CARATINGA – Uma nova vertente vem se consolidando na área jurídica propondo técnicas de resolução de conflitos que podem agregar mais efetividade para a advocacia e melhores soluções para as partes envolvidas. O novo ramo jurídico foi desenvolvido no Brasil pelo juiz do Tribunal de Justiça da Bahia, Sami Storch, a partir das “Constelações Sistêmicas” desenvolvidas pelo alemão Bert Hellinger.
O “Direito Sistêmico” vem sendo cada vez mais difundido e adotado em práticas incentivadas pelo Conselho Nacional de Justiça e diversos tribunais brasileiros, sobretudo no âmbito dos CEJUSCs (Centros Judiciários de Solução de Conflitos). As técnicas que compõem do “Direito Sistêmico” têm se mostrado muito eficientes na busca da conciliação e resolução de causas complexas, principalmente em demandas familiares, sucessões e disputas societárias em empresas.
A iniciativa de implantar a comissão na OAB de Caratinga é da advogada Marinalva Soares, pós-graduanda em Direito Sistêmico pela Helling Schule em São Paulo, terapeuta e graduanda em psicologia. “Seres humanos são relacionáveis, não há como escapar das várias formas de relacionar. E esse é talvez o nosso maior desafio. Em um universo de pensamentos, crenças e culturas diferentes precisamos ceder ou nos impor a todo momento e achar o equilíbrio nas relações familiares, afetiva, de trabalho, de amizade ou religiosa”, explica Marinalva, nomeada presidente da comissão.
O presidente da 8ª Subseção da OAB, Samuel Franco, vem apoiando a implantação da nova comissão seguindo uma tendência já consolidada na seccional da OAB/MG que possui em funcionamento uma comissão estadual de “Direito Sistêmico” com excelentes resultados na difusão dessas novas técnicas.
De acordo com Marinalva, o objetivo nesse primeiro momento é difundir o “Direito Sistêmico” entre advogados e em outros setores como judiciário, Ministério Público e outros órgãos competentes que lidam com os conflitos humanos mais urgentes. “Onde deságua a maioria dos conflitos? Pessoas procuram o judiciário para resolver um problema que elas não conseguiram. Contratam um advogado para ajudá-las a solucionar. E advogados, juízes e promotores quando tem um olhar além da técnica jurídica e conseguem olhar para além do conflito, a ajuda pode ser mais efetiva e o trabalho mais leve para os profissionais e trazer mais alívio e conforto para as partes”, ressalta Marinalva.
A comissão de “Direito Sistêmico” da OAB de Caratinga trabalha na elaboração de cartilhas, eventos, palestras e workshops. “Estamos bastante entusiasmada, as demais integrantes da comissão, Júlia de Paula, Raphaella Marques e Brenalina Xavier também estão muito engajadas nesse propósito e certamente vamos nos estruturar cada vez mais para difundir essa visão transformadora do Direito”, concluiu.