Em 22 de novembro de 1954, Anor Ferreira da Silva, que era o responsável pela operação do telégrafo, mandou uma mensagem dizendo que havia caído um disco voador nos arredores da cidade. Isso fez com que Caratinga fosse a cidade mais falada no Brasil naquele dia
DA REDAÇÃO – Em 30 de agosto de 1938, Orson Wells, que viria a ser um dos maiores cineastas de todos os tempos, transmitiu pela rede de rádio do Columbia Broadcasting System “A Guerra dos Mundos”. A história de uma invasão alienígena causou pânico em muitas pessoas. E Caratinga, podemos assim dizer, também teve sua ‘Guerra dos Mundos’, pois em 22 de novembro de 1954, Anor Ferreira da Silva, que era o responsável pela operação do telégrafo, mandou uma mensagem dizendo que havia caído um disco voador nos arredores da cidade. Uma brincadeira genial que fez com que naquele dia Caratinga fosse a cidade mais falada no Brasil.
Naquele dia, Anor mandou mensagem dizendo que um disco voador tinha caído em Caratinga, mais precisamente na pedreira do Silva. A mensagem continha riqueza de detalhes: “Uma fumaça e uma luz forte, que dói nos olhos dos observadores, não permitindo, dada a dor que provoca na vista, aproximação”. E claro, a ‘cereja do bolo’ ao escrever: “homens de baixa estatura dentro do “aparelho”. Justamente a descrição mais popular dada aos alienígenas.
Assim que a mensagem chegou em Belo Horizonte, ela se propagou. “Última hora: Disco voador teria caído em Caratinga”, manchetou o Diário da Tarde. A notícia foi destaque no Repórter Esso, simplesmente o noticiário de rádio mais ouvido à época. A imprensa veio em peso para Caratinga, até mesmo populares saíram de Belo Horizonte em um jipe para ver a tal nave.
A prestigiada revista O Cruzeiro tratou de sair na frente e avisou: “a direção do telégrafo ainda, desta vez, nada declarou à reportagem de positivo, mas deixava transparecer que não havia mais dúvida sôbre o fato, uma vez que de Caratinga vinham duas comunicações, em horários diferentes, dando conta do fato”.
No entanto, no início da tarde do mesmo dia, a direção da Delegacia Regional dos Correios e Telégrafos pedia a confirmação do telegrama, mas com a presença do chefe do serviço de Caratinga para autenticá-lo, a brincadeira foi revelada. Anor ressaltou do que se tratava e nunca pensou que resultasse tanta confusão. A revista O Cruzeiro publicou matéria mostrando todo o desenrolar desse fato pitoresco.
Anor passou por um processo administrativo, mas não foi punido. Ele se aposentou nos Correios e ficou na história de Caratinga, pois ele fez com que a cidade fosse a mais falada no Brasil em 22 de novembro de 1954. Em agosto de 2022 os jornais O Estado de Minas e Correio Braziliense recordam merecidamente esse fato, afinal de contas, o que Anor Ferreira da Silva fez um feito e tanto. Ele colocou a ‘Cidade das Palmeiras’ no topo, algo insuperável ao longo desses 175 anos de Caratinga.
A REAL HISTÓRIA
“Quando a lenda é maior que o fato, publique-se a lenda” é a frase marcante do filme “O Homem que Matou o Facínora” (1961), dirigido por John Ford. Mas teremos que contradizer essa frase. Esse caso se tornou notório devido uma sucessão de equívocos.
Para saber a real versão desse fato, o DIÁRIO conversou com José Luís, filho de Anor Ferreira da Silva. Ele contou que seu pai ficou durante muito tempo relutante em comentar esse assunto, era algo traumático, pois na época algumas publicações foram bem rígidas com ele. “Mas com o passar do tempo, meu pai falava sobre isso. Foi uma brincadeira, mas uma brincadeira feita com um colega de Belo Horizonte. Naquele tempo o telégrafo era transmitido por fio e justamente em 22 de novembro de 1954, a transmissão estava ruim, e o colega de Belo Horizonte perguntou o que estava acontecendo, então meu pai falou que tinha caído um disco voador em Caratinga e que ele atingiu a fiação, por isso a transmissão estava ruim”, contou José Luís.
