Fórum realiza campanha visando arrecadar livros e custear mobiliário para espaço da Escola Municipal Wanderson de Castro Elias
CARATINGA- A biblioteca é um espaço para a criatividade, a leitura e o saber. Com o objetivo de construir esse ambiente para a comunidade do Córrego das Ferreiras, zona rural de Santa Bárbara do Leste, o Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSC), por meio do projeto Árvore dos Sonhos, está promovendo uma campanha para construção de uma biblioteca na Escola Municipal Wanderson de Castro Elias.
Livros de literatura infantil e brinquedos pedagógicos estão sendo arrecadados para o projeto. Além disso, o espaço está sendo totalmente adaptado para receber os estudantes.
O juiz Anderson Fábio Nogueira Alves destaca que o Cejusc tem realizado projetos voltados par a educação e o infantil. Agora surgiu a ideia de desenvolver uma proposta voltada para a escola. “Dos projetos que desenvolvemos aqui em Caratinga no Fórum, vamos muito às escolas e algumas delas não tinham biblioteca. Algumas estavam em obra ou tinham uma salinha de leitura, mas, vimos que várias não tinham realmente um espaço para a criança se encantar com a literatura. Com os livros, a mesinha, o ambiente que é próprio de uma biblioteca. Tínhamos a ideia de montar uma biblioteca porque o projeto de final do ano que sempre fazemos aqui no Cejusc, sempre vamos às escolas e adotamos os alunos, uma coisa voltada às crianças. Nunca conseguimos algo que ficasse como estrutura da escola, para a escola manter e passar para a frente. E surgiu a ideia da biblioteca”.
A escola do Córrego dos Ferreiras, em Santa Bárbara do Leste, abriga em torno de 100 alunos com idade entre 4 e 11 anos de idade. A intenção é levar a oportunidade de um espaço de leitura até a comunidade. “Eles saem de lá quando terminam o 5° ano e vão para outra escola maior, que já tem mais estrutura e biblioteca. Percebemos que a criança que estuda em uma escola que não tem tanto acesso aos livros está em uma desvantagem. Contamos com apoio da diretora, secretária de Educação e prefeita para montar essa parceria”.
Para isso, parcerias estão sendo firmadas. A Prefeitura de Santa Bárbara do Leste está cuidando do espaço. Já o Cejusc atua na arrecadação de livros, como explica o magistrado. “O município vai fazer a construção para adequar o espaço, vai fazer uma sala de aula e adequar um local, pintar e deixar pronto para receber a biblioteca. Pra gente aqui do Fórum ficou a incumbência de conseguir os livros e o mobiliário para montar realmente a biblioteca. Corremos atrás para conseguir doações de livros, falamos com a nossa rede de amigos, na escola, com editoras, outras bibliotecas, que têm excedente de acervo e mandaram pra gente. Conseguimos bastante doação de livro para montar o acervo”.
Além disso, a campanha também está voltada para arrecadação da quantia necessária para custear o mobiliário da biblioteca. “Temos alguns móveis que conseguimos doação, como estante, mas, para montar uma biblioteca que seja realmente cativante, que chame as crianças para conhecer a literatura, tem que ter os móveis do tamanho delas, a cadeira pequena, um quadro lúdico. Fizemos o projeto com uma amiga e encomendamos já os móveis para ficar tudo pronto. Agora estamos arrecadando dinheiro para conseguir pagar esses móveis, já conseguimos muitos parceiros para ajudar a custear, mas, ainda está faltando”.
LILI PEIXINHA
A biblioteca terá o nome de “Lili Peixinha”. A exemplo de “A história do Macaco Vermelho”, mais uma vez, o juiz Anderson utiliza do lúdico e a literatura em seus projetos. Ele explica qual lição a história, que vai virar livro e dá nome à biblioteca, buscará levar para os estudantes. “A Lili Peixinha foi inspirada na minha sogra, mãe da minha esposa, que nasceu na zona rural e não teve oportunidade de estudar. Depois ela se mudou para a capital, onde ela fazia questão que os filhos estudassem. A história é da peixinha Lili, que nasceu no ribeirão e o pai dela não deixava que ela estudasse, porque era muito perigoso. Ela aceitou, mas, manteve o sonho e quando ela cresceu e se casou, ela não esqueceu do sonho, mas, correu atrás para que os peixinhos dela, os filhos dela, pudessem estudar. Por isso a ideia de homenageá-la. E quando a biblioteca for inaugurada pretendemos fazer também o lançamento do livro”.
A ilustração do livro será realizada pela jovem Nayara Priscila, que já participou do projeto Macaco Vermelho, enquanto estudante. “Convidamos a Nayara para ilustrar. Conhecemos ela quando ela estudava, numa das palestras do Macaco Vermelho que fomos à escola e ela fez um desenho que nos impressionou muito. A ideia do projeto é essa, vamos até a escola para incentivar os alunos a produzirem, acho que vai ser muito representativo para as crianças saber que hoje quem está ilustrando um dos livros foi uma criança que leu um livro anterior, quando ela ainda estava na escola”.
A voluntária Flávia Alves também está participando do projeto. Ela enfatiza a homenagem que está sendo realizado com o nome da biblioteca e o que isso representa para a comunidade. “A minha mãe foi uma incentivadora da leitura e do estudo durante a vida dela toda. Ela se preocupou muito com a educação dos filhos, mas, também procurava os vizinhos, ia até as amigas, à igreja, informando tudo enquanto era necessário para que as pessoas estudassem, para incentivar. Acho que ela ia ficar muito feliz de saber que outras mamães peixinhas agora também vão ter oportunidade de dar de dar uma educação melhor para os filhos, incentivarem no estudo; galgarem outros lugares na vida, diferente do que eles nasceram e, se for o caso, voltar para suas origens e continuar lá, mas, opções, mais colorização que dê a eles mais ferramentas para viver uma vida melhor”.
Flávia frisa a importância da leitura como portas para o aprendizado e ferramenta de transformação. “Sabemos que quem lê vai muito mais longe e estamos trabalhando com muito carinho nesse projeto. Tem livros dos mais diferentes tipos, dos mais diferentes assuntos para que esses alunos fiquem mais preparados para a próxima escola e principalmente para a vida. Sabemos que hoje tem muita gente que conseguiu se dar bem na vida sem estudo, mas, são minoria. O que a gente tem que mostrar que com estudo, além de dinheiro, fazemos um mundo melhor, pessoas melhores e isso que queremos. Que essa comunidade seja melhor, que essas crianças saiam de lá melhores e mais felizes também”.
O projeto já tem como parceiros as empresas Faveni, Cartório de Imóveis e Credileste. Ainda conta com apoio de Livraria Caratinga, Ed. Paulinas, Ed. Appris, RNV Móveis, Bella Fantasias e arquiteta Thaina Oliveira Almeida.
COMO DOAR
Doações de livros e brinquedos pedagógicos podem ser feitas diretamente no Cejusc, que fica no Fórum Desembargador Faria e Sousa. Já as arrecadações para custear o mobiliário da biblioteca podem ser realizadas pela chave pix e-mail: [email protected].