Índice pluviométrico na região contribuiu, em parte, para que muitas nascentes que estavam completamente secas voltassem a florescer
CARATINGA – O período de estiagem ainda castiga a região. Mas, embora os índices pluviométricos estejam abaixo da normalidade, a vazão do Córrego do Lage tem apresentado significativa melhora em relação ao início do ano.
Em Caratinga, a água que abastece a cidade é captada no Ribeirão do Lage, através de outorga de direito de uso de água de 242 litros por segundo, concedida pelo Departamento Estadual de Recursos Hídricos – Portaria nº01/1996. Desta vazão outorgada, atualmente a Copasa retira cerca de 200 litros/segundo, durante 22 horas diárias, volume suficiente para o abastecimento de toda população.
No entanto, a tomada de água de Caratinga é realizada superficialmente e diretamente no leito do Ribeirão do Lage e não possui barragem de acumulação de água. Por ser uma captação superficial é necessário que haja vazão mínima no córrego, com quantidade suficiente para o abastecimento da cidade.
Para garantir essa vazão a empresa monitora, diariamente, os níveis e a disponibilidade de água no local da captação e fiscaliza também o manancial, juntamente com os órgãos ambientais, para evitar intervenções irregulares no curso d’água.
E é exatamente o nível do Ribeirão do Lage que vinha preocupando Copasa e moradores de Caratinga. A baixa da vazão foi alertada no último dia 3 de fevereiro, baixando para 170 litros/segundo, quantidade esta insuficiente para a garantia da normalidade do abastecimento na cidade de Caratinga.
SITUAÇÃO ATUAL
O DIÁRIO conversou com o vice-presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Caratinga, Wilson Acácio, que afirma que em relação ao início do ano, a situação do Córrego do Lage é mais tranquila, principalmente, em relação ao nível do início de fevereiro. “A partir do dia 4 de fevereiro melhorou o índice pluviométrico na região o que contribuiu, em parte, para que muitas nascentes que estavam completamente secas voltassem a florescer”.
Outra questão que Wilson considera ter sido fundamental para a melhora da situação foi a força-tarefa realizada na microbacia do Ribeirão do Lage pela Polícia Militar Ambiental, coibindo os usuários que estavam “retirando águas deste curso d’água, principalmente para práticas agrícolas, sem as devidas outorgas”.
No entanto, o vice-presidente da CBH- Caratinga reforça que ainda é necessário manter o alerta. “É bom reforçar que não podemos nos esmorecer porque estamos iniciando o período de estiagem na região e faz-se necessário um monitoramento constante para verificar, a partir de agora, o nível das águas do Ribeirão do Lage”.