Conforme José Luis, no decorrer da mensagem, seu pai acrescentou mais detalhes. “A pessoa com quem meu pai estava conversando sabia que se tratava de uma brincadeira. O problema foi que mais um funcionário teve acesso a essa mensagem e a divulgou. Daí gerou toda essa situação”.
Após a propagação da mensagem, Caratinga tornou-se ‘o centro do universo’. Ao sair para almoçar, Anor foi cercado por jornalistas que queriam detalhes da história. Houve até ‘engarrafamento’ no aeroporto de Caratinga. No decorrer do dia a situação foi explicada.
Anor passou por processo administrativo, José Luís ressalta que seu pai não foi punido. “Foi comprovado que se tratava de uma mensagem trocada em tom de brincadeira com um colega. Tomou essa proporção porque outra pessoa teve acesso a mensagem e a espalhou”.
Mas essa ‘brincadeira’ deixou Anor insatisfeito durante um bom tempo. “As pessoas falavam coisas com ele nas ruas. Até nós (filhos) sofremos com isso. Na escola os colegas nos chamavam de extraterrestre. Faziam o que hoje é chamado de bullying”, recorda José Luís.
José Luís revela que com o passar do tempo esse assunto tornou-se recorrente em sua casa e que algumas brincadeiras surgiam. “Falávamos que meu pai deveria ter capitalizado em cima disso, ter feito camisetas, chaveiros…”, brinca José Luís.
E esse fato tem um fã ilustre. “Sempre que o Ziraldo me vê, ele me chama de ET. Ziraldo fala que meu pai era muito criativo, que sempre o admirou”, orgulha-se José Luís.
Ziraldo fez questão de enaltecer Anor em sua crônica intitulada ‘Viva Santos Dumont’, publicada em 14 de janeiro de 2006 no jornal O Tempo. O texto diz:
“A história é a seguinte: no começo dos anos 50, mais precisamente em 1954, a mídia mundial ” principalmente a brasileira, comandada pela revista “O Cruzeiro” ” estava empolgada com a hipótese da vida em outros planetas, dos disco-voadores, dos mistérios do espaço.
Todo dia saía uma notícia de alguém que tinha visto um disco voador no céu. Uma flotilha deles sobrevoou Minas Gerais! Em Caratinga, o pacato Anor Ferreira da Silva, neto do João, irmão de Virgulino Ferreira da Silva, era um competente rádio-telegrafista dos Correios.
Conversava com os dedos. Acho que até hoje, na hora do almoço, conversa com os filhos tamborilando na mesa suas opiniões em Morse.
Pois, batendo um papinho manual “sem fita, só de ouvido, como ele informa, que o bicho tá vivo, cheio de saúde e de bom humor lá em Caratinga” com seu colega de Belo Horizonte, botou a imaginação pra funcionar: havia descido um disco voador, nas imediações de Caratinga e homens verdinhos já estavam marchando em direção à cidade.
A brincadeira, acreditem, ganhou do “Repórter Esso” à imprensa do mundo inteiro! No dia seguinte, mais de 50 repórteres já estavam em Caratinga. Descoberta a brincadeira, Anor ficou conhecido com a mão mais fotografada do ano. E, durante anos, Caratinga viveu da glória deste disco.
Ganhamos de Santos Dumont! Não sei bem explicar a razão da nossa vitória, mas acredito que foi uma lição que Santos Dumont nos deixou e que, depois virou uma legenda de Einstein”.
Anor Ferreira da Silva faleceu em 2019, aos 90 anos, e se eternizou por esse fato. Mas os que conviveram com ele sabem que Anor foi muito mais do que o autor involuntário de uma brincadeira. As pessoas que o conheceram sabem que foi uma pessoa extraordinária, um fora de série. Ou quem sabe, como alguns falam quando querem elogiar ao máximo uma pessoa, ‘Anor foi um ser de outro mundo’.
LIVRO ABORDA O CASO
O historiador Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos é autor do livro “A invenção dos discos voadores: Guerra Fria, imprensa e ciência no Brasil (1947-1958)” (Alameda Editorial). Esse fato ocorrido em Caratinga consta nesta obra. Professor Rodolpho concedeu entrevista ao DIÁRIO, onde falou da peripécia de Anor e de outros casos relacionados aos discos voadores.
O que lhe motivou e a partir de quando o senhor começou a estudar os casos de discos voadores no Brasil?
