O processo educacional é um processo lento, cheio de detalhes, mas, indiscutivelmente, muito importante para a vida de todos que passaram ou passam por ele. De maneira geral, todos nós estamos nesse processo educacional, mesmo que já não frequentemos uma instituição de ensino.
Mas, para aqueles que ainda frequentam as instituições de ensino, é inegável o fato de que o meio e suas relações impactam e influenciam a vida do educando, principalmente, se o educando for uma criança.
Para as crianças, que ainda estão passando pelo processo de estruturação de sua personalidade, a escola tem grande influência e importância em sua formação, pois, além de terem ali determinadas pessoas que elas podem escolher e enxergar como padrão de referência (além de seus pais), no convívio escolar elas também aprenderão sobre regras e respeito aos demais, estabelecendo limites para elas, freando os impulsos provenientes do Id (para citar a teoria freudiana) em sua busca insaciável por prazer que, nas crianças, muitas vezes, não leva em conta o próximo, focando simplesmente em saciar suas vontades. Esses limites ajudarão a balancear esses impulsos, estabelecendo uma linha entre o certo e o errado dentro das normas da escola e, consequentemente, da sociedade.
Além da busca por referência e no estabelecimento de limites para a busca de prazer impulsionada pelo Id, a teoria freudiana também pode auxiliar a educação, e o processo de aprendizagem, ao estabelecer o conceito de transferência. No processo terapêutico, a “transferência” pode ser entendida como uma identificação entre o paciente e o terapeuta, pode ser vista na boa relação entre os dois e, quando ocorre esse processo de transferência entre paciente e terapeuta, a terapia alcança bons resultados, e de forma rápida. O mesmo pode ser observado no processo educacional: alunos, crianças, que gostam de um determinado professor tem mais facilidade para se desenvolver em seu processo educacional, seja na assimilação de conteúdos, seja pela referência que aquele professor se tornou para a vida do educando. Assim, o professor que consegue cativar seu aluno, consegue ganhar seu respeito e admiração, terá mais impacto e mais êxito em auxiliar esse aluno no processo educativo.
De maneira geral, um bom professor é aquele que deve procurar cativar, e ganhar o respeito e a admiração de seus alunos (ao mesmo tempo em que é cativado, respeita, e admira cada um deles), aquele que servirá de referência para suas vidas e que, quando necessário, também lhes mostrará determinados limites, para refrear seus impulsos, ensinando a respeitar todos os seus colegas, e todas as pessoas com as quais eles convivam, auxiliando-os no caminho de uma educação que vá muito além das escolas e instituições educacionais, sendo então, uma educação para a vida.
Wanderson R. Monteiro
Formado em Teologia, graduando em Pedagogia, coautor de 4 livros e vencedor de três prémios literários.
(São Sebastião do Anta – MG)