Famílias em situação de vulnerabilidade social terão aulas de Arte-Terapia mediadas pelo curso de Psicologia do UNEC
CARATINGA – O Instituto CASU Social e a Associação Casa de Maria Rainha da Paz ganharam um importante incentivo para atender à comunidade do bairro Santo Antônio. O projeto Arte-Terapia conquistou recursos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais para custear os materiais das aulas, que vão auxiliar no estreitamento dos laços familiares de pais e filhos em situação de vulnerabilidade e risco social.
A utilização do artesanato como terapia já acontece no Centro de Reabilitação FUNEC, auxiliando na recuperação física e mental dos seus pacientes. No entanto, o projeto terá um viés diferente no Instituto CASU Social. “Aqui o projeto de Arte-Terapia vai ter a duração de um ano, então durante 2017 todo nós contaremos com os profissionais trabalhando com as famílias para promover o diálogo e a convivência, para que o relacionamento entre eles melhore cada vez mais”, explica Vanessa da Silva Paz, coordenadora do Instituto Casu Social.
João Henrique Marques, artesão responsável por ensinar as técnicas aos participantes, conta que serão desenvolvidas atividades simples de trabalhos manuais para grupos de 15 pessoas, entre crianças, adolescentes e seus pais ou responsáveis. “Cada grupo é atendido por uma hora. Durante esse atendimento vão estar ali os estagiários de Psicologia do UNEC, o coordenador responsável e o educador oficineiro que, no caso, sou eu. A gente vai desenvolver pintura em tecido, biscuit, colagem e diversas outras atividades para ajudar o vínculo familiar”, detalha.
Para a assistente social Sara Araújo, que acompanha os projetos do Instituto CASU Social, a iniciativa vem em um momento extremamente oportuno para a comunidade, que vive em meio às mazelas sociais de diferentes tipos “Algumas dessas famílias estão fragilizadas, não só do ponto de vista da renda. É fundamental o fortalecimento de vínculos em locais como este. Queremos inclusive agradecer ao juiz Consuelo Silveira Neto, da 1ª Vara Criminal, por acreditar na ideia e nos ajudar no financiamento do projeto”, declara.
OBSERVAÇÃO DE COMPORTAMENTOS
Caio Cesar de Farias Gomes, professor do curso de Psicologia do UNEC e coordenador do projeto, afirma estar empolgado com o início das oficinas, por acreditar ser esse um meio importante para observar e intervir na dinâmica familiar dos participantes. “A arte é uma forma de expressão humana, e a Psicologia tem o papel de intervir primeiramente com o diagnóstico. Através da arte, entendemos que a criança e a família expressam suas necessidades e seus anseios. Vamos analisar, através dessas expressões, a forma com que esse vínculo familiar se estrutura. Esse é o primeiro passo para, mais adiante, entrar com as intervenções necessárias, tanto a nível preventivo como no sentido de interferência direta nesse vínculo. A arte entra como algo lúdico representando as manifestações familiares”, ressalta.
O psicólogo diz ainda que a experiência promete ser muito rica e proveitosa para os estagiários. “A família é a base e o espelho da criança, então esse trabalho é muito importante e enriquecedor. Digo sempre para os meus alunos que o trabalho na prática é insubstituível. É uma troca muito recíproca de saberes e com certeza será de muito proveito nesse primeiro ano de projeto”.