Inicialmente é um prazer estar conversando com os leitores do Diário de Caratinga. A minha motivação para escrever esse livro, pesquisar esse assunto, vem do seguinte: Na minha adolescência esse foi um assunto que era muito comentado, fez muito sucesso nos anos 90. Havia filmes, também foi na época do ET de Varginha, da autópsia falsa do ET do Caso Roswell, que passou até no Fantástico. Então todo aquele clima cultural influenciou a mim e aos meus amigos que faziam parte de um grupo ecológico no interior de São Paulo a pesquisar sobre o assunto. Formávamos um grupo que de maneira bastante amadora entrevistávamos pessoas que diziam ter visto coisas não familiares no céu. Depois quando fui para a Universidade já passei a ter mais acesso como funciona a metodologia científica e aos critérios mais rígidos da ciência, mas mantive meu interesse sobre as questões dos discos voadores. Como aluno da faculdade de História comecei a perceber nitidamente o que se falava sobre os discos voadores nos anos 50, principalmente que era bem diferente das visões que temos ideias dos discos voadores nos dias de hoje. Sendo assim, a ideia do livro era contar um pouco de como aconteceram essas transformações.
Por que os discos voadores mexem tanto com a imaginação das pessoas?
Existem várias explicações, vários aspectos que contribuem para esse tema mexer com a imaginação das pessoas. Um dos principais aspectos, que é um dos que eu acho mais importante, é a questão é do alienígena, aquele que vem de fora é uma forma da gente ter alteridade; traduzindo em outros termos é uma forma da gente se colocar no lugar do outro. Por exemplo, na ‘Guerra dos Mundos, a terra invadida por seres de outros planetas. Nós vivemos numa sociedade em que povos já invadiram terra de outros povos. Vale lembrar que há 523 anos o Brasil não era governado por portugueses. Então, pensar em visitantes de outros planetas é importante porque faz a gente pensar na nossa própria condição como ser humano, por encontros e desencontros que acontecem conosco ao longo da história. Acho que é assim, isso é bastante poderoso. A gente vê um filme e a gente se coloca no lugar daquele que está sendo invadido ou daquele que está vivendo o primeiro contato. Isso é muito poderoso.
Dentre os casos avaliados pelo senhor, existem alguns que realmente podem ser tratados como Objeto Voador não Identificado?
No período que estudei, tive acesso na maior parte dos casos relatos secundários, então lia os jornais e o que os jornais falavam a respeito do que aquela pessoa viu. Há casos famoso, casos de fotografias que poderiam ser algo mais contundentes, mas os dois principais casos que eu analiso que são as fotos tiradas na Barra da Tijuca em 1952 pelos jornalistas da revista o Cruzeiro e as fotos tiradas por um fotógrafo chamado Almiro Baraúna da Trindade em 1958. Então são os casos mais famosos que supostamente que trariam mais elementos, mas são comprovadamente falsos. Então não consigo separar daquilo que eu li do que é realmente um objeto voador não identificado, daquilo que é uma fraude ou um boato. Mas isso também não era o objetivo do trabalho, obviamente é importante reconhecer que existem objetos voadores não identificados. Recentemente o governo dos Estados Unidos admitiu que existem gravações de coisas que eles não conseguem identificar e isso não significa que eles têm origem alienígena porque não há nenhuma prova nesse sentido e podem ser algum fenômeno até então inexplicado, mas o fato de ser inexplicado não significa que ele seja inexplicável. É importante perceber isso e nos anos que estudei realmente não tem nenhum caso que eu diria assim ‘olha esse caso gerou uma prova contundente que mereceria ser analisado pelos laboratórios pelos cientistas’. Trabalhei mais com imprensa e da forma que ela lidava com esse assunto, como os militares lidavam com esse assunto.
Seu livro aborda os relatos ocorridos entre 1947 e 1958. Qual o motivo de ter maior quantidade de relatos de avistamentos naquela época em comparação às décadas seguintes e aos dias de hoje?
