília, Luzinho Chagas, Wagner Alves, Joãozinho Viana, Serginho Alves, Paulo Rosa, Marcelo Faria e Altair Lúcio. No fim das contas, descobri que Geraldinho era um homem sempre disposto a estender a mão, seja para ajudar o próximo ou para fazer uma defesa impossível. Será sempre lembrado nessa merecida homenagem no nome do Ginásio Gigantinho. Digo, a partir de agora, Ginásio Geraldinho”.