CARATINGA – Na manhã de ontem, Leonardo Tavares Silveira, 26 anos, precisou voltar ao sítio, localizado no Córrego São Roque, zona rural de Caratinga, para mostrar e contar sua versão à Polícia Civil de como tudo aconteceu na noite do último dia 17, quando desferiu um golpe com objeto perfurante contra Lourdes Maria Costa Miranda, 39, causando sua morte.
Leonardo, que está no presídio de Caratinga desde o dia seguinte ao crime, foi levado para a delegacia por agentes penitenciários e depois seguiu junto do delegado do caso, Diogo Medeiros, e do inspetor Whesley Adriano para o sítio onde mora a filha da vítima, local da reconstituição do crime.
Leonardo chegou à delegacia por volta das 9h30 e se mostrava muito tranquilo, não ficou intimidado com a presença da imprensa, entrou para conversar com o delegado e às 10h chegou ao sítio onde a tragédia aconteceu. O delegado Diogo Medeiros deixou bem claro que intimou os outros dois envolvidos, primo e irmão de Leonardo, para participarem da reconstituição, mas eles não compareceram.
Antes de começar a reconstituição, Leonardo foi orientado a ser fiel à sua versão, sem falar mentiras para evitar contradições. O acusado começou contando que naquele domingo, dia 17 de maio, estava acontecendo uma festa na casa de seus familiares desde cedo, mas ele só chegou por volta das 15h e fez uso de uísque e cerveja até a noite junto do tio e dos primos.
Por volta das 21h30, Leonardo contou que seu tio José do Carmo Tavares Filho, 49, que está foragido, o convidou para ir a uma casa de prostituição, junto de seu irmão que tem 16 anos e do primo Carlos Roberto Tavares Filho, 19. “Primeiro passamos na boate Estrelas, onde ficamos por poucos minutos e meu tio nos chamou para ir à outra”, disse Leonardo se referindo ao sítio onde já funcionou um prostíbulo.
Leonardo disse que na entrada do sítio, um carro desceu na frente do que estava com seus parentes. Então seu tio José do Carmo, que dirigia, virou o automóvel dentro da propriedade e parou atrás do carro da frente. De acordo com que Leonardo falou à polícia, o carro da família de Lourdes ficou à frente e o veículo onde ele estava com seus familiares ficou atrás. O perito mediu e apurou que os automóveis ficaram, aproximadamente, a cinco metros de distância um do outro.
Continuando, Leonardo disse que estava escuro dentro do sítio e que o carro da frente bloqueou a passagem. “Estava no banco da frente como carona do meu tio. Daí veio o ‘Pico’ (Rhuandello Guingo Pereira Rodrigues, 22, genro da vítima) em direção ao nosso carro, com a mão debaixo da jaqueta parecendo que estava armado. Primeiro foi do lado do motorista e depois veio do meu lado, fazendo ameaças, dizendo que ali não era prostíbulo”, contou Leonardo, dizendo que já conhecia “Pico”, pois estudava com seu irmão, mas não tem intimidade com ele.
O MOMENTO DA TRAGÉDIA
Leonardo contou que enquanto falava com “Pico”, “foi juntando um monte de gente” na frente do carro deles e seu tio foi conversar com um homem de cabelos grisalhos, que ele soube depois que se tratava de José Miranda Júnior, 44, esposo de Lourdes. O acusado disse que nesse momento ainda continuava dentro do carro conversando com “Pico”, quando seu tio pegou o celular para ligar para a polícia e Miranda teria impedido, segurando sua mão. Nesse momento, Leonardo disse que tirou seu tio da briga. Questionado pelo delegado Diogo, se estaria armado, Leonardo disse que não. O acusado falou que Miranda empurrava seu tio e algumas mulheres estavam no meio, quando “Pico” apareceu com uma foice e desferiu um golpe em suas costas e também tomou uma paulada na cabeça. “Senti algumas perfurações nas minhas costas, tinha uma menina me agredindo, tirei a faca das mãos dela e ‘finquei’ para frente”. O inspetor Whesley e o delegado Diogo pediram que Leonardo mostrasse como foi essa ação de “fincar” a faca para frente. Ele disse que girou o corpo e “fincou” a faca e soltou assim que levou uma paulada, mas não sabia se tinha ferido alguém. Neste momento, provavelmente Leonardo tinha desferido o golpe fatal contra Lourdes.
Ele foi interrogado se soltou a faca porque quis ou porque tinha sido atingido por uma paulada na cabeça, porém Leonardo disse que não saberia responder. O acusado relatou que só ficou sabendo da morte de uma mulher quando estava no hospital e que a faca que tomou da menina que o agredia não era grande.
Em seguida, Leonardo disse que caiu, colocou as mãos no rosto para se defender e levou várias pauladas. “Foi então que alguém me puxou para dentro do carro e só acordei no hospital”.
Durante este momento de confusão, Leonardo afirmou que não viu onde estavam seu irmão, seu primo e seu tio.
Questionado se teria agredido mais pessoas, Leonardo disse que empurrou pessoas, mas não cometeu outra agressão.
A reconstituição com a família da vítima foi feita na terça-feira (26). A Polícia Civil ainda deverá se pronunciar sobre as duas fases da reconstituição.
2 Comentários
cida sena
Bom dia!!
Não conheço, nem os familiares da vitima e nem os assassinos.
Nota-se, no depoimento deste, que ele ta mentindo, pois no momento que eles chegaram nesse lugar, percebendo que não era o destino que procuravam, deveriam ter voltado imediatamente pra trás, e pedir desculpa a essa família por invadir o local. Se a familia agrediu com certeza, eles demonstrava seres agressivos. Nada que falarem, não justificará o que eles fizeram. ASSASSINOS.
Emiliano
Assassino, tem que mofar na cadeia.