Olha, já me peguei me fazendo essa pergunta, não é uma pergunta fácil de responder, e no livro tem um subcapítulo em que analiso as ondas de avistamento, pois acontece o seguinte: É a dinâmica das notícias sobre discos voadores, ela é um pouco fluída, de repente o assunto fica anos adormecido e às vezes ele aparece depois de muitos anos. Então não sabe porque em uma época o assunto fica adormecido e outros não. O que tento mostrar no meu trabalho é que em algumas vezes, não em todas, mas em algumas vezes a imprensa e os meios de comunicação foram responsáveis por alimentar o interesse pelo assunto ao promover casos, promover entrevistas, promover notícias de outros países. Em alguns casos a imprensa alimentou esse interesse e as pessoas começaram a ler mais sobre o assunto, a olhar mais para o céu e provavelmente associavam o que viam no céu ao que havia sendo falado na imprensa. Não é possível dizer se naquela época tinham mais avistamentos do que hoje, mas eu desconfio que sim. É difícil falar categoricamente, mas eu desconfio que sim. O que me parece também uma contradição porque hoje em dia existem muito mais câmeras de segurança, celulares nas mãos de todos e mesmo assim é a quantidade de fotografias de materiais de qualidade a respeito desse assunto é baixa. Enfim, isso me parece uma contradição porque mundo esperava que quando surgissem mais artefatos, surgissem mais informações a respeito daquilo, desses objetos voadores não identificados, essas informações aparecessem às vezes. Existem casos como citei, os casos liberados recentemente pelo governo dos Estados Unidos, mas não tanto em abundância quanto se esperava quando houve essa popularização de câmeras e celulares.
Em relação a alguns casos registrados no Brasil, como o de Varginha, por que essa situação tomou uma proporção tão grande? Qual a verdadeira história do ET de Varginha?
Em relação ao ET de Varginha, o que aconteceu te confesso que não sou um especialista nesse tema. É um tema que analisei muito de longe, não morava próximo, também era muito jovem naquela época. Até fui consultado pela Folha de São Paulo para dar uma entrevista sobre isso, mas eu preferi não dar a entrevista porque realmente não é um tema que domino. Até pensei em não responder essa pergunta, mas acho que posso te ajudar com a primeira parte da pergunta. Esse caso tornou uma proporção tão grande, a principal resposta está ligada ao programa de maior audiência nos anos 90 aos domingos à noite, que era o Fantástico, que tinha uma audiência extraordinária e um dos editores do Fantástico era apaixonado pela questão da Ufologia e ele se interessou muito por essa história e começou a promover matérias a respeito disso, o que fez com que o assunto ganhasse grande proporção. Existiram outros casos, por exemplo casos como a ‘Operação Prato’ no Pará, que são casos com coisas muito interessantes e com aspectos que são muito curiosos e que chamam mais atenção na minha visão, tem elementos que chamam mais a atenção do que o caso Varginha, mas que não receberam tanta atenção porque não teve nenhum meio de comunicação a impulsionar. Então, não sei qual é a verdadeira história do ET de Varginha, é uma coisa muito complexa que envolve dezenas, talvez centenas de pessoas. Prefiro não me pronunciar sobre o que eu não sei, mas é em relação à imprensa, que é um assunto no qual eu estudei um pouco a história, dá para perceber claramente a importância do Fantástico ao promover esse tema, ganhar audiência, então acho importante destacar isso.
Agora sobre essa situação de Caratinga, a brincadeira feita por Anor Ferreira da Silva; como o senhor tomou conhecimento desse fato?
Sobre a história do Anor Ferreira da Silva, digo que achei fantástica, é uma das grandes histórias sobre discos voadores dos anos 50. Tomei conhecimento ao fazer a pesquisa de mestrado. Encontrei uma revista antiga (O Cruzeiro) em que foi feita uma reportagem a respeito desse dia. Achei maravilhoso, é muito interessante. Na Biblioteca Nacional, no site da Hemeroteca Digital, que é um site produzido pela Biblioteca Nacional, é possível achar edição d’O Cruzeiro e ler na íntegra a reportagem a respeito do Anor Ferreira da Silva. Então, é muito curioso.
Em 22 de novembro de 1954 Caratinga foi a cidade mais falada no Brasil. Hoje com a internet, essa ‘brincadeira’ teria toda essa dimensão?
