Palestra no Rotary Club Caratinga traz um pouco sobre o universo cooperativista
CARATINGA – Na noite de terça-feira (18), o Rotary Club Caratinga recebeu o gerente da Credileste, Maurício Fonseca, para falar sobre o cooperativismo. A palestra tinha como objetivo trazer informações sobre o seu surgimento e as grandes vantagens de ser um cooperado em uma cooperativa de crédito ou consumo.
Antes de fazer um breve relato do cooperativismo pelo mundo, Maurício definiu o que é cooperativismo, cooperativa e cooperar, destacando que hoje, principalmente na Europa, os grandes bancos, são cooperativistas. “Estamos fazendo um apanhado do porque escolher o cooperativismo no mundo. De acordo com o dicionário, cooperativa é uma associação que tem por fim desempenhar determinada atividade econômica para o beneficio comum dos seus associados. Cooperativismo é um sistema que preconiza a difusão de cooperativas como meio de propagação de comunidades. E cooperar, é trabalhar e atuar simultaneamente para o mesmo fim”.
O cooperativismo moderno surgiu na Inglaterra em 1844, onde 28 tecelões formaram uma cooperativa de consumo. Maurício toma como exemplo, duas, situadas na cidade de Ipatinga. “Para se situar bem o que é uma cooperativa de consumo, como foi essa primeira cooperativa, a podemos dizer uma cooperativa muito próxima da gente, que é a Consul, em Ipatinga. Uma cooperativa de consumo, onde você se associa para adquirir produtos de bens de consumo. Aqui em Ipatinga tem também a Usiminas. Hoje, inclusive, não só funcionários da empresa podem se associar, como outras pessoas podem”.
Três anos mais tarde, na Alemanha, num povoado, surgiu a primeira associação de apoio para a população rural, que ainda existe. Uma cooperativa no meio rural em que os seus cooperados e as pessoas que se associavam procuraram se ajudar mutuamente. “Tinha como método, seria uma caixa de empréstimo, ou seja, as pessoas iam lá buscar recursos. Além de algumas particularidades que algumas cooperativas até hoje exigem, a responsabilidade é delimitada e solidária aos associados, se existia o voto, os associados votavam. A rede de atuação era restrita àquele determinado local. A Alemanha é o maior país do cooperativismo em relação ao banco, os maiores bancos de lá são cooperativistas”.
A primeira cooperativa de crédito urbano foi criada em 1856, uma das suas características era ser uma associação chamada de “dinheiro antecipado”. “Você podia pegar antecipadamente aquele dinheiro que investiu na cooperativa. Hoje são conhecidos como bancos populares, pequenos bancos que tem as suas funções determinadas e você se associa para fazer pequenos empréstimos. Foi a primeira cooperativa em que os dirigentes eram remunerados.”
As cooperativas foram se expandindo e a outra grande cooperativa que surgiu foi em 1865, em Milão, na Itália. Maurício destaca que era bastante popular, inclusive no Brasil. “Tem um limite demográfico estipulado, as pessoas se filiavam com pequenas contas a concessão de crédito pequena. No Rio Grande do Sul, existem várias comunidades rurais em que existe este tipo de cooperativa”.
Se tratando das Américas, a primeira cooperativa a surgir foi em Quebec, no Canadá, uma cooperativa de crédito mútuo, muito próximo do que se conhece hoje, de modo geral, no Brasil. “A principal característica é a existência de algum vínculo entre os sócios, reunindo grupos homogêneos, como clubes, trabalhadores de uma mesma fábrica. Por exemplo, a Credileste começou, com os comerciantes de confecções. São cooperativas que se fazem presentes com essas características. Simplesmente reúne um grupo de pessoas pra se auto ajudarem”.
Em relação ao cooperativismo de crédito no Brasil, a primeira cooperativa com essa denominação foi criada em 1889, quando os funcionários públicos de Ouro Preto fundaram sua “Sociedade Cooperativa Econômica” na cidade de Minas. “Embora fosse caracterizada como uma cooperativa de consumo, a entidade previa a existência de uma “caixa de auxílios e socorros””.
As cooperativas da região estão ligadas ao sistema Sicoob, programa que permite a utilização de todo o sistema financeiro. O palestrante destaca quais são os benefícios das cooperativas. “Hoje a cooperativa de crédito possui todo tipo de produto que o banco possui, Se consegue qualquer tipo de investimento, qualquer tipo de empréstimo. Hoje as cooperativas estão brigando de frente com qualquer tipo de banco”.
CREDILESTE
Maurício finalizou a palestra falando da Credileste, cooperativa que foi criada há pouco mais de 12 anos e fazendo um convite aos que ainda não são cooperados, para que se atentem às vantagens deste sistema. “Dentro de uma cidade pequena como Caratinga a gente pode ter grande produtividade. Oficialmente inaugurada em 2002, eram 24 cooperados como sócios fundadores da cooperativa. Para se ter uma ideia, atualmente, só a Credileste, possui mais de dois mil cooperados. A gente tem um ativo de quase 47 milhões de reais. A nossa carteira de crédito está acima de 34 milhões. No último mês nossa cooperativa teve um total de depósito acima de 21 milhões”.