
Obras na ETE continuam, porém, as obras paralisadas no Rio Caratinga não têm previsão para serem retomadas
Impasse financeiro prejudica andamento de obras no Rio Caratinga
CARATINGA- A Copasa e a Prefeitura de Caratinga estão diante de um verdadeiro impasse, que prejudica o tão sonhado tratamento de 100% do esgoto do município. A obra vai depender de recursos envolvendo articulação política e administrativa, portanto, não tem expectativa de solução rápida.
A Copasa deu início à instalação de interceptores nos córregos São João, Sales e Santa Cruz em março de 2013. Paralelamente, os trabalhos no Rio Caratinga e a construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), no Bairro das Graças. Porém a execução do serviço nos três córregos trouxe gastos que não estavam previstos.
Outra questão é a captação de esgoto às margens do Rio Caratinga. Há projeto que prevê canalização do rio no projeto de contenção de cheias. Mas, segundo técnicos da Copasa, os interceptores só poderão ser instalados no rio após a obra de contenção ser realizada. Diante da imprevisão de verba, o cenário seria de conclusão dos serviços nos córregos e na ETE, mas, impossibilidade de continuidade de intervenção no Rio Caratinga. Os interceptores do Rio Caratinga não deverão ser instalados enquanto as obras de contenção de cheias não sejam concluídas.
A gerente do Departamento Operacional da Divisão de Expansão Leste da Copasa, Fernanda Aparecida Miranda, afirma que apesar do impasse, as obras dos interceptores dos córregos São João, Sales e Santa Cruz estão em andamento. “Estamos executando algumas interligações que ficaram pendentes, na foz inclusive do Sales, alguns pontos do córrego Santa Cruz, onde o canal ficou estrangulado, então o método construtivo dele teve que ser alterado. Nós temos frentes de serviços inclusive limpando canais e fazendo uma conclusão também no canal do Sales, onde faz a confluência com o córrego São João, estamos finalizando ali. Na ETE, estamos fazendo trabalhos de concretagem em algumas unidades, a exemplo do tratamento preliminar, executando drenagem também e fazendo interligações entre as unidades. As tubulações que interligam as unidades que fazem parte da ETE estão sendo implantadas. Os trabalhos continuam normalmente”.
O contrato de obras tem término previsto para março de 2016, ou seja, este é o final do prazo já previsto para as obras de implantação do sistema de esgotamento sanitário de Caratinga. Mas, a Copasa está pleiteando uma complementação orçamentária de R$ 17 milhões para continuar o serviço, já o que o dinheiro disponível em contrato só deve ser suficiente para até março de 2015.
Segundo Fernanda, houve um acréscimo na demanda, considerando que a obra dos canais teve um incremento de serviços em torno de R$ 5 milhões que não estavam previstos. “Então, uma obra que estava prevista para R$ 13 milhões de reais custou para a Copasa, R$ 18 milhões. Considerando a baixa capacidade de suporte do terreno em que seriam implantados os canais, a necessidade de prever limpeza nas vias públicas, alguns equipamentos que foram necessários para implantação desses canais, a exemplo de trator de esteiras, retroescavadeiras, alguns equipamentos tiveram que ser mobilizados para possibilitar esse trabalho. Quanto ao prazo da obra, nós estamos com o cronograma em dia, o que foi planejado para esse ano foi atendido”.
Ainda de acordo com a gerente, do total de 15 km previstos, foram feitos 4113 metros. Porém, as obras paralisadas no Rio Caratinga não têm previsão para serem retomadas, pois dependem de mobilização política para captar verba do Governo Federal. Um impasse para Copasa e Prefeitura de Caratinga. “Realmente foi paralisado por algum tempo, considerando que existe um projeto em andamento de contenção de cheias que prevê a canalização desse rio. Quando as obras de canalização forem implantadas e os interceptores estiverem instalados, eles deverão ser totalmente removidos. Então há um retrabalho, eles vão ter que ser retirados, não tem como executar um canal com os interceptores às margens do córrego, eles seriam totalmente perdidos”.
Ainda não há uma resposta se a Copasa vai ou não aguardar as obras de canalização do Rio Caratinga. Esta será uma decisão tomada pela alta direção, pois implica em recursos desperdiçados. “Não podemos fazer uma obra pra depois perdê-la, considerando que a canalização do Rio Caratinga implica que os canais estejam liberados, ou seja, que os interceptores não estejam instalados porque se estiverem, deverão ser remanejados. Se a gente executa agora e na época da implantação dos canais, há perda do serviço, é desperdício de dinheiro público. É preciso ter uma conversa entre Copasa e Prefeitura, para que haja esse planejamento, se vai ou não ocorrer essas obras dos interceptores antes do canal, com o risco de perdê-las”.
O DIÁRIO DE CARATINGA entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Caratinga, mas até o fechamento desta edição, não houve respostas aos questionamentos feitos pela Reportagem.