Olha provavelmente se houvesse uma brincadeira. Por exemplo já foram feitas montagens bastante curiosas que tiveram uma repercussão durante várias horas. Anos atrás na minha cidade fizeram uma montagem de um disco voador sobrevoando a cidade e teve uma repercussão durante algumas horas, mas não obviamente do tamanho da repercussão que houve em Caratinga. Uma coisa que chamo a atenção é que na época, nos anos 50, a Guerra Fria estava no seu apogeu, havia muito medo da invasão dos soviéticos, da invasão dos americanos em diversas regiões e isso também aumentava em muito as notícias, aumentava muito a quantidade de notícias sobre discos voadores, havia um medo de uma certa invasão, um medo difuso de uma certa invasão que podia ser de americanos, soviéticos ou de seres de outro planeta. Acho que esse clima hostil, o pós-Segunda Guerra Mundial contribuía muito para esse medo. Talvez por isso também uma brincadeira como aquela de Caratinga provavelmente não atingiria tamanha proporção hoje, além disso a brincadeira fez com que Caratinga atingisse grande proporção por conta dos meios de comunicação mais ou menos instantâneos daquela época. É uma brincadeira de um telégrafo, leva algumas horas para a troca de mensagens. Hoje em dia com um telefonema e com o celular as coisas acontecem instantaneamente. Vale destacar por exemplo, um exemplo triste, foi quando caiu aquele avião daquela cantora Marília Mendonça, um jornalista pegou o celular e imediatamente começou a transmitir do local que havia caído o avião. Na verdade, ele nem sabia que lá estava a cantora, ele não precisou esperar horas para transmitir mensagens ou fotos instantaneamente pelo, se não me engano, Facebook. Ele começou a transmitir e foi parar na Globo, que é a principal emissora do país rapidamente. Sendo assim, é possível hoje em dia confirmar informação de maneira mais rápida e então provavelmente a brincadeira não teria toda essa dimensão atualmente.
Professor, então Caratinga teve seu momento ‘Guerra dos Mundos’, assim como os Estados Unidos tiveram em 30 de outubro de 1938, quando Orson Wells fez a famosa transmissão radiofônica?
Acho que sim, é possível dizer que Caratinga teve o seu ‘Dia de Guerra dos Mundos’. Essa transmissão é muito interessante, é muito curioso que colocou no final da matéria da revista O Cruzeiro, acho que o jornalista que fez a matéria é o João Martins. Ele escreve uma coisa, o repórter disse que muita gente criticou o telégrafo, telegrafista de Caratinga por ter feito aquela brincadeira, mas que na verdade o homem era um gênio porque ele fez com que Caratinga fosse a cidade mais falada do planeta por pelo menos algumas horas. Não sei bem como em Caratinga vocês lidam com essa memória, mas é de fato muitas pessoas se lembraram de Caratinga por essa questão, por essa brincadeira.
Foi um prazer conversar com vocês e minhas saudações. Parabéns pelo aniversário da cidade, terra do Ziraldo, é uma região pela qual tenho bastante apreço.
- Revista O Cruzeiro reportou todo o fato
- Anor fez com que Caratinga fosse a cidade mais falado do Brasil em novembro de 1954 (foto: Arquivo 2018)
- “Disco Voador teria caído em Caratinga” noticiou o Diário da Tarde em 22 de novembro de 1954
- Conforme matéria da revista O Cruzeiro, os cinco amigos viajaram 200 km de jipe para conhecer os destroços do disco voador que teria caído em Caratinga (foto: Eugênio Silva/O Cruzeiro)
- Página da revista O Cruzeiro sobre o assunto
- Publicação feita pelo Correio da Manhã
- Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos é bacharel e licenciado (Unicamp, 2005), mestre (Unicamp, 2009) e doutor em História (USP, 2015). É professor do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais), campus Ouro Branco. É professor do ensino médio integrado, da Licenciatura em Pedagogia e do Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (PROFEPT). Tem interesse pelos seguintes temas: Ensino de História, Mídia e Educação/Educomídia, Educação patrimonial, História da América (Cone Sul) e História do Brasil República. Foi coordenador da Licenciatura em Pedagogia (2017-2021). Participa do projeto de Extensão podcast “Hora Americana”. Ele é autor do livro “A invenção dos discos voadores: Guerra Fria, imprensa e ciência no Brasil (1947-1958)”
- Livro “A invenção dos discos voadores: Guerra Fria, imprensa e ciência no Brasil (1947-1958)” de autoria do professor historiador Rodolpho Gauthier Cardoso dos Santos. A obra dá um destaque especial ao episódio ocorrido em Caratinga