CARATINGA – Na tarde de quinta-feira (27/11), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), 8ª Subseção, recebeu a diretoria do Centro de Estudantes de Caratinga (CEC). Os estudantes participaram de um café em reconhecimento à entidade, fundada em 1949 e refundada em 2013, após duas décadas de inatividade. Esta é já a segunda diretoria deste ressurgimento.
Foi um momento de apresentações, reconhecimento, orientações e apoio. Estiveram presentes, o juiz de Direito, Consuelo Silveira Neto e o juiz da segunda Vara Criminal e da Vara da Infância e da Juventude, Walter Zwicker.
Coordenado pelo presidente da OAB, Dênis Barroso, o encontro teve presença de seis dos dez componentes da diretoria, eleita neste ano, que, apesar pouco reconhecimento da sociedade, das entidades e, sobretudo, de parte das escolas, tem um projeto de gestão com três enxutos passos, propostos por seu atual presidente Diego Batista Lucas.
A diretoria esteve representada por Jéssica Silva (Colégio Estadual), Renata Morais (Colégio Estadual), Mariana Gomes (Escola Jairo Grossi), Ana Luíza (Escola Moacyr de Mattos), Lorraynne Lopez (Colégio Polivalente) e Anamaria Araújo (Escola Jairo Grossi).
Segundo a vice-presidente Jéssica Silva, este é o momento de seguir as metas propostas pela presidência. “É ainda mais importante do que o dia da nossa eleição. É isso mesmo. Porque lá, na nossa convenção e desde 2011, quando os pioneiros começaram a se reunir e buscar orientações, somos poucos. E os nossos inimigos passam a ideia de que então somos fracos. O que desanima muitos companheiros e desestimula outros a se juntarem a nós. Mas, hoje estamos aqui neste momento com pessoas e entidades poderosas, conversando, sendo reconhecidos e apoiados. E mais ainda: eles nos convidaram. Por isso este momento é mais importante. Porque a partir dele, as nossas três metas para esta gestão estão iniciadas com muita força. E vamos andar com elas. E os estudantes podem saber vendo isto aqui, que não é vergonha se juntar a nós para se organizarem por si próprios. Porque cada vez que nós do CEC, sofremos preconceitos, ofensas, choramos de mágoas por tanta incompreensão, foi por todos eles, estudantes. Nós, o CEC, somos deles. Eles podem não se interessar ou nos recusar como não sendo nossos, mas nós somos deles”.
Dênis Barroso acredita que a atitude dos estudantes é uma das coisas que a sociedade mais necessita e a OAB e Judiciário anseiam: que a juventude se organize, experimente e exerça a cidadania, de modo que, os Grêmios Estudantis são o lugar ideal e previsto em diversas leis para este exercício. “Eu falei mais de uma vez a eles que ‘a minha geração’ falhou com o movimento estudantil, com a cidade e a cidadania. Porque foi na nossa época que deixamos o CEC morrer, inexplicavelmente. Uma entidade maravilhosa e poderosa na nossa região, cujos presidentes eram respeitados e as eleições um evento que marcava a cidade inteira, além dos estudantes. Então, apoiarmos esses garotos e garotas é uma obrigação dos adultos da cidade e das entidades. Me impressionou demais a única pessoa deles que compôs a Diretoria pioneira do ano passado, na refundação do CEC e que compõe esta segunda diretoria: a Lorraynne, do Polivalente. Ano passado ela se tornou diretora com doze anos de idade. Eles estão fazendo certinho. Passando por cima das discriminações de idade e criando discípulos mais novos para continuarem sem deixar morrer”.
Renata Morais também acredita que os grêmios são o lugar certo para o princípio do exercício da cidadania, inclusive o voto. “O próprio governo do estado de Minas Gerais envia um manual do diretor das escolas estaduais onde determina aos diretores que junto com os funcionários orientem e estimulem os estudantes a formarem e organizarem os Grêmios Estudantis, sem interferir. E a lei ainda determina que as escolas cedam uma sala para a sede do Grêmio. Porque diante da lei o Grêmio é muito necessário e importante. E eu entendo que é esta importância do Movimento Estudantil que fez com que esses juízes e advogados nos convidassem para vir a este Café e esta conversa hoje. Eles entendem de leis e de cidadania. Eles sabem mais do que os outros poderes da cidade que nós somos necessários para a comunidade, para as escolas e para os cidadãos. Somos pequenos neste momento. Mas não pensem que é porque somos fracos, ou porque a primeira diretoria foi fraca. É porque lutamos contra muitas e diferentes resistências. Se fôssemos fracos não estaríamos lutando. A força não falta pra gente, o que falta é a violência. Mas não sentimos falta de termos violência. Sentimos falta de mais companheiros, pra passarmos nossa força pra eles”.