DA REDAÇÃO – Três funcionários da Penitenciária Dênio Moreira, em Ipaba, foram presos durante o dia de ontem suspeitos de repassar celulares para dentro da unidade. Segundo a Polícia Civil, eles fazem parte de uma organização criminosa, e foram presos após cumprimento de mandados. O agente penitenciário preso, Marco Aurélio Rosa, é tio do ex-goleiro Bruno, acusado de matar a modelo Eliza Samúdio em julho de 2010. De acordo com a polícia, ele é agente penitenciário há 10 anos
Segundo informações do delegado Célio Las Casas de Andrade, a quadrilha está sendo investigada há três meses. A professora Jolimara Rodrigues Givisiez, de 35 anos, e Marco Rosa, de 43, foram presos dentro da unidade. Já a outra educadora, Sônia Maria Duarte Maia, de 52 anos, foi detida em casa, na cidade de Ipatinga.
“Recebemos denúncias de que as duas professoras que davam aulas na unidade e o agente de segurança estavam levando os celulares para a penitenciária, e os detentos revendiam os aparelhos para os outros presos. Acreditamos que aproximadamente 10 pessoas estão envolvidas no esquema”, conta.
O delegado disse ainda que durante as investigações foram ouvidas testemunhas, e realizadas interceptações telefônicas e gravações.
Célio Las Casas de Andrade conta que os celulares considerados simples eram levados pelo trio e vendido aos presos por R$ 600. Os detentos repassavam para os outros presos por até R$ 1.500. Já os mais modernos, com acesso à internet, eram vendidos pela quadrilha por R$ 2.500. Cerca de 15 celulares foram apreendidos durante a investigação.
O delegado fala sobre os riscos provocados com a entrada de celulares em penitenciárias. “Os presos encomendam os crimes de dentro dos presídios. As investigações apontam que traficantes presos na Penitenciária comandam o tráfico de drogas no Vale do Aço. Sem contar que eles ordenam crimes como homicídios e assaltos”, diz.
Ainda segundo Célio, os três envolvidos vão responder criminalmente por transportar celulares para presídios, corrupção passiva, associação criminosa e indícios de tráfico de drogas. Internamente, eles podem ser processados por improbidade administrativa, podendo perder o direito de trabalhar.
Informações: G1 dos Vales