A Polícia Civil de Minas Gerais investiga, há alguns meses, a ação da suposta golpista Rainha do Milhão, no Vale do Aço. De acordo com a PCMG, F.R.P., de 32 anos, fez nove vítimas já identificadas na região. O delegado Marcelo Castro, titular da 2ª Delegacia de Polícia Civil de Ipatinga, que atua na área de crimes contra o patrimônio, detalhes à reportagem do Diário do Aço sobre o trabalho já realizado. Um inquérito policial foi instaurado para investigar o crime de estelionato. O vídeo com a entrevista completa está postado mais abaixo. “Em relação à essa autora, já tem alguns meses que nós estamos com essa investigação em curso”, disse. O delegado explicou que o inquérito, inicialmente, havia sido concluído e encaminhado à Justiça com o indiciamento da investigada por sete crimes de estelionato praticados, mas que retornou para a PCMG, devido a manifestação de novas vítimas. “Quando esse inquérito chegou para análise do Ministério Público outras duas vítimas procuraram o Ministério Público denunciando essa mesma mulher. Com isso, foram juntadas outras duas ocorrências nesse inquérito, que foi devolvido para a delegacia”, esclareceu. As novas vítimas ainda serão ouvidas, assim como outras pessoas que comparecerem à delegacia para pedir providências. Na investigação, o representante da PCMG, afirma que tentou colher o relato da investigada, mas não obteve sucesso. “Nós tentamos intimar essa pessoa e, até então, essa pessoa está em local incerto. Então nós não conseguimos fazer com que essa investigada viesse e desse a sua versão sobre os fatos”. O caso da Rainha do Milhão vem sendo noticiado pelo Diário do Aço desde o dia 2 de agosto, quando foi publicada a primeira reportagem: “Mulheres do Rio de Janeiro perdem R$ 50 mil no golpe do investimento financeiro”. Houve uma segunda publicação com o relato de mais pessoas que se sentiram ludibriadas pela mulher. As vítimas apresentaram documentos e cópia das conversas com os golpistas, que as convenceram a fazer o investimento financeiro. Modo de agir O delegado Marcelo Castro detalhou como a Rainha do Milhão agia para atrair novos investidores. “Ela prometia investimentos com altos rendimentos, prometia que era sem riscos. Inicialmente, algumas pessoas receberam algum retorno como se fosse um rendimento dessas aplicações, com isso a vítima passava confiar que aquilo ali era uma coisa que realmente dava resultado e investia mais dinheiro. Chegava em um determinado momento que a pessoa não tinha mais retorno dessas supostas aplicações”, relatou. Representação O que muitas vítimas de estelionato ainda desconhecem é a necessidade da representação na delegacia. Para que a polícia inicie a investigação não basta apenas o registro da ocorrência. “O que é essa representação? É uma manifestação inequívoca de vontade da pessoa (vítima) no sentido de ver o autor do fato ser processado pelo crime”, esclareceu. Suspeite Para não se tornar uma vítima em potencial na mão de estelionatários, principalmente para quem deseja se enveredar pelo mundo dos investimentos financeiros, o delegado alerta que é preciso desconfiar das ofertas vantajosas demais. “Nós tivemos casos aqui, que estão em investigação, que o estelionatário prometia rendimentos de 100% em dois meses. É coisa que você não vê em nenhuma instituição financeira, em nenhuma corretora”, salientou Marcelo. Punição é considerada branda A pena prevista para quem comete o crime de estelionato, segundo o delegado, é de um a cinco anos de reclusão. “Isso a gente está falando para cada caso de estelionato praticado”, ponderou. Posicionamento Anteriormente, em nota enviada à reportagem, a advogada da mulher denunciada como Rainha do Milhão afirmou que “não houve qualquer notificação ou intimação formal pelas autoridades competentes dando conta da existência de processo criminal acerca dos fatos mencionados”. Diante da informação fornecida pela PCMG, que existe uma investigação em andamento, a suposta estelionatária e sua advogada foram procuradas para envio de um novo posicionamento. A “Rainha do Milhão” disse, em mensagem, na tarde desta quarta-feira (9) que sua advogada enviaria uma nota, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi compartilhada.
Nove vítimas da Rainha do Milhão no Vale do Aço já estão identificadas em inquéritopolicial
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